O uso de soluções tecnológicas (softwares e equipamentos) pode reduzir perdas de água em todas as fases, desde a captação até o consumo, além de otimizar processos gerenciais e de gestão. Tudo isso representa economia, ou seja, recursos públicos que poderiam ser utilizados em outras áreas ou reinvestidos no próprio abastecimento.
A engenheira Mirely Salenave, superintendente de operações da Idrica Soluções e Serviços, calculou o volume de recursos hídricos e financeiros, que poderiam ser economizados com o uso de serviços tecnológicos em Rio Claro e Piracicaba. Em Rio Claro, onde a perda de água média é de 40%, a economia com implantação de serviços tecnológicos pode chegar a 220 mil m³/mês, o que representa, aproximadamente, R$ 700 mil. Em um ano, o volume atingiria R$ 8,4 milhões, apenas com a redução de perdas.
Ainda, segundo cálculo da engenheira, em Piracicaba, município vizinho, a perda média chega a 45% de toda a água captada, a economia pode ultrapassar 500 mil m3/mês, quase R$ 1,5 milhão por mês.
“Em percentual parece pouco, mas essa seria apenas uma das frentes possíveis, poderíamos agregar também a gestão comercial, mas não tenho parâmetros técnicos específicos dos locais para calcular qual seria a economia”, destaca a engenheira.
Mirely explica que com as novas ferramentas disponíveis é possível, por exemplo, detectar vazamento da rede de abastecimento de água em poucos minutos, permitindo que o conserto seja realizado com o mínimo de perda e danos à estrutura viária. Na gestão dos insumos, os softwares são capazes de identificar a necessidade exata produtos químicos para tratamento de água durante os diversos períodos do dia.
“Atualmente, usamos a mesma quantidade de produto para todas as horas do dia, mas isso não é necessário. Durante à noite, por exemplo, não há consumo e não é necessário usar o mesmo volume, o que gera desperdício”, explica ela.
Outro software é capaz de monitorar a qualidade do efluentes industriais, antes de chegar às estações de tratamento, com isso qualquer eventual problema no tratamento pode ser equalizado antes que o efluente seja lançado em corpos d´água ou enviado para ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto) convencionais.
A engenheira explica que o trabalho começa com um levantamento das condições do sistema, seguido de planejamento para otimização, sendo nesta etapa que se define onde e como investir. “Com a avaliação inicial se entende onde e por que investir, nem sempre faz sentido trocar medidores se o problema começa no cadastro de arrecadação. Com as informações obtidas na avaliação teremos condições de definir quais são as ações que devem ser tomadas”, disse ela.
Cidade Inteligente
A integração de tecnologia da informação e comunicação, além de dispositivos físicos conectados a uma rede/central que permite gerar informações e otimizar a eficiência das operações estão no cerne do conceito de Cidades Inteligentes. O cidadão também é uma parte importante do processo estando conectado ao sistema e interagindo com ele.
As propostas das Cidades Inteligentes estão sendo discutidas e implantadas ao redor do mundo, porque visam usar a tecnologia para melhorar a vida das pessoas de forma sustentável e com engajamento social.
Colaboração Alessandra Morgado Capretz / Foto: Divulgação