Estudo realizado pela Varkey Foundation e revelado à Grande Imprensa na última quarta-feira (7) avaliou a percepção da sociedade acerca da profissão de professor em 35 países levando em consideração o Respeito, a Atratividade, a Remuneração e a Carga Horária.
Em uma escala de zero a cem, a China ficou com o 1º Lugar alcançando a pontuação máxima, enquanto o Brasil amargou a Lanterna com, pasmem!, míseros dois pontos! Em 2013, quando o levantamento do Índice Global de Status de Professores aconteceu pela primeira vez, à época com apenas 21 nações, o País aparecia na penúltima colocação, ou seja, caso daqui a cinco anos ocorra novamente a pesquisa, periga não entrar no Ranking! Por isso, são necessárias tomadas de medidas drásticas, urgentemente!
A coleta de dados avaliou a maneira como é enxergado o cargo e, nessa ocasião, foram entrevistadas mil pessoas de cada país com idades entre 16 e 64 anos. Entretanto, observe que o problema da Educação Brasileira é muito maior que o imaginado e dificílimo de resolver, pois envolve fatores que perpassam tanto agentes de dentro, quanto de fora da Escola. A Educação Superior foi transformada em um ‘direito’ pelos governos lulopetistas enquanto, na verdade, parafraseando o Professor Olavo, tem de ser um benefício proporcionado àqueles que estão comprometidos a exercerem uma função superior em benefício da sociedade. Com a falsa propaganda, a Intelligentsia Sinestromana deixou de investir na Educação Básica e, infelizmente, transformou o diploma em um canal, ainda que ilusório, de ascensão social.
E os erros cometidos nos últimos 16 anos não param por aí! O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – criado na Gestão do Ministro da Educação Paulo Renato Souza durante o governo Fernando Henrique Cardoso –, por exemplo, foi criado em 1998 apenas para avaliar a qualidade do Ensino Médio com o intuito de servir como base na elaboração de melhorias pontuais e estruturais através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Agora veja, em 2009, durante sua temporada à frente do Ministério da Educação, o poste Fernando Haddad introduziu um novo modelo de prova com a proposta de unificar o concurso vestibular das Universidades Federais brasileiras.
Com isso, o teste realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) Anísio Teixeira, que antes avaliava, o que, convenhamos, não era pouco, passou a ser uma porta de entrada ao Programa Universidade para Todos (Prouni), outro mecanismo criado com a Lei Nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005, com a intenção de propagar que o Brasil, que outrora era o País do Futuro, agora era um País de Letrados. O mais extraordinário de tudo isso é o Enem ser reconhecido, oficialmente pelo RankBrasil, como o segundo maior exame vestibular do Mundo, ficando atrás somente do ‘Gāo Kǎo’, exame final de seleção de universitários, adivinhem de onde? Isso mesmo, do Sistema Escolar da República Popular da China!
Por essas e outras, não canso de repetir que ainda que reze pela vulgata marxista, Cristovam Buarque apresentou a solução que atacaria o cerne do problema da famigerada Educação Básica. Lá em 2003, quanto atuou como Ministro da Educação do Governo de Luiz Inácio, o atual senador apresentou um Programa de Ação em três eixos (valorização, formação e motivação dos professores; universalização da educação; erradicação do analfabetismo) e dez estratégias (implantação da escola básica ideal; recuperação e ampliação física das escolas; fornecimento de livro didático; educação a distância; escola interativa; fortalecimento do ensino médio e profissionalizante; acesso ao livro; ampliação da merenda; garantia de uniformes; apoio à educação especial). Porém, à época, o Chefe da Nação que hoje repousa nauseabundo em Curitiba, não quis investir no que era realmente importante e optou por demitir, via telefone, o Professor Emérito da Universidade de Brasília (UnB).
O autor é Mestre em Divulgação Científica e Cultural pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp.