É hábito dizer que ninguém morre antes da hora. E é verdade. Se a pessoa tem 100 anos para viver, ela os viverá plenamente, e não lhe faltará um segundo sequer desse tempo, quaisquer que sejam as circunstâncias. Concorda, meu sapiente leitor e minha compenetrada leitora? O que me diz?
Segundo as observações de Herculano, um amigo de longa data, meio ausente, há, porém, situações que, a pessoa pode abreviar sua vida. A primeira delas, é quando o faz deliberadamente, toma uma atitude extrema e põe termo à própria vida. A isso dá-se o nome de suicídio voluntário. Coisa mais triste!
A outra, é quando a pessoa vai pondo termo à vida, aos poucos, através de hábitos desregrados que vão comprometendo a sua saúde, e por hábitos desregrados, neste caso entenda-se por má e excessiva alimentação.
E Herculano, vai mais além, conforme pude constatar em seus alfarrábios que me chegaram às mãos, na semana passada. É o caso de quando à pessoa se entrega aos pensamentos destrutivos, cultivando tristeza e pessimismo sem opor resistência.
O que pode haver de pior? Pode! É quando a pessoa, independentemente do seu nível de cultura, grau de instrução e acúmulo de conhecimento, se entrega sem resistência aos vícios de toda sorte, sobretudo, àqueles que agridem ao corpo físico, esse santuário da vida, através do qual, nós espíritos, vivendo a experiência da vida humana, nos manifestamos neste mundo de materialidade densa, onde tudo é transitório e circunstancial.
A essa prática, originada mais a partir da ignorância do que da vontade própria do indivíduo, dá-se o nome de suicídio involuntário, ou seja, aquele no qual a pessoa abrevia seu tempo de vida sem que tenha, entretanto, a vontade expressa de fazê-lo.
Logo, não tomar os devidos cuidados para manter a saúde em dia, revela duas fraquezas da pessoa que assim procede, seu descompromisso para com a própria vida e seu descaso para com a vida alheia, porque aqueles que nos amam, e eles existem, esperam o melhor de nós, sempre. E muita dor lhes causaria a nossa ausência antecipada do seu convívio.
Sabe-se de pessoas com idade avançada que, apesar das dificuldade enfrentadas demonstram imenso amor à vida e tudo fazem para preservá-la porque compreendem o seu significado.
Vem-me à lembrança no momento, a imagem do então Papa João Paulo II, à janela de seu quarto, no Vaticano, voltada à Praça de São Pedro, esforçando-se para abençoar os fiéis que acompanhavam comovidos o seu martírio.
O que dizer então, do abnegado Chico Xavier, que, ao longo de uma vida que ultrapassou 90 anos, e sofrendo de muitas doenças que lhe impunham dificuldades inimagináveis, jamais desistiu da sua missão de levar amor, consolo, paz e esperança a todos que podia alcançar através dos seus livros e de suas mensagens sempre edificantes.
Portanto, temer a morte, jamais, ela é fato certo e inevitável na vida de todos nós. Mas, preservar a vida, o tanto quanto possível, sim, e sempre. Porque a vida humana é o maior tesouro do espírito que somos cada um de nós, porque nos proporciona a oportunidade de evolução ao infinito, porque nos permite trabalhar e contribuir, também, de alguma forma, para o progresso da sociedade humana, a qual, no momento, pertencemos.
Ah, um abraço Herculano! Saudade de você.
Por Geraldo Costa Jr. / Foto: Divulgação