Sem projetos inscritos na ordem do dia, a sessão da Câmara Municipal de Rio Claro nesta segunda-feira (10) foi de intenso debate de alguns temas apresentados pelos vereadores na Tribunal Livre. Um deles foi o aumento dos delitos praticados por pessoas em situação de rua na cidade.
O assunto foi levantado pelo vereador Val Demarchi (PL) que citou o caso da Clínica Cassab de oftalmologia, que foi invadida e vandalizada no último fim de semana. O parlamentar solicitou que a prefeitura, por meio das secretariarias de Desenvolvimento Social e Segurança, faça uma ação conjunta de abordagem aos moradores de rua, como tem sido feito nas cidades de Limeira e Blumenau.
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“Infelizmente entre essas pessoas existem delinquentes que estão invadindo comércios e praticando furtos. Precisamos do envolvimento do Poder Executivo, que comece a fazer abordagem dessas pessoas que estão nas ruas e aponte os instrumentos de atendimento disponíveis”, comentou Demarchi.
Sobre o assunto, o vereador Sivaldo Rodrigues de Oliveira (PL) observou que as pessoas em situação de rua tomam conta das praças, especialmente à noite, inviabilizando seu uso pela população “de bem”. O vereador Elias Custódio (PSD) destacou a necessidade de participação também da Fundação Municipal de Saúde que tem serviços, como o Caps e comunidades terapêuticas do terceiro setor, para atender esse público.
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Serginho Carnevale (PSD), por sua vez, sugeriu que sejam chamadas as igrejas e entidades que atendem pessoas em situação de rua para mostrar os equipamentos disponíveis para esse público na cidade de Rio Claro.
Merenda escolar
O vereador Moisés Marques (PL) usou a tribuna para falar sobre a denúncia que fez à polícia referente à alimentação escolar. Na semana passada, o parlamentar presenciou a entrega de alimentos ao Departamento de Alimentação Escolar sem nota fiscal e origem especificada, e em caminhão não refrigerado. Posteriormente, a prefeitura informou que os produtos eram fruto de doação e publicou a informação no Diário Oficial do município.
Marques questionou a doação e disse ser inadmissível receber alimentos sem procedência, que colocam em risco as crianças nas escolas. “Essa gestão sempre dificuldade com a alimentação escolar que traz risco às nossas crianças. Nas escolas não têm alimento e quando têm é de má qualidade”, disse o paramentar observando que a prefeitura não fez compra com antecedência para abastecer as escolas antes do início do ano letivo. “O que as crianças estão comendo agora são alimentos do ano passado”.
A fala recebeu o apoio da vereadora Tiemi Nevoeiro (Republicanos) para quem a compra emergencial deve ser a exceção e não a regra. “Não é só a segurança alimentar das crianças que está em jogo nas escolas, mas infraestrutura também é precária. A escola tem alimentação somente para o dia, tem que ter programação, fazer licitação”, destacou a vereador observando que a educação fica com 25% do orçamento do município.
Serginho Carnevale informou que a prefeitura deverá abrir uma sindicância para apurar o que de fato aconteceu. “Espero que essa investigação seja bastante apurada a respeito dos fatos”, concluiu.
Por Ednéia Silva / Foto: Frame de vídeo