Olá Geekers amados!
Como vocês estão?
Vamos falar um pouco daqueles personagens que antigamente eram fáceis de se identificar. Eram maus e pronto! Mas que hoje em dia, tecem uma teia psicológica, com meandros de perversidade entranhadas em passados tenebrosos, ou educações escabrosas.
Estamos falando dos…:
Vilões no Universo Geek, clássicos e modernos
O universo geek é repleto de heróis icônicos, mas os vilões também têm um papel fundamental na construção das histórias que tanto amamos. Ao longo das décadas, vimos uma evolução clara na maneira como os antagonistas são retratados, saindo de figuras unidimensionais para personagens complexos, multifacetados e, por vezes, tão carismáticos quanto os heróis.
A complexidade dos “vilões” hoje em dia, envolvem camadas e camadas de tons psicológicos que fazem muitas vezes até vilões “dúbios”, ou seja, já não se sabe ao certo “ até que ponto” são vilões, ou vítimas da sociedade, ou de uma educação errônea.
Em tempo: Dúbio: sujeito a diferentes interpretações; ambíguo
Neste artigo, vamos explorar essa evolução, comparando vilões clássicos como Dr. Smith e Pinguim com antagonistas modernos como Thanos e Homelander.
Em tempo: Antagonista: 1. que ou o que age em sentido oposto; opositor. 2. que ou aquele que é contra alguém ou contra alguma coisa; adversário.
Darth Vader
Darth Vader é, sem “sombra de dúvida”, um dos vilões mais emblemáticos do cinema. A partir de Star Wars: Uma Nova Esperança (1977), Vader não apenas simbolizou o medo e a dominação, mas também representou a luta interna entre o bem e o mal. Sua trajetória de queda e redenção reflete temas universais que cativaram o público por gerações. No entanto, quando Vader foi introduzido, sua motivação parecia simples: servir ao Imperador e espalhar o medo. Somente com o tempo e a expansão da história descobrimos sua complexidade, um ciclo que culmina em sua redenção no final de O Retorno de Jedi (1983). (também, quem diria que ele seria pai de alguém tão herói)
Dr. Smith
Na série original de Perdidos no Espaço, o Dr. Smith era um vilão notoriamente traiçoeiro. (quem não se lembra do robô da família gritando: “Perigo, perigo”, era demais !) Embora fosse um gênio manipulador, suas motivações eram, de certa forma, egoístas e baseadas na sobrevivência. Ao contrário de “vilões modernos”, ele não buscava dominar o universo ou destruir a humanidade; em vez disso, ele estava constantemente tentando salvar sua própria pele, sendo egoísta e manipulador ao máximo. A versão moderna de **Perdidos no Espaço** trouxe uma releitura mais sombria e psicológica de Dr. Smith, com o personagem (agora uma mulher, interpretada por Parker Posey) sendo mais calculista e inescrupuloso, o que reflete a tendência atual de dar mais “camadas” aos vilões. Parker Posey diz que a sua personagem é quebrada, teve a “família destruída” e está tentando descobrir quem é. Ela também diz que a personagem não é puramente má, mas que sabe brincar e jogar com a situação.
Pinguim
Pinguim, o famoso vilão do universo do Batman, é outro excelente exemplo de como os vilões evoluíram. O gangster “carismático” de Gotham. Nas primeiras representações, ele era um criminoso excêntrico, com seus guarda-chuvas e trajes de gala, representando mais uma ameaça cômica do que um perigo real. Contudo, com o passar do tempo, especialmente em séries como Gotham, vimos o Pinguim ganhar uma nova profundidade. Ele deixou de ser apenas um personagem bizarro para se tornar um mafioso calculista, ambicioso e extremamente carismático, que sobe ao poder nas ruas de Gotham. A dualidade entre sua aparência caricata e sua inteligência estratégica reflete o quanto os vilões se tornaram mais complexos.
O Novo Vilão
Thanos
Thanos, salvador ou tirano? Se vilões clássicos tinham motivações simples, como ganância, dominação ou destruição, vilões modernos muitas vezes são movidos por uma “moral distorcida”. Thanos, o principal antagonista da saga Vingadores da Marvel, é o exemplo perfeito de como os vilões contemporâneos foram moldados à complexidade. Ele acredita estar salvando o universo ao eliminar metade de sua população, uma motivação que, na mente dele, o coloca como “herói” de sua própria narrativa. O público pode até discordar de seus métodos, mas sua motivação é construída de forma tão detalhada que, em alguns momentos, chega a despertar empatia. Difícil, difícil…..
Homelander
O herói que é vilão. Na série The Boys (muito boa por sinal), o personagem Homelander representa a evolução do vilão moderno de forma assustadora. Ao contrário de antagonistas clássicos que eram claramente vilões, Homelander é o oposto: ele parece ser o herói perfeito, mas, nos bastidores, é corrupto, narcisista e perigoso. A série aborda temas como o abuso de poder e a corrupção das figuras de autoridade, temas extremamente relevantes na sociedade atual, o que torna Homelander um dos vilões mais fascinantes e temidos do momento.
Super-Homem e Seus Vilões
O Super-Homem é o primeiro super-herói, e o herói definitivo do universo DC, e ao longo dos anos, ele enfrentou vilões que variam desde magnatas da indústria até alienígenas superpoderosos. O arqui-inimigo de Clark Kent, Lex Luthor (talvez o mais famoso vilão da DC), começou como um cientista louco, motivado pela inveja e desejo de poder. Com o tempo, no entanto, Luthor evoluiu para um personagem que acredita genuinamente estar “protegendo” a humanidade da influência alienígena de Super-Homem. Sua luta não é mais apenas pelo poder, mas por uma visão distorcida de justiça e preservação da espécie humana.
Já Zod, o general kryptoniano, compartilha da mesma moral distorcida. Em filmes como O Homem de Aço (2013), Zod acredita que está salvando seu povo e seu legado, o que lhe confere um senso de dever nobre, embora suas ações sejam catastróficas. Esses vilões representam uma tendência atual de dar aos “antagonistas”, motivações que, em suas mentes, são moralmente justificáveis.
Homem-Aranha e o Multiverso de Vilões
No universo do Homem-Aranha, vilões como Duende Verde e Dr. Octopus também refletem essa evolução. No início, esses personagens eram retratados de maneira mais simples: o Duende como o típico louco poderoso e Octopus como o cientista maluco. Entretanto, versões modernas, como nos filmes de Sam Raimi e no universo atual do MCU, exploram suas origens de maneira mais profunda. Norman Osborn (Duende Verde) se torna uma figura trágica, e Otto Octavius (Dr. Octopus) é um homem dominado por sua criação, criando um vínculo “emocional” mais forte com o público.
Vilões Geeks que Simbolizam Nossa Sociedade
Além de vilões populares como Joker, que se reinventa constantemente (inclusive em obras como o filme de 2019 com Joaquin Phoenix), podemos observar como a cultura geek abraça antagonistas que, de alguma forma, refletem medos e angústias contemporâneas. Vilões como Erik Killmonger em Pantera Negra representam a luta contra injustiças históricas, enquanto personagens como Vulture, de Homem-Aranha: De Volta ao Lar, refletem as dificuldades da classe trabalhadora em um mundo controlado por grandes corporações.
Vilões, é um assunto que dá para vária colunas. Talvez essa seja a primeira parte. Mas uma coisa podemos concluir, os “vilões” hoje são ponto estratégico para faturamentos melhores em filmes com orçamentos milionários. Talvez personagens muitas vezes mais importantes do que os próprios protagonistas, sendo que acontecem Spin offs de vários, pela notoriedade que constroem. Viraram personagens primordiais, mais do que a própria Malévola, ou a rainha Má, que eram más de verdade, e não tinham nenhum histórico ou fachadas psicológicas para explicar suas maldades, simplesmente eram por que eram más.
Simples assim…..só que não….! Aguardem próximos episódios!
Obrigado a todos que estão sempre lendo essa coluna.
KeepFun!
KeepGeeking!!
KeepRocking!!!!!
Fontes: wikipedia.org, batman.fandom.com, uai.com.br, olhardigital.com.br
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Por Celso Marcondes Filho / Fotos: Divulgação