Adotar um sistema de gestão que garanta o incremento de produtividade e que permita às empresas aumentar seu market-share – sua participação no mercado, e como consequência melhorar seus níveis de lucratividade, tem sido uma busca incessante das organizações.
Para conseguir atingir esse desafio é necessário, porém, que o sistema de gestão tenha como princípio uma diretriz sistemática que alcance todos os níveis organizacionais.
Nos anos 90, principalmente, as organizações influenciadas pelos resultados conseguidos pelas empresas japonesas adotaram metodologias cuja essência estava centrada nos preceitos da qualidade.
As rotinas dessas organizações passaram então a ter como foco a mudança de comportamento, a qualidade dos produtos e o processo de melhoria continua. Apesar de esse movimento ter tido muito impacto na maneira com que as organizações eram geridas, os modelos eram distintos, em função da “escola” que a influenciara.
Empresas que buscaram utilizar as ferramentas e programas baseados no CCQ, no Kaizem, no 5S e no Sistema Toyota de Manufatura – para citar alguns, tinham na escola japonesa seu direcionamento.
Já aquelas empresas que sofreram forte influencia da escola americana optaram pela implementação do Lean Manufacturing, dos critérios dos Prêmios da Qualidade e da Manufatura de Classe Mundial – o WCM.
Por outro lado, várias empresas tiveram na escola europeia seu principal norteador da gestão e neste caso tinham em sua base as Normas ISO como padrão.
Nos dias de hoje, os princípios da Qualidade continuam norteando os modelos de gestão das organizações que são referência em seus respectivos segmentos, mesmo que a nomenclatura ou o título do modelo tenha mudado.
Ainda que várias empresas não admitam explicitamente a gestão pela qualidade ainda é um fator fundamental e uma necessidade para as empresas que desejam sobreviver no mercado de muita competição e de grande competitividade.
Quem busca a excelência não pode tratar a gestão como uma via de mão única, ou seja, é necessário que haja uma visão sistêmica dos processos, sem o que se corre o risco de deixar aspectos relevantes sem o foco devido.
Isso é particularmente percebido nas empresas que tratam a qualidade somente sob a ótica da salva guarda ao cliente e deixam para trás um dos itens mais importantes e que está na essência da gestão pela qualidade, qual seja a mensuração dos resultados.
Quando as empresas e seus profissionais decidem por estabelecer sua gestão pelos preceitos da qualidade é preciso ter em mente que seu principal benefício está em reduzir os custos da não qualidade.
A questão qualidade, sob o ponto de vista do conceito, é uma matéria inesgotável, ainda que por desconhecimento algumas organizações e profissionais tenham imputado algum desgaste ao tema.
Por Prof. Moacir Martins Junior
Professor, Conferencista e Consultor empresarial. Autor do livro Labor e Divagações.