Chega a dar asco. Em meio a uma pandemia que já ceifou milhares de vidas mundo afora, o Brasil, esse nosso triste e complicado país, é vítima de um presidente néscio que não está nem aí pra gente e faz dos acontecimentos um palco onde brilha a sua insana mediocridade, faz da crise um palanque porque sente ciumezinho dos governadores, disfarçando que está preocupado com a economia. É o nível mais sórdido, o degrau mais baixo para se fazer política.
Desde que comecei a escrever aqui neste Diário, prometi a mim mesmo que não ia mais entrar em questões políticas, mas chegamos a um nível insuportável. Que fique bem claro àqueles que vão me atacar: não sou partidário do PT nem de qualquer outro partido de oposição.
Para qualquer setor onde olhamos, não há nenhum avanço. O tal governante diz-se preocupado com os empregos, mas antes mesmo do Coronavírus éramos mais de 13 milhões de desempregados. Aí você, leitor, poderá pensar: Ah, mas isso era herança do governo anterior. Meu Deus, todos repetem a mesma ladainha!
Chega a dar nojo, Bolsonaro com seu cabelo oleoso, seu aspecto bilioso, todos os dias fazendo suas lives, destratando pessoas, jornalistas que, também acovardados, poderiam reagir aos insultos. Também que fique claro: não sou defensor de João Doria e de nenhum político.
Não tenho político de estimação. Por que não fica calado? Porque ele vive uma fantasia que sonhou por toda a vida: a de um dia ter voz de autoridade, ainda que ilusória sobre aqueles que o oprimiam. Ou qual a explicação para ter nomeado tantos militares de alta patente em seu entorno? Se a de Lula era roubar, a fantasia de Bolsonaro é querer mandar, chegar em casa à noite e se auto-enganar de que deu as ordens e todos baixaram a cabeça.
Um caso clássico freudiano e que, pela posição de destaque, atrai tantos outros fracassados mentalmente, como seus seguidores que tentam, ingênuos, disfarçar a decepção e defendê-lo com interpretações indesculpáveis daquilo que ele vomita todos os dias em nossos ouvidos? E a moda antiga de culpar a imprensa? Todos sempre fizeram isso. Muitas vezes culpar a imprensa é como culpar a janela pela paisagem ruim que está lá fora.
Quando vamos ter políticos à altura do povo brasileiro, que verdadeiramente estejam envolvidos em resolver os problemas graves de nossa sociedade? Até quando nós vamos aceitar tudo bovinamente? Tenho muitos amigos que defendem este que está aí. Vão se afastar de mim depois dessa crônica? Pois fazem muito bem. Já não aguento mais vocês.
Uma simples postagem nas redes sociais já é motivo para mil e um comentários, um pior que o outro. Podemos e devemos ser melhores que isso! Precisamos de críticas mais sensatas, menos partidárias, menos apaixonadas para construir lideranças que realmente mereçam os cargos que lhe damos. Aos mais sensíveis, me perdoem o tom.