Olá Geekers amados!
Hoje começo a coluna, com um sentimento um tanto “amargo” na garganta (mais do que senti na Dengue que peguei).
Quando me deparei com a notícia de um adolescente de 16 anos, que tirou a vida do pai, da irmã e da mãe, por supostamente ter ficado sem o celular, por algum castigo, fiquei perplexo.
Logicamente isso “assusta” e nos dá um sentimento de “interrogação”, pois não há parâmetros saudáveis onde você encontre respaldo para “diagnosticar” tal situação.
Nesse momento já vem à tona, um assunto que está mais do que atual “ultimamente”, o da saúde mental.
Acredito que estamos vivendo momentos de crise e degradação em vários setores da vida cotidiana do ser humano e das relações pessoais, e nunca dantes vividos.
Tudo isso é um reflexo, também, de muitos estímulos absurdos que nossa juventude está recebendo e da distorção de valores absurda, que nossa sociedade está sofrendo.
“Vício digital”, já é estudado há décadas, pois já se visualizava tal panorama. Mas acredito que estamos “surfando” em patamares “inimagináveis”.
Também temos que avaliar a situação inclusa no acontecido, a espera do adolescente pela mãe para consumar o fato, pois primeiro ele matou o pai e a irmã, e esperou a mãe chegar do trabalho para matá-la também.
Tudo isso é um conjunto de fatores que somados, distorcem a realidade de toda uma geração que consome diariamente como “adictos”, tecnologias que se tornam nocivas.
Mas temos que também levar em consideração a “acomodação” de certos pais ou responsáveis, por deixar crianças chegarem nessa situação.
Não sei se se aplica a esse caso, mas levanta uma discussão que devemos ficar “sempre alerta” (como o lema dos escoteiros), com todos que conhecemos e estão vulneráveis.
Pensando nisso “tuuuuudooo”, a cabeça foi longe, e quando me dei conta, estava pensando no mais insano de todos os vilões “humanos” que conhecemos, o “Coringa”.
O Coringa é, sem dúvida, um dos vilões mais icônicos do universo dos quadrinhos. Criado por Bill Finger, Bob Kane e Jerry Robinson, ele fez sua primeira aparição em “Batman #1” em 1940. Desde então, o personagem passou por diversas transformações, mantendo sempre sua essência “caótica e imprevisível”.
O Coringa não busca poder ou riqueza; seu “objetivo” é espalhar o caos e provar que qualquer um pode ser levado à loucura.
Essa visão é inquietantemente semelhante a certos criminosos contemporâneos que cometem atos de violência para transmitir uma mensagem ou causar desordem. A motivação por trás desses crimes muitas vezes reside em uma profunda “desconexão com a sociedade”, (o que causa o vício digital) semelhante ao que vemos no Coringa. Ele é um produto de uma sociedade que falhou em reconhecer e tratar suas “próprias feridas”.
Muitos assassinos em série e criminosos violentos da atualidade compartilham um histórico de isolamento social e problemas de saúde mental. A história do Coringa, especialmente em “A Piada Mortal”, mostra como um indivíduo pode ser levado ao limite devido às circunstâncias adversas e à falta de apoio ou “acompanhamento”. Da mesma forma, muitos crimes hediondos que vemos nas notícias são cometidos por indivíduos que foram marginalizados, “ignorados” (principalmente os jovens) ou maltratados pela sociedade.
A representação do Coringa nos quadrinhos e nos filmes, como em “Coringa” (2019) com Joaquin Phoenix, coloca um holofote sobre a saúde mental. O filme, em particular, explora a descida de Arthur Fleck à loucura (um comediante de stand-up fracassado e mentalmente doente que trabalha como palhaço para uma agência de talentos), destacando a falta de recursos e apoio para aqueles que lutam com problemas psicológicos. Isso ressoa fortemente também com a realidade atual, onde muitos sistemas de saúde mental estão sobrecarregados e subfinanciados, deixando inúmeras pessoas sem o cuidado necessário.
Uma das mensagens mais poderosas do Coringa é sobre a indiferença da sociedade. Ele é o resultado de uma sociedade que não se importa, que marginaliza e estigmatiza os “vulneráveis”. No mundo real, essa indiferença pode levar a tragédias. O caso de muitos atiradores em massa, por exemplo, revela um padrão de negligência e falta de intervenção precoce. Onde se “encaixa” também o “vício digital”, que pode ser por games extra violentos. Quando a sociedade ignora os sinais de alerta, o resultado pode ser devastador, tanto na ficção quanto na “realidade”.
Agora, sem “xurumelas”, vamos discorrer aqui um pouco sobre esse vilão tão “polêmico”, e talvez por causa disso, tão lembrado e revisitado.
Seguem algumas curiosidades sobre o “dito cujo”:
– O VISUAL do Coringa foi inspirado pelo personagem Gwynplaine do filme “O Homem que Ri” (1928), interpretado por Conrad Veidt. Gwynplaine é um homem com um sorriso permanente esculpido em seu rosto, uma imagem que se tornou emblemática para o Coringa. Foi feito um “remake” em 2012, e a história original é de Victor Hugo escrita em 1869 (vale a pena assistir o remake)
– A ORIGEM do Coringa é envolta em mistério. A história mais famosa, contada em “A Piada Mortal” de Alan Moore, revela que ele era um comediante fracassado que se tornou o Coringa após um acidente químico. No entanto, o próprio personagem afirma que prefere sua história como “uma múltipla escolha”.
– PERSONALIDADE. Originalmente, o Coringa foi criado para ser um assassino psicopata. No entanto, durante a era da censura dos quadrinhos na década de 1950, ele foi transformado em um palhaço inofensivo. Só nos anos 70 ele voltou a ser o vilão sinistro que conhecemos hoje. (e hoje então, “nem se fala”)
– No CINEMA, o Coringa foi interpretado por vários atores talentosos ao longo dos anos. Cesar Romero foi o primeiro a trazer o personagem à vida na série de TV dos anos 60 (inesquecível). Jack Nicholson deu uma performance icônica no filme de Tim Burton de 1989, trazendo uma mistura de humor e terror. Heath Ledger elevou o personagem a um novo patamar em “O Cavaleiro das Trevas” (2008), com uma interpretação sombria e perturbadora que lhe rendeu um Oscar póstumo, pois faleceu logo depois da conclusão do filme. Jared Leto trouxe uma versão mais moderna e controversa em “Esquadrão Suicida” (2016). Recentemente, Joaquin Phoenix explorou uma faceta mais humana e trágica do personagem em “Coringa” (2019), também ganhando um Oscar por sua atuação. Talvez a mais inquietante atuação até hoje. Com certeza digna do “Oscar” ganho.
– A RISADA do Coringa é uma de suas características mais marcantes, desde Cesar Romero. Cada ator que interpretou o personagem trouxe sua própria versão, tornando a risada uma assinatura única de sua interpretação. (na minha opinião, a mais “desconfortante”, “inquietante” e “louca”, foi realmente a de Joaquin Phoenix).
– Nos QUADRINHOS recentes, o Coringa continua sendo uma figura central. Histórias como “Morte da Família” e “Guerra de Piadas e Charadas” exploram seu impacto profundo na vida do Batman e de Gotham.
– SOBRENATURAL Em algumas histórias, o Coringa é retratado como uma espécie de entidade eterna, quase sobrenatural, que representa o caos puro. Esse aspecto é explorado em “Endgame”, onde ele é retratado como um ser imortal.
– A INFLUÊNCIA do Coringa transcendeu os quadrinhos, tornando-se um ícone cultural. Sua imagem e filosofia têm sido “analisadas” em diversas mídias, de livros acadêmicos a filmes e séries de TV.
– SOLITÁRIO, só que não. Apesar de ser um vilão solitário, o Coringa às vezes faz parcerias com outros vilões. Sua relação com Harley Quinn ou “Arlequina”, criada na série animada de 1992, é uma das mais complexas e populares. E se estendeu ao filme “Esquadrão Suicida”. Eles se conheceram no Asilo Arkham. Coringa estava internado e Arlequina era funcionária do local. Assim a história diz que ambos realmente se apaixonaram neste encontro. Com todo esse amor, Arlequina também entra para o mundo do crime ao resgatar Coringa do asilo.
– A RELAÇÃO entre o Coringa e o Batman é muitas vezes descrita como uma dança eterna entre ordem e caos. O Coringa acredita que ele e o Batman são duas faces da mesma moeda, cada um dando sentido à existência do outro. Um contexto que perdura até hoje, desde os tempos de Adam West e Cesar Romero (Batman de 1966).
– FUTURO, o Coringa continua a ser uma fonte inesgotável de histórias e interpretações. Com cada nova versão, vemos diferentes aspectos de sua personalidade e impacto, garantindo que ele permaneça um vilão relevante e fascinante.O Coringa é mais do que apenas um inimigo do Batman; ele é um símbolo do caos e da loucura, um reflexo distorcido da ordem que o Cavaleiro das Trevas tenta impor. Sua história e suas inúmeras representações no cinema garantem que ele continuará a aterrorizar e fascinar o público por muitos anos.
O Coringa não é apenas um vilão de quadrinhos; ele é um espelho sombrio da nossa própria sociedade. Ele nos força a confrontar nossas próprias falhas e a considerar as consequências de ignorar os mais “vulneráveis” entre nós.
Enquanto continuamos a enfrentar desafios relacionados à saúde mental, desigualdade e violência, é crucial lembrar as lições que personagens como o Coringa nos ensinam sobre compaixão, apoio e a importância de uma sociedade inclusiva, e mais atenta ao “bombardeio” que está sujeita várias gerações de jovens, que são o nosso “futuro”.
Aguardem e fiquem atentos com o advento da IA, ou AI. Está rápido demais.
Muita, mas muita coisa mesmo está por vir!!!!!
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Fontes: saber-curiosidades.blogspot.com, sabedoriaecia.com.br, planocritico.com, wikipedia.org
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26 de maio – BAZAR GEEK 7ª EDIÇÃO – São Paulo – SP – @animefaireventos
Por: Celso Marcondes Filho / Fotos: Divulgação