A Pró-Reitoria de Administração da UFSCar quebrou o silêncio e informou em nota ao Centenário os bloqueios realizados pelo governo Bolsonaro (PSL) no orçamento da universidade federal.
“Em 02/05/2019, foram identificados os seguintes bloqueios orçamentários no sistema Siafi, o qual é usado para toda operação de execução orçamentária e financeira: R$ 16.760.392,00 para despesas de custeio (32% do valor anual previsto) e R$ 2.722.324,00 para despesas de investimento (63% do valor anual previsto)”, explicou.
A assessoria explicou ainda que os recursos do custeio são utilizados para o funcionamento e manutenção da universidade. “Sendo empregados nos diversos serviços terceirizados: água, energia elétrica, material de consumo, etc”, esclareceu.
Já os recursos de investimento são destinados à aquisição de equipamento e realização de obras. “Não foi identificado bloqueio nos recursos do PNAES, destinados à assistência estudantil”, enfatizou.
A Pró-Reitoria lembrou que nos últimos anos já sofreu contingenciamentos de recursos semelhantes e atribuiu a continuidade dos trabalhos à gestão realizada. “Os quais foram revertidos em grande parte, como resultado da atuação da Reitoria.
Por esta razão, até o momento estamos trabalhando com a mesma perspectiva e fazendo gestões junto às diversas esferas de governo para garantir a normalidade de funcionamento da UFSCar no segundo semestre do ano corrente. Caso os bloqueios sejam mantidos nos níveis atuais, haverá necessidade de alterações profundas na condução de todas as atividades acadêmicas e administrativas da UFSCar”.
OPINIÃO
O professor da UFSCar, Vinício Carrilho Martinez, acredita que os cortes vão prejudicar o futuro das universidades. “Pelo presente, pode não haver futuro. Devemos pensar nisso. Como será o país daqui a 40 anos, se não temos garantia de que as instituições públicas de ensino permanecerão?”, questiona.
“Todas as questões, como formação, especialização, dedicação, aprimoramento contínuo, produção de conhecimento e saber, pesquisa e inovação, passa por definirmos o que será do país nos próximos meses, especialmente no que se refere à universidade pública e aos demais centros e instituições federais de pesquisa e de ensino”, opina.
CORTE
No dia 30 de abril, o governo Bolsonaro anunciou que todas as universidades federais do país iriam sofrer corte de 30% em seus orçamentos.
Nessa quarta-feira (8), outro golpe. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou que decidiu suspender a concessão de bolsas de mestrado e doutorado. O total de bolsas, as áreas de pesquisa e o valor congelado não foram divulgados.