Ainda que tenha perdido a Eleição de 1989 e chegado a Presidência somente 13 anos depois, o Condenado de Curitiba demonstrou do que era capaz durante a campanha ao pleito lá naquele fim da Década de 1980!
Pois é, a Revolução Cultural Marxista projetada por Antonio Gramsci já estava incutida na mente e nas ações de Lula. A teoria prega que, primeiramente, antes de ocupar o Estado seria necessário ocupar os órgãos culturais.
Isso mesmo! De acordo com os ensinamentos de Gramsci, a estratégia precisava plantar pequenas mudanças no campo da cultura criando assim um novo pensamento hegemônico com o qual o povo não perceberia a tomada de assalto dos seus reais valores éticos e morais. Como bem definiu o Professor Olavo, “a Revolução Gramsciana estaria para a Revolução Leninista assim como a sedução está para o estupro, pois o Poder é o domínio sobre o aparelho de Estado, sobre a administração, o exército e a polícia, enquanto a hegemonia é o domínio psicológico sobre a multidão”.
A canção ‘Lula Lá’, por exemplo, – composta por Hilton Acioli e também conhecida como ‘Sem medo de ser feliz’ – foi entoada naquele fim da Década de 1990 como que um Especial Feliz da Rede Globo no videoclipe dirigido por Paulo José que contou com o coro afinadíssimo e impetuoso de inúmeros artistas globais entre os quais figuravam Adriana Esteves, Aracy Balabanian, Arlete Salles, Armando Bogus, Beth Carvalho, Betty Faria, Carla Marins, Chico Buarque, Chico Díaz, Cláudia Abreu, Cláudio Marzo, Cristina Pereira, Elba Ramalho, Eliezer Motta, Felipe Camargo, Flávio Migliaccio, Gal Costa, Guilherme Leme, Hugo Carvana, Joana Fomm, Jonas Bloch, José Mayer, Lídia Brondi, Lucélia Santos, Malu Mader, Marcos Paulo, Marcos Winter, Marieta Severo, Otávio Müller, Reginaldo Faria, Roberto Bonfim, Tássia Camargo e Wagner Tiso.
A emissora de tevê que os esquerdistas adoram maldizer e pintar como o bicho papão já estava aparelhada pelos Soldados de Gramsci o que, até hoje soa como contradição, não é mesmo?
Dentro da narrativa que o gramscismo vinha criando desde o tempo do Regime Militar, a música ‘Lula Lá’ do compositor potiguar foi um tijolo – talvez o mais marcante – na construção do que, posteriormente, veio a ser os 16 anos de Desgoverno Petista. Aliás, há inúmeros trabalhos de Acioli assinados em parceria com Geraldo Vandré – aquele artista de Marca Maior que a esquerda colocou fim à carreira quando transformou sua belíssima ‘Pra não dizer que Não falei das flores’ em um Hino da Revolução Comunista.
Fato que, segundo o próprio autor, fez com que escolhesse a reclusão por 50 anos até que, felizmente, no ano passado, trajando roupa branca e empunhando a Bandeira do Brasil, entoou o Clássico em um evento no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa.
Entretanto, importante salientar que, em um gesto de extrema lucidez, o cantor pediu para que alguns integrantes da plateia que empunhavam faixas com palavras de ordem saíssem, pois entendeu que tinham o intuito único de, mais uma vez, fazer de sua arte o bastião para protestar o assassinato de uma vereadora carioca.
É exatamente isso o que a esquerda promove diariamente, a construção de narrativas fazendo uso de todos os bens culturais possíveis ao velho modo gramsciniano. Evidente que qualquer morte comove a qualquer cidadão de bem e tenho absoluta certeza que todos os leitores da Coluna Tempestade de Amianto ficaram entristecidos com o acontecimento no Rio de Janeiro, porém creio que também ficam por demais acabrunhados com a mudez da Imprensa, das Universidades e, sobretudo, do status quo com os 70 mil assassinatos anuais registrados no País!
O que fica claro com atitudes como essa é que, conforme a narrativa esquerdista, um vale muito mais que uma multidão simplesmente porque carrega a ‘Bandeira Amiga’. Todos iguais, mas uns mais iguais que os outros!
E não para por aí! Os tentáculos do gramscismo estão por toda a parte e ao lado de cada um dos brasileiros. O que foi apresentado aqui é apenas um pequeno exemplo usando um jingle que durante de campanha política tomou os corações dos eleitores e uma música que foi incorporada à narrativa esquerdista. O arquétipo não cessa e vários artistas conscientemente ou não fizeram, fazem e continuarão fazendo da política o mote de suas obras.
Quando não terão sua produção usada para justificar uma causa como no caso de Vandré. Para terminar exemplificando isso de forma clara e elucidativa, fecho a reflexão com uma música do Chico Buarque que representa bem os últimos 16 anos em que estivemos sob o Regime Lula/Dilma: “Um tempo, página infeliz da nossa história; passagem desbotada na memória das nossas novas gerações. Dormia, a nossa Pátria mãe tão distraída sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações”. Até domingo que vem!
O autor é Mestre em Divulgação Científica e Cultural pela Unicamp.