O passado hoje tem cor e movimento. É diferente daquele que as primeiras gerações do século XX tiveram contato. As recordações vinham das gravuras dos livros, das pinturas nas telas que nem sempre retratavam a verdade. Vieram depois da cor sépia das fotografias. Mas, então, surgiram os filmes. Primeiro, mudos e, em preto e branco.
A vida copiada para as grandiosas e, em princípio, assustadoras telas das salas de cinema, ganharam em pouco tempo voz e cor. Ninguém sabe exatamente como morreu Alexandre, o Grande. Mas o assassinato do presidente Kennedy está registrado para a eternidade.
O passado em, cor e movimento não deixa dúvida de que os fatos, de fato, aconteceram. Ainda que possam ser interpretados das mais diversas maneiras, o que é um direito e um dever do ser pensante e livre que é o ser humano.
Porém, agora, surge a Inteligência Artificial que, descortina um mundo de possibilidades que, nos leva a questionar o que é realidade. Não é exagero pensar que, para espíritos como nós, vivendo em um mundo tridimensional, onde nossa percepção está condicionada à tríade começo, meio e fim, a realidade seja apenas uma questão de perspectiva, porque a realidade, para nós, está restrita àquilo que podemos ver e sentir e interagir.
E isso, é bem pouco, é uma capacidade bastante reduzida, paupérrima, quase nula do espírito, quando na condição humana, se comparado à tudo o que existe e possa existir no Universo.
Todo avanço tecnológico implica necessariamente em uma questão moral que afeta a todos. Como lidar com isso, é algo que ainda precisamos aprender. Mas, ao mesmo tempo, é o desafio inadiável, que temos diante de nós.
Por Geraldo Costa Jr. / Foto: Imagem ilustrativa/Reprodução internet