“Em uma rede social, vi um anúncio de uma TV de 42 polegadas que apontava ser de uma grande rede de eletrodomésticos.
O preço estava muito bom, porém, muito abaixo do que já havia pesquisado. Decidi fazer a compra, mas, no momento de preencher os dados, me lembrei que já tinha cadastro na referida loja. Além do valor, percebi que se tratava de um site falso. Não caí no golpe, pois fiquei atenta”, disse a dona de casa Maria Jordina Marques.
Já uma estagiária não teve a mesma sorte e registrou a ocorrência de estelionato. A jovem, de 20 anos, que terá o nome preservado, fez a compra online de um celular no valor de R$ 962,93 em um site que também apontava ser de uma loja renomada. Efetuou o pagamento no mesmo dia e só ficou sabendo que se tratava de um golpe ao procurar informações na loja física em Rio Claro. Foi informada por um funcionário que o site era falso.
Um outro golpe foi registrado recentemente no plantão policial de Rio Claro. Duas vítimas disseram que, através do número fornecido em um programa de TV, ligaram com a intenção de obter um empréstimo no valor de R$ 5 mil. O atendente orientou que um responsável entraria em contato pelo aplicativo de bate-papo.
Na conversa, informou às vítimas que, para liberar o valor, precisariam depositar o montante de R$ 362 por pessoa. Em seguida, uma outra representante entrou em contato orientando que deveriam depositar a quantia de R$ 812, que seria referente a um imposto. Foi aí que as mulheres desconfiaram do golpe e não realizaram o novo repasse.
ORIENTAÇÕES
O presidente da Comissão de Segurança a OAB de Rio Claro, Adriano Marchi, observa que, infelizmente, a internet ainda é um universo “subjetivo, indomável e de extrema vulnerabilidade”, e que, apesar das medidas de segurança avançadas e da legislação cada vez mais rigorosa, há registros infindáveis de ocorrências, que vão desde o acesso indevido às informações pessoais e, com isso, às contas bancárias, até a aquisição de produtos, além de sites falsos, venda de bens e serviços fraudulentos e inexistentes, tudo em prejuízo ao usuário.
Ele alerta sobre algumas precauções que podem livrar o cliente de um possível golpe. “Temos de redobrar a vigilância e os cuidados a fim de minimizar esses tipos de crimes. Não existe milagre. Se o produto é ofertado com preço muito abaixo do praticado, desconfie. Não abra e-mail sem ter certeza da fonte, especialmente quando é um comunicado com aparência de oficial, supostamente emitido pelo ‘poder público’, mas que, na verdade, não passa de golpe”, salienta.
Segundo ele, Cartório de Protesto, Justiça, entre outros, não utilizam de tal expediente para estabelecer sua rotina de atividades. “Na dúvida, o aconselhado é não acessar o site, não inserir informações pessoais, tampouco comprar antes de checar a segurança e buscar informações sobre a fonte (e-mail/site) diretamente com o titular do serviço público ou no call center da empresa. Enfim, se tudo isso não for suficiente para impedir o dano, se faz necessário o registro do boletim de ocorrência e a divulgação nos meios de comunicação e redes sociais para servir de alerta”, acrescenta Marchi.