É cada vez mais notável a onda de emigração que leva brasileiros qualificados para o exterior, seja para viver novas aventuras pessoais e profissionais ou simplesmente para buscar oportunidades fora de um Brasil ainda envolto em crises sociais, políticas e econômicas.
Isso desperta a vontade em muitos trabalhadores que almejam iniciar uma carreira internacional. Segundo pesquisa conduzida pela Datafolha este ano, 43% dos adultos brasileiros afirmaram ter vontade de deixar o país – com o índice subindo para 56% entre quem tem ensino superior e para 62% quando se tratam de jovens com idade entre 16 e 24 anos.
O problema é que muitas pessoas não sabem por onde começar a planejar esta saída ou do que é preciso para embarcar nisso. Pesquisar bem o mercado internacional, as nuances culturais do país em questão e planejar cada passo da jornada são fundamentais, portanto, se novas oportunidades profissionais mundo afora são seu maior desejo, fique atento às dicas que um funcionário e um instrutor da Udemy, ambos com carreiras na Europa, dão e comece a traçar suas metas!
O designer brasileiro Felipe Luize vive desde o começo de 2017 em Dublin, atuando como Designer de Produto Sênior no escritório irlandês da Udemy. “A ideia de morar fora já era algo que eu sonhava e, diferente de algumas pessoas, não era para fugir do Brasil, mas sim pela experiência: crescer a mentalidade, trabalhar o dia todo em inglês… isso expande sua cabeça. Estudei muito, principalmente inglês”, conta Felipe.
Após algumas entrevistas, Felipe se viu atraído pelo projeto e missão da Udemy. “Das opções que tinha em mãos, a da Udemy era a que mais brilhava meus olhos. Em um mês, já estava na Irlanda”, lembra, acrescentando: “vejo a chance de morar fora como uma grande oportunidade de olhar o mundo por perspectivas diferentes.”
Por ter cidadania europeia, Felipe diz que isso facilitou sua ida, apesar de que ele não ache que isso é um diferencial na Europa, pelo menos nas empresas com as quais teve contato.
Vale ressaltar que cada país tem um processo de imigração diferente, portanto, é importante pesquisar isso a fundo antes de tomar uma decisão. No entanto, os números evidenciam essa abertura de fronteiras: a quantidade de vistos concedidos para brasileiros nos EUA foi para mais de 3,3 mil em 2017, o dobro de 2008. Os pedidos de cidadania portuguesa também aumentaram – só no consulado de São Paulo, foram 50 mil concessões desde 2016, com aumento em mais de 35% na solicitação de vistos de estudante em 2017. Já na Irlanda, a quantidade de brasileiros aumentou quase 60% nos últimos cinco anos, indo de 9 mil para mais de 15 mil.
CURRÍCULO
Eduardo Giansante, instrutor na Udemy com o curso “Como Criar Um Currículo Para Trabalhar No Exterior”, além de atuar como Global Community Manager no Dropbox e ser um dos fundadores do premiado site E-Dublin, está há mais de uma década na Irlanda e sabe bem da necessidade de um profissional brasileiro chegar no mercado europeu devidamente preparado.
“Assim como hábitos e idiomas diferentes, nosso currículo precisa sempre ser customizado para o mercado onde você está se candidatando. Atualmente, um dos erros mais comuns dos brasileiros com relação às vagas no exterior é a falta de preparação, tanto emocional como de materiais – como currículo, perfil profissional online e portfólio (no caso de designers, programadores, publicitários, etc.). É extremamente importante ter seu currículo e materiais atualizados e até personalizados para determinadas vagas de emprego que você vai aplicar”, informa.
De acordo com Eduardo, o currículo e perfil profissional online são tão fundamentais quanto as qualificações, portanto, a ferramenta mais importante atualmente para quem busca emprego no exterior é uma plataforma que exiba seu perfil/currículo online. “Com a facilidade de acesso a cursos online hoje em dia, fica muito mais fácil se preparar tanto técnica como emocionalmente”, afirma Eduardo.
Segundo ele, não é nenhuma surpresa que muitas áreas que estão em alta no Velho Continente estão relacionadas à tecnologia. “Nessas áreas, as coisas mais importantes são o seu raciocínio lógico, sua habilidade em resolver problemas e analisar dados. Isso significa que as áreas em alta são: Visualização e Análise de Dados, Big Data, operações em escala (automação/otimização de processos), marketing, engenharia de software e, claro, Inteligência Artificial”, diz.