Os moradores de Rio Claro têm reclamado do abandono de terrenos baldios e falta de manutenção de calçadas, o que acarreta também em um outro problema: o surgimento de caramujos.
Segundo o Centro de Controle Zoonoses, as reclamações são comuns e a média é de cinco a seis solicitações por dia de moradores que relatam o aparecimento do molusco. Em alguns meses, o registro da Zoonoses foi de 30 atendimentos. “Em época de mais chuva, acontece a proliferação.
Os caramujos ficam enterrados e, quando chove, eles saem para se alimentarem. Locais úmidos são propícios para eles, principalmente onde tem mato”, explicou a Bióloga e Chefe de Núcleo da Zoonoses, Milene Weissnann.
O Centro de Controle não faz a retirada dos caramujos e sim a orientação aos moradores. “Fazemos a vistoria do local, com autorização e acompanhados do proprietário, orientamos como deve ser feita a catação ou se houver uma infestação, indicamos o uso de produto específico para eliminar e controlar”, disse a bióloga.
Ela salienta ainda que terrenos baldios ou casas abandonadas onde, muitas vezes, os proprietários não são localizados, a Zoonoses não consegue realizar o trabalho, pois só pode adentrar em algum local com autorização.
A profissional diz que se o local onde estão os caramujos for quintal da casa onde a pessoa mora, pode ser feita a catação manual, desde que as mãos estejam protegidas ou com uma pá. “O indicado é que, de forma correta, colocar em dois sacos plásticos, fechar e destruir as cascas, isso se for em pequenas quantidades. Em área de grande extensão, o indicado é o produto, que tem grande eficácia”, orientou Milene.
A população que já recebeu as orientações da Zoonoses deve ficar sempre em alerta quando começar o período chuvoso e, se necessário, já aplicar o produto. “Já os ovos dos caramujos podem ser eliminados com água quente”, salientou a bióloga.
DOENÇAS
Se o caramujo estiver contaminado, pode conter dois tipos de vermes e comprometer a saúde humana.
Segundo o Ministério da Saúde, um dos microrganismos causador de doenças é o Angiostrongytus costaricensis, que resulta na angiostrongilíase abdominal, doença que pode resultar em morte por perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal. Os sintomas são dor abdominal, febre prolongada, anorexia e vômito.
O outro é o Angiostrongylos cantonensis, causador da angiostrongilíase meningoencefálica humana, que tem como sintomas dor de cabeça forte e constante, rigidez na nuca e distúrbios do sistema nervoso. Embora essas doenças não tenham ocorrência registrada em território brasileiro, o Ministério da Saúde prescreve uma série de ações no combate ao Caramujo Africano, que deve ser executada como medida de prevenção.
As principais orientações são: não ter contato direto com o caramujo; manter terrenos e quintais limpos, sem mato; além de lavar muito bem legumes e verduras para evitar contaminação.
Caso necessite, a população deve entrar em contato com a ouvidoria para abrir chamado com a Zoonoses pelo telefone 3526-7105.