Quem acompanhou a transmissão das 24h de Le Mans nas horas finais de domingo viu ser proclamada a vitória da equipe G-Drive Racing na classe LMP2.
Mas de nada adiantou a festa do trio Jean-Éric Vergne/Roman Rusinov/Andrea Pizzitola. Isso porque, houve uma suspeição ao longo da disputa da maior prova de Endurance do mundo, devido ao fato de que os reabastecimentos do carro eram muito mais rápidos do que o padrão dos demais competidores da classe LMP2. Eram segundos valiosos ganhos a cada parada, que se transformaram em uma vantagem de três voltas ao final da prova.
Como o sistema é por gravidade, a infração ficou ainda mais cristalina. O relatório dos comissários da FIA diz que “uma peça adicional usinada” não homologada pela entidade foi usada no restritor de fluxo e inserida na chamada “dead man valve”, aquela que encerra automaticamente o reabastecimento quando o tanque dos LMP2 – com 75 litros de capacidade – está cheio.
A ação da G-Drive e da TDS Racing foi posta em suspeição por observadores e pelos adversários – sem dúvida, Signatech-Alpine, Graff Racing e United Autosports estavam entre as partes mais interessadas, já que com a exclusão do vencedor #26 e do 3º colocado #28, todos ganhariam posições. E foi exatamente o que aconteceu.
Assim, o trio da Signatech-Alpine formado por Nico Lapierre/André Negrão/Pierre Thiriet é campeão da LMP2 nas 24h de Le Mans em 2018.
Negrão, aniversariante do domingo, ganhou um presente e tanto. Aos 26 anos, ele se torna o quarto brasileiro vencedor em La Sarthe, fazendo companhia a Thomas Erdos (LMP2 em 2005/06), Jaime Melo (LMGT2 em 2008/09) e Daniel Serra (LMGTE-PRO em 2017).
A Graff-SO24, que subiu ao pódio como 3ª colocada, passa à segunda posição com Tristan Gommendy/Jonathan Hirschi/Vincent Capillaire, sendo elevada também ao 6º posto da classificação geral. E a terceira posição acabou nas mãos do trio do #32 da United Autosports, composto por Will Owen, Hugo de Sadeleer e pelo colombiano Juan Pablo Montoya. A TDS Racing planeja recorrer da decisão.
Alonso – Na LMP1 Fernando Alonso, ao lado de Sebastien Buemi e Kazuki Nakajima, fez história na França ao vencer na categoria. Agora resta só a conquista das 500 Milhas de Indianápolis para completar a tríplice coroa.
O Rebellion #1, de Bruno Senna, André Lotterer e Neel Jani, fechou na quarta posição. O time enfrentou um grande contratempo na largada, quando Lotterer perdeu parte do bico e precisou fazer um pit stop de emergência ainda na primeira volta.
Felipe Nasr, que estreou na corrida com a Villorba Corse (equipe regular do ELMS), completou a prova na 14ª posição na categoria.
Nos GTs, o melhor ficou para o Porsche #92, de Laurens Vanthoor, Michael Christensen e Kevin Estre. Tony Kanaan, ao lado de Harry Thincknell e Andy Priaulx no Ford GT #67, fechou na quarta posição.
Pipo Derani foi sexto com a AF Corse-Ferrari #52, em companhia de Toni Vilander e Antonio Giovinazzi. Outro carro do time, com Daniel Serra, James Calado e Alessandro Pier Guidi, fechou em oitavo. Augusto Farfus, que retornou a Le Mans com a BMW em parceria com Antonio Felix da Costa e Alex Sims, abandonou no início da manhã após um acidente no turno do piloto inglês.
Por fim, na GTE-Am, melhor para o Porsche #77 da equipe Dempsey-Proton, com Matt Campbell, Christian Ried e Julien Andlauer, que ficou menos de uma volta à frente da Ferrari #54 encabeçada pelo ex-F1 Giancarlo Fisichella, Francesco Castellacci e Thomas Flohr.
Por E. Cortez