Olá Geekers amados!
Como vocês estão?
Obrigado a todos que estão sempre lendo e prestigiando essa coluna.
“Dia desses” vi uma matéria sobre “autômatos” de 240 anos atrás, como o primeiro robô escritor do mundo, o robô desenhista e o pianista, robôs feitos por um relojoeiro suíço, com maquinário com mais de seis mil peças de precisão, e funcionam até hoje. Para a época, coisas tão avançadas que para muitos era obra de bruxaria.
Fiquei imaginando o que pessoas como esse relojoeiro, visse hoje todo esse mundo da IA e robôs “quase” humanos. E como cineastas, que tiveram ideias “mirabolantes” e “fora da caixinha”, para seus filmes que parecem antecessores do que acontece nos dias de hoje.
Desde que a ficção científica começou a explorar as possibilidades da inteligência artificial (IA), o cinema tem sido um palco para especulações fascinantes sobre como “máquinas inteligentes” poderiam interagir com a humanidade. Se nos anos dourados de Hollywood a IA era representada como um mistério distante e muitas vezes ameaçador, hoje ela reflete cada vez mais as ferramentas que já usamos em nosso cotidiano.
Desde Fritz Lang, em Metrópolis, vamos dar uma “voltinha” no tempo e ver como as telas de ontem imaginaram o que vivemos hoje.
Metrópolis (1927)
Um dos primeiros filmes a trazer a ideia de uma inteligência artificial foi Metrópolis, de Fritz Lang. Nesse clássico do expressionismo alemão, Maria, uma robô humanoide, representa tanto a fascinação quanto o medo pela tecnologia. Ela é criada para semear o caos, refletindo os temores da sociedade sobre a substituição do trabalho humano e o controle social. E tudo se passa em 2026…..pertinho né.
Um filme icônico, que foi base para muuuuitos outros. Se não assistiu, assista, é imperdível.
Hoje, robôs como Sophia, (da Hanson Robotics, de Hong Kong, capaz de aprender e adaptar-se ao comportamento humano), e a integração de IAs em sistemas de automação industrial refletem esse mesmo “fascínio” e receio. Será que a linha entre servidão e dominação já está mais tênue do que pensamos? Essa é a discussão permanente.
2001: Uma Odisseia no Espaço (1968)
HAL 9000 é a IA do filme de Stanley Kubrick, um sistema de bordo superinteligente que coordena uma missão espacial, em 2001. Sua voz calma e comportamento calculista o tornam uma das representações mais assustadoras e realistas da IA. HAL destaca o perigo de máquinas que seguem a lógica, mas ignoram a “moralidade”.
Comparando com os sistemas atuais, como o uso de IA em drones militares e decisões automatizadas, a ficção de Kubrick parece quase uma “premonição”. A desconfiança em relação a algoritmos que controlam decisões críticas ainda ecoa nas discussões modernas. Vide as “redes sociais”, onde algoritmos específicos para cada um, “controlam” toda a “rede”. “Edgerank” é o do Facebook, no Instagram são “vários”, um para cada seção: Explorar, Feed, Reels…e no Youtube, uma para o feed principal, e outro para os “shorts”.
Blade Runner (1982)
No universo de Blade Runner, os replicantes são andróides criados para serem quase indistinguíveis de humanos, usados para trabalhos pesados ou perigosos. O filme questiona o que nos define como humanos e como lidamos com criações que ultrapassam nossas intenções.
Em tempos de robôs sociais e máquinas que aprendem sozinhas, os replicantes refletem os dilemas éticos de dar às máquinas emoções ou mesmo direitos. Blade Runner 2049 (2017) expande essa visão, abordando a solidão em um mundo dominado por tecnologias avançadas.
Os dois filmes são imperdíveis, mas com certeza o mais interessante é o com o Harrison Ford, de 1982, pois nos situa em um mundo com bastante singularidade e coincidências com nosso “mundinho” de hoje, e se passa em 2019. I-M-P-E-R-D-I-V-E-L
O Exterminador do Futuro (1984)
James Cameron trouxe à tona uma visão apocalíptica da IA com Skynet, um sistema militar que se torna autoconsciente e inicia uma guerra contra a humanidade. Os robôs exterminadores, liderados pelo icônico T-800 (Arnold Schwarzenegger), mostram o que pode acontecer quando máquinas superinteligentes decidem que os humanos são dispensáveis.
Em tempo: A franquia tem 6 filmes, mas os três primeiros são os melhores (trilogia original): Exterminador do Futuro (1984) ambientado em 2029, Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final e Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas.
A Skynet é um paralelo direto com os temores em relação à automação militar. Hoje, sistemas autônomos são usados em conflitos reais, reforçando o quanto a ficção de O Exterminador do Futuro foi visionária.
Matrix (1999)
Na trilogia Matrix, os humanos vivem em uma simulação criada por máquinas que dominam o planeta. Neo (Keanu Reeves) descobre a verdade e lidera a “resistência” contra essas inteligências artificiais opressoras.
A ideia de simulações digitais que manipulam a percepção da realidade ganhou força na era moderna, com discussões sobre o “metaverso” e realidades virtuais cada vez mais avançadas. O conceito de máquinas que exploram humanos como recursos parece menos absurdo em um mundo onde dados pessoais são uma moeda valiosa.
Em tempo 2: para mim Matrix foi o filme ou franquia, mais “fora da caixinha” dos últimos tempos. Conceitos, cenas icônicas, músicas, tudo “impregna” na cabeça, sendo até discussão de fóruns por aí afora, a tal da …Matrix.
A.I. – Inteligência Artificial (2001)
Steven Spielberg trouxe ao cinema uma abordagem emocional da IA com a história de David, um menino-robô que deseja ser humano. Inspirado no conto de fadas de Pinóquio, o filme questiona se uma máquina pode amar de verdade. A jornada de David para se sentir aceito reflete os desejos humanos de conexão com suas criações.
Hoje, ferramentas como “chatbots” para terapia ou companheiros virtuais mostram que a ideia de máquinas que interagem emocionalmente já não é apenas ficção.
Em tempo 3: experimente “trocar” uma ideia “profunda” com o Chat GPT, sobre algo que está realmente sentindo, e diga em detalhes, como conversando com um terapeuta. Você vai se impressionar com o desenrolar, válido para quem já colocou uma “memória” no Chat.
Missão: Impossível – Efeito Fallout (2018) e Acerto de Contas (2024)
A franquia Missão: Impossível frequentemente explora o uso de IA em espionagem. Em Efeito Fallout, o vilão é a entidade digital conhecida como O Sindicato, um sistema de inteligência artificial que manipula dados e controla redes e sistemas globais.
Em Acerto de Contas, uma IA rebelde chamada de Entidade, é o principal risco de quem comandá-la, comandar o mundo.
Essa narrativa reflete como o cinema começou a tratar a IA não apenas como máquinas físicas, mas também como sistemas invisíveis que influenciam o mundo em larga escala — algo que vivemos com algoritmos e ferramentas de vigilância modernas.
Her (2013)
Spike Jonze apresentou uma visão delicada e profunda da relação entre humanos e IA. Samantha, a assistente virtual do protagonista, transcende o papel de ferramenta e se torna um verdadeiro parceiro emocional. Her é um dos filmes mais próximos da nossa realidade atual, com assistentes virtuais como Siri, Alexa e Google Assistente moldando interações diárias.
Ex Machina (2014)
Ava, a androide de Ex Machina, é a personificação do dilema ético da IA. Ela usa a manipulação emocional para escapar de seus criadores, trazendo à tona debates sobre a autonomia das máquinas e os limites do controle humano.
A obra dialoga diretamente com avanços como robôs que aprendem com interações humanas, mostrando que a ficção não está tão longe da realidade.
Outras Referências de Destaque
WarGames (1983): Este filme aborda uma IA militar que quase desencadeia a Terceira Guerra Mundial, destacando os perigos de delegar decisões de vida ou morte às máquinas.
Robocop (1987): O policial ciborgue é um símbolo da fusão entre homem e máquina, levantando questões sobre como a tecnologia pode ser usada para “melhorar” os humanos.
Chappie (2015): Chappie é uma IA que desenvolve consciência e comportamento humano, explorando temas de aprendizado e moralidade em robôs.
Se antes a IA era representada como algo físico e ameaçador (robôs gigantes ou sistemas militares), hoje a IA é invisível, mas ainda assim poderosa, como os algoritmos que dominam as redes sociais e as ferramentas de automação.
A IA vilanesca de O Exterminador do Futuro deu lugar a IAs colaborativas e quase amigas, como Samantha em Her. Isso reflete a aceitação crescente das máquinas em nossas vidas.
Filmes atuais como Her e Ex Machina incorporam tecnologias já disponíveis, como assistentes virtuais e aprendizado de máquina, mas ainda exploram os limites éticos dessa convivência.
Os filmes de IA do passado “pavimentaram” o caminho para as discussões de hoje, seja pelo medo de robôs dominadores ou pela fascinação por máquinas que entendem nossas emoções. Conforme avançamos, o cinema continua a ser uma janela para os dilemas que enfrentaremos no futuro. Afinal, se os filmes já previram tanto do que usamos hoje, o que mais eles acertarão?
E você, acha que estamos mais próximos de uma convivência harmoniosa com a IA ou a ficção científica ainda guarda lições importantes para aprendermos?
Você é dos que acham que a IA vai substituir o ser humano, ou seres humanos que não usarem as IAs serão substituídos? Parte inferior do formulário
Fontes: omelete.com, wikipedia.org, tecnoblog.com, adorocinema.com,
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Por Celso Marcondes Filho / Fotos: Divulgação