Há 50 anos, no dia 20 de julho de 1969, o homem chegou à lua. Mesmo com as dificuldades de comunicação da época, o Diário do Rio Claro acompanhou desde o lançamento da Apollo 11 até a chegada do homem no satélite natural, que foi publicada com um atraso de dois dias, no dia 22 de julho. A viagem foi acompanhada pela televisão e reportada em seguida, com informações mais precisas.
“A conquista da Lua – hoje um fato realíssimo – transformou-se no magistral espetáculo que a humanidade toda acompanhou e que, entre alerta e em suspense, assistiu ao máximo seu ponto máximo: o desembarque do homem em solo lunar”, escreveu a reportagem do Centenário na ocasião.
Foi publicada pelo Diário a famosa frase do astronauta americano Neil Armstrong, primeiro a pisar em solo lunar: “É um pequeno passo para um homem” [Mas um grande salto para a humanidade]. Em seguida, relatou que o coração do astronauta batia a 110 por minuto no momento da “alunissagem”.
IMPRESSÕES
O Diário reportou que as primeiras impressões do astronauta Armstrong foram que não existia atmosfera, água e nem sinal de vida. Participaram da expedição Neil Armstrong , Edwin “Buzz” Aldrin e Michael Collins.
“Durante todo o tempo em que os astronautas realizaram seu trabalho, estiveram dentro de uma preocupação única: colher o material possível para os exames pelos cientistas da Terra, bater fotografias de todos os ângulos, atestar a forma, a colocação, enfim a geografia apresentada pela Lua”, descreveu o texto de 1969.
Armostrong fincou a bandeira do único país que, até hoje, enviou homens à lua. Até dezembro de 1972, foram 12 astronautas.
Chegada à lua divide opiniões
A chegada do homem à lua divide opiniões. Muitos questionam e correlacionam o ato à fama hollywoodiana dos Estados Unidos.
Em Rio Claro, Vitor Roque, 31, da Direita Rioclarense, tem dúvidas sobre a veracidade da chegada do homem ao território lunar. “Eu tenho dúvidas sobre a veracidade das provas e imagens que se tem da lua”, disse.
Para ele, a disputa da Rússia e Estados Unidos, na corrida espacial, deveria ser comum atualmente. “Então, tenho minhas dúvidas, apesar de não ser tão descrente”, enfatiza.
O jornalista José Rosa Garcia não tem dúvidas sobre o pleito. “Apesar da descrença de muitos e das diversas teorias da conspiração, não creio que um país como os Estados Unidos montaria uma farsa de tamanha proporção para derrotar a União Soviética na corrida espacial”, diz ao lembrar que tinha nove anos na época do lançamento da Apollo 11.
O cientista político Italo Lorenzon também acredita no pouso do homem na lua. De acordo com ele, guardar um segredo por tanto tempo seria impossível. “Uma operação que mobilizaria milhares de pessoas e milhares de pessoas não guardam segredo”, diz.
Professores publicam artigo sobre os 50 anos do homem na lua em revista de ciência e tecnologia internacional
Os professores Bruno Zaniboni Saggioro, Huemerson Maceti, Wadley Calegaro de Castro, Alex Turci, Celso Luis Levada e Ivan José Lautenschleguer, do Colégio Puríssimo e Fundação Hermínio Hometo (FHO), publicaram no dia 5 de maio deste ano artigo na revista Journal of Multidisciplinary Engineering Science and Technology (ISSN: 2458-9403), sob o título Fifty Years Of Man´s Arrival On The Moon.
“O desejo pelo homem em pisar na superfície da lua deixou de ser sonho, livro, ficção e começou a se tornar realidade no final da segunda guerra mundial, em setembro de 1945. Vencida pelos aliados, o mundo se dividiu politicamente em dois: o capitalista, liderado pelos EUA, e o socialista, liderado pela extinta URSS, hoje conhecida como Rússia. Com essa divisão, teve início uma outra guerra, denominada Guerra Fria.
Apesar de não ser considerada uma guerra armamentista, um dos principais pontos dessa guerra foi a corrida espacial. O primeiro que conseguisse explorar o espaço iria demonstrar que a sua ideologia era superior. Não demorou muito para perceberem que o primeiro que conseguisse levar o homem até a lua, seria o vencedor dessa corrida”, diz um resumo do texto da publicação internacional.
Segundo o texto dos professores, as tecnologias desenvolvidas pela Nasa na corrida espacial estão inseridas no nosso cotidiano. Entre elas, vale destacar os termômetros auriculares, comida de bebê, grooving em pistas de aeroporto, lentes de óculos resistentes a arranhões, aparelhos dentários transparentes, embalagem de ovos de páscoa, espuma viscoelástica, GPS, entre outros.
Por fim, arrematam: “Então, se você duvida que missões tripuladas no espaço são úteis para alguma coisa, olhe ao seu redor”.
Novas viagens previstas ao território lunar pela Nasa até o ano de 2022
Novas viagens tripuladas estão previstas pela agência espacial americana (Nasa), que quer estabelecer presença humana permanente na lua na próxima década.
A primeira parte da Gateway deverá ser lançada em 2022. Depois, o Sistema de Lançamento Espacial (SLS, sigla em inglês) levará dois novos módulos para acoplar à nave orbital. Toda essa infraestrutura será o núcleo para a exploração humana da lua, transformando-a em uma base para a próxima missão. Os testes devem começar em uma missão não tripulada no ano que vem.
A viagem até a lua é mil vezes mais distante do que até a Estação Espacial Internacional (ISS) – a atual estrutura de pesquisas na órbita da Terra. O próximo passo da Nasa será incentivar mais o uso de recursos privados para manter a ISS e investir dinheiro americano (de parceria público-privada) nas pesquisas lunares.