O avanço acelerado dos casos de dengue e a lotação de pacientes nas unidades de pronto atendimento (UPS) voltaram a ser discutidos na Câmara Municipal de Rio Claro na sessão desta segunda-feira (29). Os vereadores solicitaram à prefeitura a implantação de tendas para o atendimento dos casos da doença, como foi feito durante a epidemia de 2015.
O assunto foi levantado pelo parlamentar Adriano La Torre que protocolou requerimento solicitando a implantação da medida. “Será que não está na hora de colocar as tendas com relação à dengue como já foi feito antes? Não sei qual o grau que tem que chegar, mas acho que ajudaria muito para diminuir a fila nos hospitais”, disse o parlamentar que ganhou o apoio dos demais. “Não seria a hora de criarmos uma tenda para diminuir o número de pessoas e a superlotação nas UPAs?”, indagou Paulo Guedes.
Diante disso, Hernani Leonhardt sugeriu que os recursos economizados pelo Legislativo fossem devolvidos à prefeitura com indicação para o custeio das tendas. Reunião será realizada na quinta-feira entre membros do Executivo e do Legislativo para discutir o assunto. “Vamos devolver o repasse com o compromisso da prefeitura de montar as tendas para resolver os problemas das UPAs”, declarou o presidente da Casa de Leis, José Pereira dos Santos.
O vereador Alessandro Almeida sugeriu que as tendas sejam montadas em área da antiga estação ferroviária, localizada na Rua 1 com Avenida 1 no Centro, que tem espaço disponível e boa localização geográfica. “Todos os ônibus que circulam em todos os bairros param ali, e toda a população tem acesso”.
Além das sugestões, também houve cobranças. O vereador Serginho Carnevale comentou que a prefeitura precisa cumprir o decreto municipal que estabeleceu situação de emergência na saúde. Nele, tem previsão de medidas que não estão sendo cumpridas.
“Tem que cumprir o decreto assinado pelo prefeito, realizar uma gestão melhor e mais rápida”, destacou Serginho, informando que no último final de semana foram desmarcadas todas as cirurgias eletivas agendadas porque os hospitais estavam lotados.
Já o vereador Rodrigo Guedes disse que concorda com a devolução dos recursos para as tendas, mas observou que o setor de saúde recebe um grande volume de recursos e que a prefeitura deveria ter um plano B sem depender do dinheiro do Legislativo para combater a dengue. Da mesma fora, o vereador Diego Gonzalez cobrou mais ações preventivas.
Moisés Marques lembrou que apresentou requerimento em 4 de março solicitando a implantação das tendas, e recebeu resposta da Fundação Municipal de Saúde de que um plano estava sendo elaborado, mas até agora nada foi feito. Marques propôs que seja feita parceria com a Igreja Nazareno para obtenção da tenda e que o repasse da Câmara seja destinado para a contratação de profissionais e custeio da infraestrutura.
Paulo Guedes manifestou favorável às tendas, mas destacou a importância de cada cidadão fazer a sua parte e dedicar 15 minutos por semana para verificação dos quintais para eliminação dos criadouros do mosquito. Também pediu aos demais parlamentares que divulguem essa e outras medidas preventivas em suas redes sociais.
Projetos aprovados
A Câmara aprovou dois projetos de lei na sessão desta segunda. Em segunda discussão, os vereadores aprovaram a proposta que cria a Semana do Imigrante Alemão a ser comemorada anualmente na semana do dia 25 de julho. O projeto agora segue para sanção do Executivo. A propositura é de autoria de Vagner Baungartner e Hernani Leonhardt.
Em primeira discussão foi aprovado o projeto que altera dispositivos da Lei Complementar Municipal nº 92, de 22 de dezembro de 2014, que dispõe sobre o plano de carreira do Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgoto). A autarquia solicita aval da Câmara para criar 26 novos cargos com impacto financeiro anual previsto de R$ 1.191.759,74.
Por Ednéia Silva / Foto: Divulgação/Arquivo/Prefeitura