Falar dos problemas de trânsito no Brasil, na maioria das vezes são associados à negligência dos motoristas. E é por causa desse fator principal que uma via de Rio Claro é vista como perigosa por quem a utiliza ou reside nas proximidades. A avenida Saburo Akamine tem fluxo de veículos durante o dia todo, nos horários de pico como de manhã e fim de tarde o movimento aumenta. “Eu passo nesse trajeto quatro vezes por dia o fluxo de trânsito não é exageradamente intenso, porém carros e motos sobem e descem em velocidade alta”, afirma a dona de casa Márcia Maria Panciera.
Os fatos são relatados também pelo motorista José Cremonesi que mora na região. “Moro perto e sempre vejo batidas de veículos, passam em alta velocidade”, relata. O motorista relembra ainda de um grave acidente no passado. “Uma jovem perdeu a vida em um dos cruzamentos. Ela estava de biz foi atravessar e um motociclista que corria muito, atropelou a moça que tinha acabado de passar num concurso”, lamenta.
O técnico em automação Silvio Araújo também sempre passa pelo local. “O pessoal corre mesmo, muito movimento na Saburo Akamine, motorista não respeita”, lamenta Silvio que convive com a dor de já ter perdido uma irmã vítima de acidente de trânsito.
A autônoma Maria Amélia Victoriana aponta um trechos que para ela é um dos mais perigosos, na Saburo Akamine com a rua 25 do Santa Eliza. “Tenho medo desses cruzamentos, os carros vão e vem na mesma via para pegar a Saburo, é bem perigoso. Acredito que um semáforo poderia ajudar”, frisa Amélia.
Em um dos relatos está o do feirante Mauri Ferreira, já faz um tempo mas ele conta a imprudência de um condutor. “Quase fui atropelado. Um motorista embriago perdeu o controle e bateu na barraca, eu estava do lado. Me livrei por pouco”, relembra.
Ficar no local observando é fácil constatar os apontamentos. A velocidade permitida na via é de 50 quilômetros por hora, mas é visível que muitos motoristas não respeitam. Alguns reclamam da forma que os carros são estacionados na via, comprometendo a visibilidade e até dificultando o acesso à avenida. Nos cruzamentos carros que viram ao mesmo tempo para seguir direções opostas, tudo isso em horário de pico, oferece riscos.
Para o motorista José Cremonesi a solução seria ter radares na via. “O pessoal reclama de radar, mas se não for assim não tem jeito, ninguém respeita”, acrescenta.
Já para a dona de casa Márcia Maria Panciera tem outra opinião. “Não adianta mediante a incidência de acidentes, a prefeitura tomar providências como lombadas, balanças ou eventuais radares. Esses acidentes ocorrem por negligência do próprio motorista, o asfalto está em boas condições e não existem no momento buracos que justifiquem uma freada brusca. Entendo que o poder público tem obrigação de fazer sua parte, porém os motoristas por sua vez precisam parar de se comportar como crianças crescidas e se posicionarem como motoristas conscientes”, finaliza indignada com o caos do trânsito.
O Departamento de Mobilidade Urbana destaca que a via está devidamente sinalizada e para que os acidentes sejam evitados é fundamental que os motoristas respeitem a sinalização e as leis de trânsito. Radar móvel auxilia na fiscalização do trânsito no município, inclusive na via citada, para coibir eventuais imprudências no que se refere ao limite de velocidade. Em 2017 foram registrados 22 acidentes ao longo da Saburo Akamine. A prefeitura realiza monitoramento da via, assim como das demais ruas e avenidas do município, com o intuito de verificar a necessidade de eventuais intervenções.