Segundo as vítimas, o ataque contra duas meninas de 14 e 15 anos e uma jovem de 18 anos ocorreu na terça-feira (25), após o acusado se identificar como motorista de aplicativo. “Minha mãe me avisou para pedir um motorista de aplicativo para minhas irmãs, mas não consegui contato com elas, pois o celular ficou sem área, aí elas saíram da praça e foram para pista de Cordeiro (sentido Cascalho e Santa Gertrudes), quando parou um moço e perguntou para onde elas iriam.
Ele disse que era Uber e cobrava 15 reais para levá-las. Aí, consegui ligar no celular da amiga delas e ela me explicou que já estavam quase em Santa. Como estamos acostumadas a pegar sempre Uber, elas não pensaram maldade e entraram no carro”, contou Yasmin Vitória da Silva Candido, que é irmã de duas vítimas.
Ela relatou que, durante a corrida, o acusado mudou o caminho e fez ameaças. “Ele disse que antes de trazê-las para Santa, uma teria que ter relação com ele e entrou em uma estrada que dá acesso a uma represa. Nisso minha irmã abriu a porta e pulou do carro. Eu liguei na hora para a amiga delas para saber se estava tudo bem. Ela, em desespero, disse que o homem havia as levado para o mato. Ele bateu e jogou o celular dela e não consegui mais falar”, contou.
As outras duas meninas também conseguiram pular do veículo e tentaram fugir. “Mas ele parou o carro e correu atrás delas. Pegou a de 18 anos pelos cabelos e começou a bater nela e a forçá-la a fazer as coisas. Rasgou a blusa dela; minha irmã começou a bater nele para que soltasse a amiga. Os quatro entraram em luta corporal. As três conseguiram escapar, graças a Deus, se esconderam, depois correram para pista e um amigo da família as viu desesperadas e as socorreu”, contou a irmã.
As vítimas ficaram com machucados e arranhões pelo corpo. “Agora já estão melhores, mas ainda estão com medo de sair para a rua, andar sozinhas. Até para ir ao banheiro minha mãe está levando e tem que ficar olhando” contou sobre o trauma.
Após o ocorrido, o indivíduo que ocupava um veículo Kadett preto voltou sentido Cordeirópolis. A família disse que registrou boletim de ocorrência em Cordeirópolis. “Foi feito também exame de corpo de delito e fizemos alerta para que não aconteça com outras pessoas. Infelizmente não tivemos novidade, conseguimos apenas a placa do carro, mas foi vendido”, contou a irmã.
ORIENTAÇÕES
O representante dos motoristas de aplicativo de Rio Claro, Franscisco Gean Alves da Silva, ao Diário do Rio Claro, recomendou alguns cuidados. “Vale destacar que esse caso não evolve nenhum motorista de aplicativo. Infelizmente, ele se apresentou como UBER. Uma das exigências para ser aprovado e se cadastrar na plataforma é ter um carro com, no máximo, dez anos de uso”, disse.
Ele salienta algumas formas para o passageiro identificar o motorista. “Todas as informações são fornecidas quando o cliente faz o chamado pelo aplicativo, como nome, foto do motorista, placa, modelo e cor do veículo. Caso alguém na rua seja abordado por uma pessoa que se identifique como motorista de aplicativo, o passageiro também pode pedir para comprovar mostrando o aplicativo ligado e com login. Isso porque a pessoa pode ser um ex-motorista, ter sido banida da plataforma e ter continuado com o aplicativo, mas não consegue ficar online”, observou.
Importante observar que os condutores também devem ficar atentos. “O risco existe para os dois lados, o motorista até mais. Nós orientamos os motoristas a não pegarem corridas fora do aplicativo, porque se torna ilegal”, ressaltou.
Foto: Redes Sociais