As alterações seguem acontecendo em todos os ramos com o objetivo de evitar a contaminação do Covid-19. Algumas redes de supermercados já começaram a limitar quantidade de produtos por clientes. “Povo estocando comida. Acabei de chegar do mercado. Há falta de álcool em gel, só tem álcool comum e somente duas unidades por pessoa; leite a três reais e só uma caixa; açougue lotado, nem comprei mistura. Não tinha nem carrinhos para colocar a compra. Fui por necessidade mesmo. Estava precisando dos itens”, contou ao Diário a vigilante Monalisa Tenório da Silva, ao efetuar suas compras em uma grande rede.
Tradicional em Rio Claro, o Supermercado Pantoja também adotou medidas e segue alertando os clientes. “O atendimento no Pantoja Supermercados continua normal, mas pedimos que, neste momento de surto do novo Coronavírus, todos fiquem atentos às orientações. Limitamos a quantidade de alguns itens básicos. Essa medida foi tomada como precaução para que não faltem alimentos a nenhum cliente”, destacou o comunicado.
Os proprietários pediram também a compreensão de todos, pois a situação é nova e estão fazendo de tudo para atender a todos da melhor forma. “Reforçamos que nós, dos supermercados, não podemos ficar reclusos em casa, pois temos que abastecer a população. Nos ajude a fazer nosso trabalho da melhor forma possível e contribua com a saúde de todos”, destacou em comunicação aos consumidores.
Segundo o presidente do Sebrae-SP e vice-presidente da Faesp (Federação da Agricultura do Estado de São Paulo) e do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Tirso de Salles Meirelles, entidades de classe constituem uma Rede de Inteligência com a Ceagesp, visando contribuir para manutenção do abastecimento. “Por isso, não há risco de desabastecimento”, disse ao observar que a Grande São Paulo não tem risco de desabastecimento. “Não há razão para corrida a supermercados. Doze mil produtores rurais e mil feiras livres trabalham normalmente”, destacou.
O líder classista reuniu-se com o presidente da Ceagesp, Jhonni Hunter Nogueira, para avaliar a questão, considerando a importância da oferta de alimentos neste momento de luta contra a pandemia do novo coronavírus. “No encontro, constituímos Rede de Inteligência para monitorar ininterruptamente as questões de abastecimento e, se necessário, adotar medidas para manter a cadeia de suprimentos”, revelou Meirelles.
“Portanto, as pessoas e as famílias devem ficar calmas, porque não faltará comida na Grande São Paulo. Não há necessidade de corrida aos supermercados. Existe toda uma mobilização para que não ocorra desabastecimento”, enfatiza o dirigente da Faesp, do Senar e do Sebrae-SP. Esta entidade participa diretamente da ação, considerando seu trabalho no âmbito das pequenas e médias empresas, dentre as quais há numerosos varejistas de hortifrutigranjeiros, inclusive feirantes.
O entreposto da Ceagesp na Vila Leopoldina, na capital paulista, está funcionando a pleno ritmo, mantendo fluxo regular nas atividades dos produtores e comerciantes atacadistas de hortifrutigranjeiros, bem como na comercialização dos produtos para os varejistas. “Firmamos um importante compromisso com a Ceagesp para atuar de maneira integrada e adotar medidas eficazes e rápidas, caso necessário, para mitigar os efeitos da pandemia sobre o prioritário abastecimento de alimentos”, afirmou Meirelles.
Vendas diárias
O movimento nos supermercados paulistas cresceu mais uma vez na quarta-feira (18), segundo levantamento feito pela Associação Paulista de Supermercados – APAS, com seus associados. A venda nos supermercados paulistas aumentou 45,6% (dia 18), em comparação com o dia 19 de fevereiro (também uma quarta-feira).
Apesar do consumo continuar acelerado em função da antecipação de compras e em razão dos trabalhos à distância (home office), o abastecimento continua normal até o momento, apenas com falta de produtos de maneira pontual, informou a APAS
Algumas das recomendações do Pantoja em Rio Claro:
-Procure ir ao supermercado apenas uma pessoa por família;
– Idosos e pessoas de grupos de risco, se possível, fiquem em casa;
– Evite ir com crianças;
– Respeite a distância recomendada de um metro do outro cliente ou funcionário;
– Se tossir ou espirrar, cubra o nariz ou boca com o braço;
– Procure pagar com cartão e não com dinheiro, para evitar contato com o operador de caixa;
– Realize o consumo consciente, nada além do necessário, para que todos possam se abastecer devidamente.
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