O primeiro trimestre de 2021 em Santa Gertrudes foi o mais seco dos últimos seis anos, de acordo com dados do monitoramento pluviométrico da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Rio Claro. Janeiro, fevereiro e março acumularam um volume de 493,1 milímetros de chuva na cidade, índice 35% menor que o registrado no mesmo período em 2020, que foi de 756,2 milímetros.
No comparativo histórico, é o menor acumulado para o período desde 2014, ano da pior crise hídrica vivenciada pela região Sudeste. Naquela ocasião, o primeiro trimestre do ano registrou um acumulado de 158,1 milímetros de chuva. Na cidade, a média histórica para o período é de 620,7 milímetros, o que significa que as precipitações (chuvas) de 2021 ficaram 20,5% abaixo da média esperada para os três primeiros meses do ano.
A menor ocorrência de chuvas segue o padrão climático do último verão e confirma as previsões do boletim climatológico elaborado pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima e Sociedade (IRI-CPC), que indica que as chuvas neste primeiro semestre do ano devem se manter abaixo da média.
Diante desse contexto, a BRK Ambiental, concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto em Santa Gertrudes, reforça as recomendações por um consumo consciente de água. “As chuvas nos primeiros meses do ano são fundamentais para a manutenção do nível do córrego Santa Gertrudes (responsável pelo abastecimento de 80% do município) e para a recarga do lençol freático nos poços de captação (responsáveis pelo abastecimento de 20% do município), contribuindo para a segurança hídrica nos meses de estiagem, especialmente no segundo semestre”, esclarece Rogério Lima, gerente de operações da BRK Ambiental.
O verão mais seco de 2021 é explicado pela climatologia como consequência da influência do fenômeno La Niña, que é capaz de modificar a distribuição de calor, a concentração de chuvas, aumentar a velocidade dos ventos, entre outras mudanças em diversas regiões do planeta. Resumidamente, o La Niña provoca o esfriamento das águas do Oceano Pacífico. E, como consequência, a água evapora menos, formam-se menos nuvens e há menos precipitação.
De acordo com dados do Portal de Meteorologia do Climatempo, o outono deste ano deve apresentar volumes médios de chuva na região Sudeste em comparação com os meses de verão, podendo, inclusive, ficar abaixo da média histórica, enquanto as temperaturas tendem a ficar altas.
“A relação menos chuva e temperaturas altas tem impacto direto no sistema de abastecimento de água. Com menos chuva, os mananciais de captação tendem a ficar com níveis mais baixos. Com temperaturas mais altas, o consumo de água na cidade tende a ser mais elevado. Por isso, voltamos a reforçar a mensagem pelo uso consciente da água em qualquer época do ano”, comenta o gerente.
Pequenas atitudes fazem uma grande diferença no uso e na preservação dos recursos hídricos. Na rotina de casa, nos afazeres domésticos, é possível evitar o desperdício usando a máquina de lavar na capacidade adequada para o volume de roupas, utilizar a água do tanque para lavar quintal e varanda, usar o balde para lavar calçadas e carros em vez de mangueira, molhar as plantas com um regador removível e econômico, de preferência no início da manhã ou à noite, fechar as torneiras ao escovar os dentes e ensaboar as louças e, principalmente, não demorar nos banhos.
A concessionária, além de manter um acompanhamento das chuvas e do monitoramento diário do principal manancial da cidade, o Córrego Santa Gertrudes, também reforça suas ações de melhorias e investimentos em todo o sistema de água do município; medidas que têm papel fundamental num possível agravamento da disponibilidade hídrica durante o ano.
“O domínio sobre o nosso sistema operacional e todos os investimentos realizados para ampliar a capacidade de reserva de água tratada, obras para a troca de redes, combate a vazamentos e, principalmente, a redução das perdas de água são de grande importância”, afirma Lima.