Nós fomos viver a experiência Vincent em Sampa. A exposição multimídia “Beyond The Van Gogh” (algo como “Para além de Van Gogh”) vale cada centavo, caro leitor.
Ao longo de dois mil metros quadrados no Shopping Morumbi, a imersão promove uma viagem inesquecível. Você será atravessado por girassóis, abraçado pelo sol da quietude, vocêserá amigo de infância do amarelo, do roxo, será tomado por aquela íris desvanecida, repassando memórias sob jardins, folhas cadeiras sinfonias de camponeses, raízes, batatas subalternas vento mistral trigo ceifado e cajados, onde o incomum suspira, e influências da arte japonesa incorporam-se aos ciclos da vida em meio à compaixão personificada, arrastando-se pelos esquecidos e infinitos porões dos dias.
Você testemunhará o amor entre Vincent e o irmão Théo por meio de suas cartas, e muito, muito mais. Trata-se daquele mergulho capaz de proporcionar instantes sagrados, que vão derreter as grades da tua alma. Impossível não prorromper em lágrimas. Eu, minha eterna companheira Stephanie Guardia, e nossa amiga Ana Fialho fomos invadidos por uma sinergia rara uma telepatia absurda — a experiência tem o caráter de permanência, destravando novas salas do pensamento.
Você vai experienciar uma tecnologia watch out arrasadora, embriaguez aos sentidos sinapses pulsações — e toda embalada por uma trilha sonora que sensibilizaria o mais brutal dos lenhadores.
São dezenas de projetores, luzes sombras vertigens (cuidado!), cafés, vulcões salivando angústia e a galeria dos invisíveis personagens sociais tão apaixonantes que pelas paredes da expo vão riscar e arriscar um novo céu – e você vai sonhar acordado sob auto retratos desconcertantes, tragando flores da doce loucura, e não terá pressa para meditar entre corvos, enquanto incontroláveis emoções disparam dor, angústia, êxtase, melancolia e redenção, garantindo assim a noite estrelada para você perceber o baque a glória das furiosas pinceladas transmutadas em pixels que vão desviar seu olhar do automatismo, do banal.
Uma aventura digital para toda família, chefia. Até o Adam Sandler deu um pulinho por lá para uma agradável reconstrução cerebral. Afinal, como escreveu Vincent Van Gogh ao irmão: “… Eu sempre penso que o que precisamos é da luz do sol e de bom tempo e de ar azul como o remédio mais confiável”. A exposição fica em São Paulo até o dia 3 de julho.
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