Setembro Amarelo marca a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. A iniciativa tem como objetivo chamar a atenção para a importância de discutir e promover ações a respeito do suicídio. Em 2024, o lema é “Atenção aproximada às pessoas”. A escolha de setembro para promover o Movimento Setembro Amarelo está diretamente ligada ao Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, comemorado no dia 10.
O suicídio é um importante problema de saúde pública, com impactos na sociedade como um todo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os casos de suicídio chegam a 800 mil por ano em todo o mundo. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, uma média de 38 suicídios por dia.
Os dados são alarmantes e, mesmo assim, pouco se fala sobre o suicídio. A razão disso pode estar no fato de que esse é um assunto considerado tabu e cheio de estigmas, seja por uma questão cultural, religiosa ou até mesmo por medo e vergonha.
Acontece que muito se pensa sobre o assunto de uma forma simplista, como se a pessoa que tira a própria vida desistiu, não teve força suficiente, entre outros. A verdade é que a pessoa em intenso sofrimento quer apenas se libertar dele e esses estereótipos provocados pela falta de informação só dificultam a busca por ajuda e, consequentemente, inibe uma prevenção bem-sucedida.
O suicídio é um fenômeno complexo que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero. Sendo assim, pode ser resultado de uma interação de fatores psicológicos, biológicos, culturais, socioambientais e até mesmo genéticos. Dessa forma, não é correto e nem justo encarar a situação de uma forma simples tendo como base acontecimentos pontuais na história do indivíduo. É a consequência final de um processo.
Alguns sinais de alerta
Segundo o médico psiquiatra Rafael Bernardon Ribeiro, coordenador-geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde, muitos casos de suicídios estão relacionados a alguma doença mental, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia. Mas além disso, o abuso de substâncias psicoativas, como o álcool, também pode estar associado como um fator de risco importante.
Em relação ao comportamento que serve de alerta, o médico destaca que as pessoas que cometem suicídio são mais regularmente solitárias. Então, quando se identifica um indivíduo que está em situação de desamparo, desesperança e com pensamentos negativos, por exemplo, vale ligar o alerta.
O que fazer diante de uma pessoa sob o risco de suicídio? Segundo o médico, o primeiro passo é não julgar e/ou desqualificar o sofrimento da pessoa. O médico lembra que nesse processo existem uma série de fatores que alteram a visão dessa pessoa sobre o mundo, que alteram o seu processo de decisão. Ou seja: existe um afunilamento que faz com que a pessoa não veja outra saída.
Se identificar sinais de suicídio busque ajuda: Caps, unidades de saúde, UPA 24h, Samu 192, hospitais e o CVV (Centro de Valorização da Vida) que oferece apoio emocional e prevenção do suicídio por telefone (188), e-mail, chat e voip 24 horas todos os dias. Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype e e-mail. (Fonte: Ministério da Saúde)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil