Nos últimos meses tenho sido procurado por empresas que estão buscando melhorar e desenvolver suas estruturas de liderança.
Como venho “batendo nessa tecla” já faz algum tempo, não me causa surpresa que as organizações comecem a entender que a diferença, daqui para a frente, será de fato as competências e habilidades dos seus líderes.
Um estudo realizado pelo Institute for Business Value da IBM, que reuniu 3000 CEOs de todo o mundo inclusive do Brasil, mostrou que entre os maiores desafios para os próximos anos estão: o repensar uma nova forma de liderar e a necessidade de mudar a mentalidade da liderança.
Sabemos que o pós crise exigirá esforços de todos nós, mas, especialmente, quando olhamos para a economia das empresas que permanecerem no mercado.
Independente das questões políticas, ideológicas ou outra qualquer, sabemos que grande parte do que estamos vivendo é fruto da incompetência dos líderes que querem impor suas soluções e se esquecem que os representantes escolhidos pelo cidadão tem uma responsabilidade maior como liderança em suas determinadas esferas.
Quando estudamos os conceitos e a tipologia da liderança, e isso requer muito estudo, fica muito claro que não existe uma única forma de liderar e, que o estilo empregado depende muito da situação, do perfil do liderado e também das características do próprio líder.
Na medida em que o tempo passa, a sociedade se modifica, se recicla e traz consigo novas expectativas e novas necessidades; e tudo isso impacta a forma de liderar. Podemos entender isso, como sendo um ciclo.
É neste ponto que a pesquisa da IBM é importante. Ela aborda como foco principal o pensamento dos CEOs de que a relevância pós crise se dará para os profissionais com múltiplas habilidades.
Na verdade é o ciclo retornando a um ponto já vivido, ou seja, a necessidade de termos profissionais “polivalentes” como eram chamados a tempos atrás. Hoje esses mesmos profissionais receberam o nome de “multifacetados” ou profissionais de “habilidades e competências híbridas”.
No caso da liderança isso se torna ainda muito mais significativo, uma vez que os requisitos que são exigidos do líder estão em sua quase totalidade centrados no relacionamento.
Daqui para frente, a competência do líder será medida por sua capacidade de compreender as necessidades das pessoas e de extrair delas seu maior potencial, é a pura gestão de talentos. Na prática é a capacidade de formar equipes de alto desempenho.
O conceito de liderança agora é o de conquistar melhores resultados com as pessoas e não através das pessoas. Quando o líder não entende de gente, não adianta entender de técnica.
Desta forma saber fazer, do ponto de vista operacional, perde cada vez mais relevância na função do líder, pois não é isso que define a habilidade da liderança. Este é um dos pontos que estão presentes na concepção daquilo que os CEOs chamam de “repensar uma nova forma de liderar”.
O outro ponto abordado pelos executivos é da “necessidade de mudar a mentalidade da liderança”. A própria sobrevivência das organizações passa por uma liderança que tenha uma clara noção de que sua função mudou.
Na verdade o que se espera do líder hoje é que ele entenda a sua nova função. É preciso ter a percepção de que seus liderados têm outras aspirações e que ele é um apoiador, um facilitador para que eles possam atingi-las.
A nova mentalidade que se espera do líder é de que ele compreenda a importância e a necessidade de reaprender a liderar. Esse reaprender exige que o líder aja de forma a apoiar e incentivar o trabalho coletivo e colaborativo, fomentando o desenvolvimento das pessoas e, como consequência, dele próprio.
Nunca houve uma oportunidade tão grande para o repensar dos desafios e da necessidade de mudança no comportamento das lideranças, e talvez não tenhamos uma outra.
Até…
O autor é conferencista, palestrante e Consultor empresarial. Autor do livro Labor e Divagações. Envie suas sugestões de temas para o prof. Moacir. Para contatos e esclarecimentos: moa@prof-moacir.com.br / Viste: www.prof-moacir.com.br