Na vida pública desde 1976, Aldo Demarchi é um compêndio de histórias da política estadual. Eleito vereador em 1976, ocupou os postos de presidente da Câmara e vice-prefeito, tendo assumido também como Prefeito, e por seis mandatos foi deputado estadual. Em visita ao Diário do Rio Claro, o eterno deputado da Cidade Azul falou sobre política local e o cenário nacional para as eleições 2022.
Para o democrata, o município perdeu muito com a falta de um deputado para representar os interesses dos rio-clarenses. “Infelizmente Rio Claro perdeu muito, porque acabou ficando para trás. Limeira tem um deputado, Piracicaba tem dois. Quem não tem representatividade, vai para o fim da fila”, observa o ex-parlamentar que ressalta que, independente de contendas partidárias, o importante é manter um representante para que a cidade seja atendida em suas demandas.
“Eu fazia parte das comissões, votava o orçamento do estado, era membro da comissão de transporte, sentava na mesa com governador. É uma forma diferente de negociar, se posicionar e pedir para que a cidade seja atendida”, destaca Demarchi, lembrando episódios recentes nos quais Rio Claro não foi ouvida.
“Como que desabilitam a nossa Fundação Casa? Era a única unidade que não tinha reincidência, o menor que passava por lá estava ressocializado. Então, fecharam por economia? A família faz parte dessa reeducação, aí colocam o jovem para longe, como a mãe pode visitar com frequência? Tiraram a UDAM fora, que também prestava um serviço que continuava, mesmo quando o jovem saía da Fundação, ainda recebia assistência da Udam, com cursos, oportunidades. Com um representante isso não teria acontecido. Fiquei muito chateado com essa perda”, revela.
Demarchi enaltece a criação da Região Metropolitana, mas lembra também que das grandes cidades que compõe a metrópole, apenas Rio Claro não tem um deputado. “Quem não tem voz, não tem vez. Quem não tem vez não é representado. Não é à toa que Rio Claro teve um Poupatempo antes até mesmo de Piracicaba. Tivemos um Bom Prato antes de Rio Claro ter o número de habitantes necessário.”
UNIÃO BRASIL
Presidente do diretório local do Democratas, Aldo também comentou sobre as expectativas para o pleito do próximo ano. Uma das novidades é a criação do partido União Brasil, resultado dos partidos PSL e DEM. “Não existem mais os dois partidos, tanto o DEM 25 e o PSL 17, agora é o União Brasil 44. Estamos vivendo esse momento de uma discussão nacional e regional para ver como ficará a situação, até o fim deste mês teremos um panorama de como vai ficar no Estado de São Paulo. Não dá nem para falar nada com assertividade, porque nossos vereadores estão aguardando para ver como será. O que eu falar aqui será prematuro porque estamos esperando uma definição do ACM Neto para ver o que será”, aponta.
Na opinião do ex-deputado, fusões e mudanças de partido fazem parte. “Eu era do extinto PFL, que se tornou DEM, essas mudanças acontecem e vão continuar acontecendo. Com a nova legislação, que permite mudanças até seis meses antes das eleições, ainda vamos ver muitas mudanças”, opina.
Por Vivian Guilherme / Foto: Diário do Rio Claro