Em Rio Claro, população de várias regiões tem relatado preocupação com o surgimento de escorpiões. Em bairros como São Miguel, Vila Industrial e Mãe Preta, já houve registro. Um morador chegou a encontrar um deles no travesseiro.
Na segunda feira (14), uma menina, de apenas sete anos, morreu em Franco da Rocha, grande São Paulo, após ser picada por um escorpião. Ela deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) por volta das 5 horas, mas, de acordo com o que foi divulgado, a unidade não tinha o soro para aplicação. Em nota, a prefeitura informou que em caso de vítima de picada por escorpião, deve ser removida para hospital de referência, no caso, Santa Casa de Francisco Morato.
Ela teria sido levada para outro hospital, que também não contava com o medicamento, porém, os médicos providenciaram o soro, que foi aplicado na menina, que acabou morrendo. A avó da criança, ao receber a notícia, teve parada cardiorrespiratória. Foi feita a reanimação pelos médicos, mas a mulher, de 63 anos, também morreu.
O caso da morte da criança é investigado pela polícia. A administração da cidade de Franco da Rocha divulgou que outras 25 pessoas também sofreram picadas de escorpião e tiveram o tratamento.
RIO CLARO
O Centro de Controle de Zoonoses informou ao Diário que, neste ano, registrou de 80 a 100 solicitações da população para orientação de escorpião.
A Bióloga e Chefe de Núcleo do CCZ, Milene Weissmann, informou que o departamento faz orientações sobre como proceder para prevenir o aparecimento de escorpião na residência. Segundo o órgão, das três espécies que aparecem no município de Rio Claro, pelo menos duas delas (escorpião marrom e amarelo) podem oferecer riscos para as pessoas, no caso de picada. “Mas a gravidade da picada vai depender de vários fatores como, por exemplo, idade da vítima, a quantidade de veneno injetada através da picada, se a vítima apresenta outros problemas de saúde”, observou a biológa.
As espécies mais comuns na cidade são Bothriurus sp, Tityus serrulatus (escorpião amarelo) e Tityus bahiensis (escorpião marrom). De acordo com o Centro de Controle de Zoonoses, neste ano foram recolhidos 140 escorpiões pelo departamento que, após capturados, são enviados para o Instituto Butantã.
SORO
A bióloga declarou que o município conta com o soro utilizado em situações necessárias. Se alguma pessoa sofre picada de escorpião, deve procurar uma unidade de Saúde. “As portas de entrada para acidentes com escorpião são as UPAs e, se houver necessidade de tomar o soro, o médico encaminhará a vítima ao PSMI. Portanto, Rio Claro tem o soro para escorpião, caso seja necessário”, destacou a chefe de Núcleo do CCZ.
CUIDADOS
Para reduzir o risco de invasão de escorpiões em residências, o Centro de Controle de Zoonoses orienta:
Eliminar o acúmulo de lixo e entulho das residências e terrenos baldios;
Manter jardins e gramados aparados e bem cuidados;
Remover e/ou mudar periodicamente os materiais de construção que sirvam de abrigo ao escorpião e evitar o acúmulo destes;
Manter as caixas de gordura limpas e devidamente fechadas;
Colocar telas de malha fina nos ralos internos e externos;
Evitar frestas nas portas, rodapés, tetos e paredes da casa;
Realizar o descarte adequado dos materiais inservíveis nos Ecopontos.
Orientação
Quem encontrar escorpião em casa, a orientação é utilizar um balde, vidro ou pano úmido para conter o animal e ligar ao CCZ, para que vá recolher o escorpião. O recolhimento direto do escorpião só deve ser feito com equipamentos apropriados, como luva grossa e pinça de longo alcance.