Bom dia, leitores! E antes que as feministas peguem no meu pé, e encham a caixa de mensagem da redação de impropérios, bom dia leitoras, queridas! Aceitam um cafezinho?
E acreditem! Na manhã ensolarada de ontem, tipo 7 da matina, o horário que até bem pouco tempo, a galerinha ia pra escola, eis que um pato desfilava sua elegância patolina pela Avenida 8 com as ruas 10 e 11, no bairro Santa Cruz. Não era o Pato artilheiro, ex-tricolor paulista, genro do Silvio, oi! Não. Era um pato, mesmo. Com suas penas sedosas e reluzentes à luz do sol escaldante.
Bom, sejamos honestos, jeitão de lorde, este pato tinha. Um pato preto, bonito que só vendo. Tão elegante que parecia o finado Clóvis Bornai, a exibir pelos salões dos clubes refinados, suas plumas e paetês, nos bailes carnavalescos de outrora.
O fato, digo, o pato, chamou a atenção dos motoristas que trafegavam pela Avenida 8, naquele horário, indo para o trabalho. E, também, dos motoqueiros, e dos ciclistas, e dos pedestres, e da senhora moradora ali perto, que tudo observa e comenta à boca miúda, com suas colegas de fofoca. Minto. Ela perdeu o pato, digo, o fato. Bem feito! Kkk
O pato, então, muito educadamente, para não atrapalhar o trânsito, aceitou a sugestão de meu amigo Adalberto, o santista, e foi para a calçada, e dali, para o muro do colégio Dom Bosco, onde pude observá-lo mais atentamente. Trocamos uma ideia, eu e o Sr. Pato.
Vejam, costumo conversar com os animais. Adoro fazê-lo. Ainda mais, depois que descobri que, atualmente, o diálogo é mais proveitoso, do que aquele travado com outra espécie animal, conhecida como ser humano. Os bichos são mais compreensivos e atenciosos, e sabem guardar segredo.
Mas, o Sr. Pato, parecia ter algo mais precioso a fazer do que trocar confidências com um escritor relapso, à procura de ideias, que teimam não aparecer. De repente, o danado pulou para dentro do colégio e assim terminou a nossa prosa.
Soube depois, que o pato não foi para a panela. Aleluia! Voltou para o dono, que não é outro senão o Vartão vascaíno, que o tem em grande estima, mas esqueceu de lhe cortar as asas, este mês.
Pobre pato. Voltou ao cativeiro. Mas, pensando bem, antes isso que a panela. Quem sabe, a gente não se esbarra por aí. Nessa bendita Avenida 8, tem de tudo, véia fofoqueira, aposentados e não bastasse, já foi visto por aqui, também, um gambá. Foi até filmado pelo santista, meu amigo. Deu o que falar. Uma rodada de cerveja no bar do Bolinha, e alguns sopapos, encerrou a discussão.
Porém, o mais agradável dessa história toda, devo dizer, são os pássaros. Bem-te-vis, andorinhas, pardais, coleirinhas, pombas, rolinhas, maritacas, pica-paus, beija-flores, tem de tudo. São bem vindos e alegram o nosso dia, tornando-o, inclusive, mais bonito.
Tem também, gaviões. E urubus, sobrevoando os arredores. E tudo por causa das árvores do Grêmio Recreativo. Tem uma, essa que fica para os lados da Avenida 8, que serve como hotel para a passarada, com serviço de primeira classe. É alta, cheia de galhos, a copa encorpada, uma beleza.
Então, observo todas essas coisas, todos os dias, e me pergunto: Se a natureza é tão bela, porque encerra tanto sofrimento? Talvez, porque este mundo, ainda desconheça, a plenitude do amor. Pois, ainda está por vir o dia que o ser humano, entenderá o seu espaço e a sua finalidade neste mundo, respeitará a natureza, terá gratidão por ela, e juntos, viverão em paz, e felizes. Não hei de ver esse dia. Mas, sonho com ele. Acabo de fazê-lo agora. Um ótimo dia, leitores e leitoras do Diário. Nos vemos daqui a duas semanas. Até lá! E cuidem-se bem.