A Igreja Católica deu início no Domingo de Ramos, 28 de março, à Semana Santa que se estende até o próximo domingo, dia 4 de abril – Domingo de Páscoa. A Semana Santa é o momento central da liturgia católica romana e é a semana mais importante do ano litúrgico, quando se celebram de modo especial os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, como destaca a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que no portal também explica o sentido litúrgico deste momento. “A tarde da Sexta-feira Santa apresenta o drama incomensurável da morte de Cristo no Calvário. A cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como sinal de salvação e esperança. Com a Paixão de Jesus, segundo o Evangelho de João, contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que o transpassou o lado. Há um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da santa cruz, momento em que esta é apresentada solenemente à comunidade”.
O Diário do Rio Claro conversou com o Padre Renato Luís Andreato, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, sobre a importância da data. “A sexta-feira santa é o sinal maior do amor, o amor mais forte que a morte, assim é o sentido da sexta-feira santa a cada um de nós cristãos. A data apresenta uma síntese da vida e da ação de Jesus, ou seja, ele é servo, que carrega os pecados da humanidade”, ressalta.
O padre salienta que o grande significado da sexta-feira santa é o sinal deste Deus que se faz imolado para se resgatar toda fragilidade e pecado humano, que transpassam pelas suas deficiências. “É Jesus quem apresenta o sinal dessa pequenez humana, dando assim o parecer que o ser humano precisa constantemente da remição e reconciliação. É um tempo e recolhimento, de profunda meditação, de agirmos como que o nosso humano precisa muito de resgatar os valores e princípios espirituais deixado pela ganância, pela soberba na figura de Judas Iscariotes. A Sexta-Feira Santa é momento de recolhimento humano, saber vencer as concupiscências e as mazelas de uma humanidade que muitas vezes perde o norte da sua própria salvação. É o sentido maior do humano que desce à mansão dos mortos, mas é resgatado pela misericórdia de Deus.”
A vivência desse momento, pelo segundo ano, será diferente por causa das exigências sanitárias impostas diante do avanço da pandemia da Covid-19. Em Rio Claro, as celebrações acontecem apenas de forma virtual. “Neste ano a nossa celebração da Sexta-Feira Santa, como toda celebração da vigília, do nosso sábado de aleluia e da páscoa da ressurreição, da páscoa da vida, ficará de forma bastante reduzida e acolhida no interior do lar de cada pessoa, onde cada casa, cada lar se transformará em uma igreja doméstica, uma igreja de oração, de profunda reflexão e de encontro com Jesus através da espiritualidade. Toda essa caminhada através das redes sociais, do Facebook da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, pela transmissão do Youtube na TV Oração, onde faremos chegar a todos os lares a programação e as celebrações da Sexta-Feira Santa, Sábado Santo e o Domingo da Ressurreição, o Domingo da Páscoa, assim nós caminhamos preparando vivenciar o ápice o ponto mais alto da liturgia da igreja cristã”, destaca Padre Renato.
DIA DE ORAÇÃO E JEJUM
“A Sexta-Feira Santa é um dia forte de oração, jejum, abstinência e profunda contemplação da morte e a paixão de nosso senhor Jesus Cristo pela humanidade. É um dia que nos colocamos em profunda oração e meditação da palavra de Deus, oração contemplativa, estudo da Bíblia profundamente, é um dia de fazermos jejum, de lutarmos contra todos os vícios da carne, do corpo, do humano. É um dia de nos abstermos associando a nossa vida da abstenção de muitas coisas como carne, bebidas, colocarmos em sacrifício. A sexta-feira Santa é uma forma de nos associarmos ao sacrifício de Cristo pregado na Cruz e entregue para a salvação da humanidade”, Padre Renato.
Por Janaina Moro / Foto: Divulgação