Caro leitor, bom dia! Enquanto tomo meu delicioso café de cafeteira italiana, aproveito para lhe fazer um convite e convidá-lo a uma reflexão. Às 6 da manhã? Sim, por que não? Deixe a timidez de lado, bote o seu amarelo mais colorido e torça. Grite, esperneie, xingue, chore e sorria ao final, queira Deus. Não é carnaval, é Copa do Mundo. Entre no clima. Participe. Seja feliz enquanto dure!
Não dê ouvidos aos do contra, aos que vê coisa errada, defeito e maldade em tudo e em todos. Talvez um dia, eles aprendam a sorrir, também. Faço votos.
Eu torço pela seleção brasileira porque gosto de futebol e amo meu país. Se em vez de Neymar e Cia. Bela fossem senhores aposentados ou um bando de barrigudos pernetas a vestir a camisa canarinho eu torceria por eles do mesmo modo, mesmo sabendo de antemão o resultado.
Se forem brasileiros em disputa esportiva tem meu apoio. Se os meninos do Seu Adenor, hoje são estrelas do futebol mundial e são muito bem remunerados é porque fizeram por merecer. Nada lhes caiu do céu ou veio de graça. Pesquisem-se as origens de cada um deles e a maioria batalhou, desde pequenos, por um sonho que é o mesmo da maioria das crianças que hoje os assistem pela tevê.
Eles conseguiram. São profissionais bem sucedidos e respeitados. Palmas pra eles. Deveriam servir de inspiração e incentivo aos que também desejam vencer em suas profissões. Mas não é assim. A maioria de nós, brasileiros, acostumou-se a projetar no futebol as suas maiores aspirações e a cobrar do futebol as suas piores frustrações.
E o futebol, para nós, que dele não dependemos para viver, porque somos apenas torcedores, é apenas um divertimento, uma distração, um jogo que se assiste. E cujo resultado se comemora ou não. E tudo deveria terminar aí. Voltamos ao trabalho, segue a vida. Mas não termina. Porque no Brasil, futebol é mais que um jogo é também cultura. Embora não seja encarado dessa forma.
Para uma minoria, infelizmente, futebol é também oportunidade para a prática de crimes, delitos e desforra contra o outro, em face às contrariedades da vida ou por safadeza mesmo.
A seleção brasileira, na disputa de uma Copa do Mundo, poderia ser o pretexto para a união de todos nós, em torno de um objetivo comum, torcer por nossas cores, nossos símbolos, nosso país, representado por 11 jogadores em busca da glória máxima que o evento proporciona. Poderia. E talvez fosse possível, não estivesse o país tão dividido, não fosse tão injusto, não estivesse em sua maioria tão indignado com o estado de coisas que a todos prejudica e envergonha: a corrupção.
Quem sabe, logo mais, às 15 horas, com uma vitória do Brasil sobre a Bélgica, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo 2018, talvez tenhamos mais uma vez do que nos orgulhar e motivo, ainda que seja apenas um, para comemorar.
O esporte, em especial o futebol, tem sido ao longo do tempo, a confirmação de nossas melhores aspirações, o motivo para acreditarmos, de fato, nas nossas possibilidades. O momento que o gigante não se acha deitado e adormecido em berço esplendido.
Ignorar ou rejeitar essa realidade é direito de cada um. Mas se podemos sorrir e nos sentirmos felizes por que não fazê-lo? Ainda que seja por um motivo banal, fugaz, um prazer efêmero que uma vitória no futebol proporciona a nós torcedores.
Os problemas já existiam e continuarão existindo após 90 minutos de futebol. Talvez, entretanto, eles se tornem menos pesados ao menos um pouco, se pudermos sorrir após o apito final de sua excelência o árbitro. Tomara que sim! Vai, Brasil!
Por Geraldo J. Costa Jr.