Conforme divulgado pelo Diário do Rio Claro, uma pessoa de 53 anos foi vítima de golpe aplicado por bandidos por telefone.
Na quarta-feira (30), por volta das 15h30, um funcionário público recebeu uma ligação. Do outro lado, um criminoso preparado, com as palavras prontas para fazer mais uma vítima. O bandido dizia estar com a filha do homem. Para libertá-la com vida, pediu um depósito de R$ 1.500. Do outro lado da linha, o indivíduo ainda ameaçou dizendo que se a vítima desligasse o telefone, mataria a filha dela. Sem pensar, o homem saiu e fez o depósito. Só depois de conseguir contato com a jovem, percebeu que havia caído no golpe.
Nesta mesma semana, uma leitora do Diário do Rio Claro recebeu uma ligação em que o indivíduo dizia que a mulher teria ganho o valor de R$ 14 mil reais e a orientou a ir até um banco. Neste caso, a possível “presa” dos bandidos percebeu que se tratava de um golpe e desligou, porém, a prática de crimes como esse não acontece vez ou outra, mas diariamente e faz inúmeras vítimas. Embora os métodos usados por eles sejam conhecidos, conseguem causar prejuízo financeiro e, acima de tudo, psicológico.
Podemos citar, além do pagamento por falso sequestro, roubo de senhas e comprovantes de depósitos de banco com envelope vazio. Os tipos do crime são inúmeros e os indivíduos se empenham diariamente em busca das vítimas. Infelizmente, os idosos são considerados alvos fáceis pelos bandidos.
Em Rio Claro, somente de janeiro a junho de 2018 foram 268 registros de ocorrências de estelionato consumados na cidade. A estatística não especifica as modalidades praticadas pelos criminosos. Apenas o total de registros.
COMPORTAMENTO
E quando a vítima cai no golpe, corre o risco de ainda ser criticada e questionada de como foi possível. A psicóloga Andreza Spiller explica que a pessoa entra num momento de estresse. “A situação impossibilita as funções racionais, com isso, a vítima acaba respondendo a partir do medo, que é uma das emoções básicas, instinto de sobrevivência, que paralisa ou faz agir sem pensar”, analisa.
A partir do medo, a vítima fica estagnada, o que compromete a ação. “O que a gente pode orientar é parar, pensar e tentar racionalizar a informação que foi dada, ficar em estado de alerta do estresse, tentar fazer contato com a pessoa e direcionar energia para o nosso benefício e não agir pelo medo que alimenta a dúvida e a insegurança, tomando proporção tão grande, até que a pessoa acaba caindo no golpe e fazendo o que o indivíduo está pedindo. Então, é pensar e tentar ter consciência do que vai fazer”, observa.
POLÍCIA MILITAR
Segundo a Polícia Militar, os idosos são mais suscetíveis a serem vítimas de golpistas, desde o antigo e conhecido “golpe do bilhete premiado”, até outros mais atuais e mais arquitetados.
ORIENTAÇÕES
É preciso considerar sempre a seguinte premissa: “não existe dinheiro fácil” (pelo menos honestamente). É preciso desconfiar quando uma situação muito vantajosa aparecer.
Bilhete premiado. Esse tipo de golpe aguça a ambição da vítima, que pressupõe ganhar uma grande quantia em dinheiro, entretanto, desde que empreste ou deposite determinado valor em favor do golpista que promete entregar-lhe um bilhete premiado.
As justificativas dos golpistas em transferir o bilhete para a vítima são muitas, normalmente porque precisam fazer uma viagem ou então uma cirurgia urgentíssima, socorrer um familiar, dentre outras, e assim, não teriam tempo hábil para sacar o prêmio.
A vítima acaba convencida daquela situação, ficando no prejuízo. Para prevenir este tipo de crime é preciso que os familiares orientem constantemente o idoso a não conversar com estranhos.
Outro golpe é o do “falso sequestro”. Idosos também são mais vulneráveis. Os criminosos se valem de conversas telefônicas para ludibriar a vítima, fazendo-a acreditar que um membro da família corre perigo ou está em poder de sequestradores, daí a convence a depositar quantias em dinheiro em favor dos golpistas para que o familiar seja libertado.
A família deve orientar o idoso que quase a totalidade dessas ligações telefônicas trata-se de tentativas de golpes. Neste caso, a vítima deve desligar o telefone e buscar contatar um familiar para sua tranquilidade.
Outras situações também são favoráveis à ação de golpistas em face dos idosos, como saques em caixas eletrônicos ou agência bancária.
É recomendável que sempre um familiar acompanhe o idoso para ir ao banco, fazer compras ou até mesmo num simples passeio. Afinal, são pessoas vulneráveis que requerem maior atenção por parte da família, não apenas em relação à segurança, como também por conta de questões físicas e até mesmo mentais, em alguns casos.