Um tema que tem sido constantemente “resgatado” pelas organizações se refere à qualidade de vida no trabalho.
A QVT como é conhecida originou-se no final da década de 50, como uma necessidade de melhorar as condições oferecidas aos trabalhadores e, ao mesmo tempo, criar nas empresas ações mais “relacionais” com seus empregados – ainda que isso à época não fosse admitido.
De lá para cá muita coisa mudou. O mundo mudou, portanto, é preciso rever com criticidade responsável o que realmente “passou a ser” a questão da QVT no ambiente empresarial.
Praticamente “rebatizada” de Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho – SQVT, a incorporação do termo saúde, mais do que uma referência, trata-se de uma obviedade para quem de fato deseja proporcionar qualidade de vida. Sem saúde é impossível falar de qualidade e quanto mais de vida.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Qualidade de Vida foi definida como “a percepção do indivíduo sobre a sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
Uma definição que nos deixa a compreensão de que vários são os fatores presentes quando tratamos da qualidade de vida. Ao levarmos esses fatores componentes para o ambiente de trabalho as coisas se tornam mais específicas.
Como um conceito explicitamente relacional, é por esta ótica que existem muitas ações capazes de serem implementadas na empresa para a promoção da saúde e da qualidade de vida do trabalhador.
Primeiramente, é preciso considerar que o indivíduo se torna mais participativo no meio à medida que se sente produtivo, ou seja, o trabalho confere o sentido de pertencer. Segundo, que o trabalho oferece a possibilidade de sonhar e fazer planos.
Neste sentido, a QVT ou SQVT – como queiram – deve ser encarada como uma forma de interação positiva do indivíduo com o meio a partir de ações que o estimulem a participar e a integrar-se com os demais e, de certo modo, com o trabalho; tornando sua convivência prazerosa e edificante.
É exatamente sob esta ótica que o desenvolvimento de mecanismos que aproximem o indivíduo de valores éticos e de relacionamentos saudáveis irão produzir resultados eficazes quando se trata de SQVT.
A conscientização do indivíduo, no sentido de que ele entenda o seu papel e sua importância na promoção de uma relação saudável no ambiente de trabalho, é a primeira ação que deve ser realizada pelas empresas. As estratégias para melhoria da SQVT devem começar por aí.
Ainda há um paradigma de que o trabalho e o capital são dicotômicos, o que precisa ser melhor compreendido, pois quanto mais se trata esses dois componentes como antagônicos mais se distancia da realidade e maiores são os prejuízos em termos de SQVT.
O ‘modelo’ que mais traz resultados para um ambiente que prioriza a melhoria da saúde e da qualidade de vida é aquele que incentiva a participação do indivíduo na vida organizacional.
Esse ‘modelo’ deve partir de uma relação onde fiquem claros os objetivos organizacionais e onde a motivação e a satisfação das necessidades do indivíduo façam parte das prioridades estratégicas da gestão.
É a partir desse ponto que podemos dizer que a SQVT está presente na empresa.
Até…
O autor é conferencista, palestrante e Consultor empresarial. Autor do livro Labor e Divagações.
Envie suas sugestões de temas para o prof. Moacir. Para contatos e esclarecimentos: moa@prof-moacir.com.br / Viste: www.prof-moacir.com.br