Ministério Público intervém em caso de chineses terceirizados pela BYD
A BYD rescindiu o contrato com a Jinjiang Construction, responsável pelas reformas na fábrica de Camaçari (BA), após denúncias de condições de trabalho análogas à escravidão. O Ministério Público do Trabalho (MPT) notificou a montadora sobre graves irregularidades na construtora.
As denúncias destacadas pela Agência Pública em novembro incluem agressões físicas, condições insalubres, falta de separação entre os trabalhadores, banheiros inadequados e jornadas de 12 horas sem equipamentos de proteção.
A montadora afirmou estar comprometida com a legislação brasileira e que a rescisão ocorreu após a intervenção do MPT. Os investimentos na fábrica estão estimados em R$ 5,5 bilhões, com produção prevista de modelos elétricos e híbridos, mas não foi informado se a rescisão afetará o cronograma.
Trabalhadores estão em hotéis
Na sexta-feira (27), o MPT informou que a manutenção dos 163 trabalhadores resgatados em hotéis foi garantida pela BYD Auto do Brasil e a JimJiang Open Engineering até a finalização das negociações de rescisão. A garantia foi dada durante uma audiência virtual com representantes de vários órgãos governamentais.
Uma nova audiência está agendada para 7 de janeiro para discutir um termo de ajuste de conduta sobre a condição análoga à escravidão dos trabalhadores. Embora contestem a avaliação das autoridades, as empresas se comprometeram a colaborar com a proteção dos resgatados e a compartilhar provas para ações penais.
A Defensoria Pública da União está em parceria com a Receita Federal para emitir CPFs para os trabalhadores, necessário para os pagamentos de rescisão e indenizações. A JimJiang também vai conduzir os resgatados à Polícia Federal para obtenção do Registro Nacional Migratório e garantir passagens para o retorno à China de sete empregados com viagem prevista para 1º de janeiro.
Brasileiro polemiza a fusão Nissan-Honda
Carlos Ghosn, ex-CEO da Nissan, criticou a possível fusão com a Honda, apontando que a Nissan é o lado frágil da aliança com a Renault.
Em entrevista a jornais japoneses, ele insinuou que a Honda busca adquirir a Nissan e Mitsubishi, questionando a viabilidade da fusão devido à duplicação de forças e fraquezas entre as empresas. Ele afirmou que a Nissan pediu ajuda à Honda em um momento de pânico e expressou ceticismo sobre como essa aliança funcionaria.
Após a fusão, Honda, Nissan e Mitsubishi manterão suas marcas, compartilhando plataformas e motores para reduzir custos e complexidade, visando um portfólio simplificado de veículos.
No final de 2019, Ghosn ganhou notoriedade ao realizar uma espetacular fuga do Japão. Ele se escondeu em um estojo de instrumento musical, conseguindo passar por toda a segurança do aeroporto de Tóquio. Em seguida, embarcou em um jato particular rumo ao Líbano, país onde passou sua infância e do qual possui cidadania.
Desde então, Ghosn reside em Beirute e é considerado um foragido internacional.
Picape elétrica da Tesla bate recorde de recalls
A Cybertruck da Tesla, lançada no final de 2023, tem enfrentado vários recalls, totalizando sete vezes neste ano.
O mais recente envolve quase 700 mil veículos da Tesla, incluindo a Cybertruck, devido a um problema no sistema de monitoramento de pressão dos pneus que pode falhar em alertar os motoristas. A correção é simples, com uma atualização gratuita de software já em andamento.
Os recalls anteriores abordaram uma variedade de problemas, como acelerador travado, falhas no capô e problemas na direção eletrônica.
A Cybertruck, lançada como uma importante adição ao mercado de picapes elétricas, é vendida entre US$ 80.000 e US$ 102.000, com uma opção de assistente de direção adicional.
O total estimado de vendas para 2024 é de cerca de 30 mil unidades, buscando liderar o segmento de picapes elétricas.
*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo, editora do portal www.viadigital.com.br e do canal @viadigitalmotors no YouTube. Acesse: linktr.ee/viadigitalmotors E-mail: lucia@viadigital.com.br