Emoções não faltaram para rioclaristas e velistas na tarde do último sábado (11) no estádio Schmidtão. Rio Claro FC e Velo Clube entraram em campo às 15 horas pela 9ª rodada do Campeonato Paulista da Série A2, dispostos a escreverem mais uma bonita página da histórica rivalidade entre as equipes.
O dérbi 145 começou com tudo e quem balançou a rede foi o Azulão. Logo aos 3 minutos de jogo, o goleiro Victor Golas fez a reposição de bola com o pé, a bola viaja pelo alto e a defesa velista, marcando em linha, dá bobeira e facilita a vida do esperto e veloz atacante Gustavo Sapeka. O camisa 9 do Azulão, que substituía na posição o titular Jadson, contundido, ganha na velocidade de Betão e Juan Sosa e toca por cobertura após saída desesperada do goleiro velista Gabriel Félix, que fazia sua estreia no Rubro-Verde.
Quem poderia imaginar que o Velo sentiria o golpe, enganou-se. O time treinado por Alberto Félix pôs os nervos no lugar e a bola no chão. Aproveitava-se que o Rio Claro FC marcava meia-pressão a partir da intermediária e saía tocando a bola desde sua defesa. Com tabelas e triangulações pelos lados do campo, o Velo envolvia o Rio Claro e chegava sempre ao ataque comandado pelo camisa 10 Felipinho em grande jornada. Bem posicionada em seu meio-campo, com os volantes Ítalo e Franco acertando quase todos os passes, encontrando sempre os laterais Ynaiã pela direita e Matheus Nunes pela esquerda, sempre livres de marcação, a equipe do Velo era melhor em campo.
O domínio do Velo era quase completo. Com dificuldade para manter a bola no ataque, o Azulão não conseguia adiantar a sua equipe e ficava acuado em seu campo de defesa, defendendo o resultado parcial que lhe era favorável.
Mas a insistência do Velo Clube em atacar foi recompensada. Eram jogados 31 minutos quando o árbitro Thiago Lourenço de Matos marcou infração cometida pelo goleiro Victor Golas, que pegou a bola com a mão fora da área, lance apontado pelo assistente 2 Claudenir Donizete Gonçalves da Silva, que corria pelo lado das populares. Encarregado da cobrança, Felipinho, com categoria, colocou a bola na cabeça de Betão, que ganhou a disputa pelo alto com Roger Bernardo e empatou o jogo para o Velo.
Empolgado com o gol de empate e empurrado por sua torcida, o Rubro-Verde se manteve no ataque e foi buscar a virada com Thiago Rubim, aos 35, após cruzamento rasteiro e preciso de Denner Nascimento, deslocado pela direita. Festa vermelho e verde no Schmidtão, Velo 2×1, resultado que não iria se alterar até o final do primeiro tempo.
E veio a segunda e decisiva etapa. O forte calor que fazia em Rio Claro na tarde do último sábado fez com que as equipes voltassem mais cautelosas para os 45 minutos finais de jogo. Mesmo assim, o Rio Claro arriscou mais e a cena da primeira etapa repetiu-se na segunda para o desespero dos velistas e a euforia do rioclaristas. Aos 5 minutos, falta pela direita do ataque do Azulão. Romário, sempre ele, encarregado da cobrança encontra o volante Alysson Dutra, livre na primeira trave. Ele se antecipa à zaga velista e testa para o fundo da meta de Gabriel Félix, para novamente empatar a partida. Com o gol, o Rio Claro FC ganhou confiança no jogo, botou a bola no chão, e seu meio-campo passou a tocar bem a bola com César Belli e Romário chegando ao ataque com perigo e fazendo os laterais Alisson e Césinha atuarem com mais desenvoltura. Na frente, Gustavo Sapeka passou a se movimentar mais dando opções de ataque pelos lados do campo e o Rio Claro teve maior controle do jogo.
Enquanto Vallim fez apenas duas alterações no Azulão, que foram as entradas do atacante Leyton no lugar do lateral Cesinha e do também atacante Klebinho no lugar de Patrick Alves, o técnico Alberto Félix usou as 5 substituições a que tinha direito, tentando renovar o fôlego já desgastado de sua equipe e torná-la mais ofensiva. As principais foram as entradas do centroavante Lucas Duni e do ponta esquerda Douglas Skilo. Mas sem resultado. Skilo insistia em entrar pelo meio, ao invés de jogar aberto pela ponta, desperdiçando boas oportunidades de fazer a bola chegar com perigo à área rioclarista. E Lucas Duni, que voltava de contusão, ainda fora de forma, pouco conseguiu produzir. Mesmo assim, o Velo ainda tentou pressionar no final. Em cobrança de escanteio, o zagueiro Juan Sosa cabeceia com perigo, mas Victor Golas faz ótima defesa. Na sequência, Roger Bernardo afasta quase em cima da linha de gol o perigo que rondava a área rioclarista. A partida já chegava ao seu final, mas havia tempo para mais emoção. Aos 48 minutos, na derradeira chance do Azulão no jogo, o camisa 10 Romário arrisca de longe, mas a bola passa sobre o gol de Gabriel Félix. Final de jogo no Schmidtão. Rio Claro FC 2 x 2 AE Velo Clube.
Próximos jogos
Na 10ª rodada do Campeonato Paulista da Série A2, o Rio Claro FC vai a Novo Horizonte para enfrentar o Grêmio Novorizontino no estádio Jorge Ismael de Biasi, na quarta-feira (15) às 20 horas. No mesmo dia e horário, Velo Clube e Taubaté fazem confronto direto na busca por uma vaga no G8, em partida marcada para o estádio Benitão.
Posição das equipes na classificação
O empate no dérbi manteve o Azulão no G8 da Série A2. A equipe rioclarista soma agora 12 pontos ganhos e é a 7ª colocada. Com os mesmos 11 pontos que o Taubaté (8º), o Velo é o 9º colocado.
Mais informações sobre o dérbi:
Público: 1.893 espectadores e Renda: R$ 47.200,00
Arbitragem:
Árbitro: Thiago Lourenço de Mattos
Assistente 1: Diogo Morelli de Oliveira
Assistente 2: Claudenir Donizete Gonçalves da Silva
Cartões amarelos: Franco e Felipinho (Velo Clube) e Thiago Batista (Rio Claro FC).
Escalações:
Rio Claro FC: Vitor Golas; Alison, Gustavo, Roger Bernardo e Cesinha (Leyton); Alysson Dutra, César Belli e Romário; Patrick (Klebinho), Batista e Gustavo Sapeka. Técnico: João Vallim.
AE Velo Clube: Gabriel Félix; Ynaiã (Bruno Ritter), Betão, Juan Sosa e Matheus Nunes; Ítalo (João Pedro), Franco e Felipinho (Danilo); Thiago Rubim (Lucas Duni), Denner Nascimento (Douglas Skilo) e Léo Castro. Técnico: Alberto Félix.
Fato lamentável:
Um fato bastante lamentável aconteceu na madrugada de sábado (11) que antecedeu ao dérbi. Vândalos atiraram tinta vermelha no portão de acesso do estádio Schmidtão pela Rua 9. A diretoria velista, prontamente, emitiu Nota de Repúdio em sua rede social. A autoria do fato será investigada pelas autoridades.
Por Geraldo Costa Jr.