Visitantes da Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade procuraram o Diário do Rio Claro questionando sobre as árvores que estão sendo podadas do local. “São pilhas e pilhas aqui no Horto. Alguém sabe o que está acontecendo? Dá para escutar o barulho das árvores caindo. Existe alguma justificativa? As árvores cortadas estavam completamente saudáveis. E nada justifica o desmatamento de áreas inteiras. Veja se isso é árvore doente”, questionou uma leitora do Diário do Rio Claro.
Procurado pelo Centenário, o Gestor da Floresta Rodrigo Campanha informou que o estudo de risco de queda de árvores inclui a avaliação do estado fitossanitário da copa, do tronco e da base; de senescência; do solo; grau de inclinação; tortuosidade do tronco; injúrias mecânicas; e a presença de pragas, considerando-se uma distância de até 30 metros das estradas de acesso, principais aceiros e trilhas. No ano passado conforme comunicado, mais de 128 troncos de árvores caídas foram retirados dos principais acessos da Unidade. “Essas 128 árvores retiramos num período de um ano sendo árvores que caíram sozinhas e impediram vias de acesso. Como a gente não quer ficar esperando a árvore cair e até mesmo com risco de cair na cabeça de um desses 100 mil visitantes por ano, a gente se adiantou e está retirando árvores mortas em pé e em risco de queda e não é só árvore morta, ela pode estar até viva ou num estado indo de saudável para não saudável e ser retirada”, esclareceu o gestor.
Para este ano o Plano de Manejo visa a retirada de 1270 árvores num trecho de 20 km de maior fluxo de visitantes. A Floresta recebe por ano a média de 100.000 visitantes. “Sim a gente quer retirar todas essas árvores este ano, que ficam num trecho mais crítico que é na Estrada da Servidão, mas a gente vai chegar até a trilha dos 9”, observou.
O gestor salienta que todo o procedimento segue legalmente e dentro das normas. “Esse programa de retirada de árvore em risco e mortas consta do plano de manejo da unidade que vem lá de 2005. O Ministério Público fez um Termo de Ajustamento de Conduta com a Fundação Florestal obrigando a gente a adiantar as ações desse plano, porque acabou ficando parado uns anos e existe a ciência da polícia, da prefeitura, de todos os órgãos, então não estamos fazendo nada errado”, salientou, acrescentando que é feita comunicação. “Desde o final do ano passado temos um plano de comunicação para esta ação, tanto é que falamos disso algumas vezes. Estamos tentando informar a população da necessidade desta ação tanto pela mídia tanto com cartazes e banners na unidade.”
Paralelo ao manejo, o gestor destaca iniciativas de reflorestamento. “Temos a iniciativa também de plantio de árvores, de reflorestamento, como recuperação de área degradada, em áreas de nascentes e outras da Floresta já em andamento, outras para acontecer. Também faremos o plantio de eucaliptos em outras áreas, porque a grande preocupação é essa né, corta e não planta? Mas não é uma coisa que se faz exatamente um dia depois que cortou. Mas destacamos que existem iniciativas de reflorestamento. Para os próximos anos temos 26,4 hectares de áreas de preservação permanente que serão recuperados por meio de TCRA – Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental”, observou.
Comunicado
O comunicado da FEENA sobre o manejo destacou. “As equipes realizam os trabalhos seguindo o Programa de Manejo Florestal e de Recuperação de Áreas Degradadas, que inclui um inventário arbóreo com informações sobre suas condições físicas e biológicas, localização, espécie e quantidade da madeira a ser manejada. Dentre as ações previstas, está a retirada de árvores caídas ou com risco de queda, o que trará mais segurança ao público. A remoção da madeira também contribui para a prevenção de incêndios florestais, visto que, o material é propagador de fogo, especialmente nas temporadas de calor e de clima seco. Tanto o inventário, quanto o planejamento das ações de manejo florestal, foram aprovados pelo Ministério Público Estadual, por meio do GAEMA de Piracicaba; do Conselho Consultivo da FEENA e da CETESB. A Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade – FEENA é uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável administrada pela Fundação Florestal (Decreto Estadual n° 51.453/2009), órgão vinculado à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Ela está localizada no limite da zona urbana de Rio Claro/SP e seu objetivo principal é o de compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável dos seus recursos naturais. A FEENA possui uma área de 2.230,53 hectares dos quais amplas porções são cobertas por árvores do gênero Eucalyptus e Corymbia, espécies exóticas utilizadas para fins comerciais diversos. Em 1977, pela sua importância natural, histórica e cultural, todo o conjunto da Floresta foi tombado pelo CONDEPHAAT através de parecer encaminhado pelo geógrafo Aziz Ab’Saber. Sua categorização como Floresta Estadual ocorreu no ano de 2002 (Decreto Estadual nº 46.819, de 11 de junho de 2002)”.
Gestor
O gestor esclarece sobre o que é feito com as árvores retiradas. “São separadas em toras, toretes e lenha. Será feito um leilão de venda e os recursos revertidos para Feena”, destacou o Gestor Rodrigo Campanha.
Por Janaina Moro / Foto: Leitor