Muito difícil será que um bom jornalista das antigas não coloque o escritor e também jornalista Ernest Hemingway como uma de suas principais referências.
O estilo simples e direto, porém vigoroso, do autor de Por Quem os Sinos Dobram, Adeus às Armas, O Sol Também se Levanta, e O Velho e O Mar, seus melhores livros, deram ao escritor americano o prestígio que dura até hoje, mesmo passados 58 anos de sua morte completados no último dia 2.
Hemingway quase fechou com chave de ouro o ciclo virtuoso estabelecido, anos depois, por seu compatriota Jack Kerouac que dizia ter como objetivo de vida: escrever livros, viver intensamente, morrer feliz. A última etapa desse ciclo faltou a Ernest Hemingway, porque não é feliz quem dispara um fuzil de caça contra o céu da boca, numa manhã de julho.
Escrever livros pode ser ótimo, e para Hemingway foi, porque lhe deu fama e fortuna. Seus principais livros, além de venderem horrores em todo mundo, foram levados às telas do cinema e assim, ganharam popularidade ainda maior.
Expor-se aos perigos e vencer desafios eram características da personalidade de Hemingway. O sucesso, talvez, o tenha levado a desprezar os limites da condição humana. Foi derrotado pelo alcoolismo e pela diabetes. Suspeitava-se que sofria também de hemacromatose, uma doença hereditária causada pelo acúmulo excessivo de ferro no organismo.
Hemingway amou demais e foi além do seguro e do recomendável em suas paixões, a literatura entre elas. Teve quatros casamentos, todos fracassados. Elizabeth, Pauline, Martha e Mary. Esta última, o acompanhou até o fim, com abnegação e estoicismo invejáveis. Dessas uniões, resultaram três filhos: Jack, Patrick e Gregory. Os filhos de Hemingway são um caso à parte, dariam um livro.
Hemingway viveu entre 1939 a 1960, em Cuba, e desse período feliz de sua vida, destaca-se a amizade com Gregório Fuentes, o capitão de Pilar, o barco de pesca do escritor, que ficava atracado em Cojimar, uma pequena localidade de pescadores a 7 km de Cuba.
Ali, há um pavilhão de frente para o golfo com o busto de Hemingway, que teria se inspirado na atmosfera da cidadezinha para escrever “O Velho e o Mar”, o livro que lhe daria o Prêmio Nobel de Literatura, em 1954.
A propriedade de Hemingway em Cuba, localizada na ilha de São Francisco de Paula, foi batizada pelo escritor como Finca La Vigia, e hoje abriga o Museu, pertencente ao estado cubano, e leva o nome de Ernest Hemingway.
É um local bonito e agradável, onde leitores e admiradores do escritor podem ter contato com objetos que a ele pertenceram e, com um pouco de sorte, reviver a atmosfera do local, quando seu antigo dono ainda estava por lá.