Caro leitor, querida leitora. Sim, você marmanjão de barba e bigode, permita-me essa distinção, porque as mulheres, por sua natureza divina e maviosa, merecem esse tratamento, diferentemente de nós, os brutos da humanidade, salvo exceções à regra, evidentemente.
A partir desta semana, passo a escrever minha coluna às terças-feiras e não mais às sextas. Sugestão da chefinha, que nós, meninos de bom juízo, concordamos imediatamente.
O café está ótimo, esta manhã, na redação. Servido? O Hércules disse que trocaram o pó de café. Vai ver seja isso. Saímos de um econômico Caboclo e passamos à um delicioso e indispensável Melitta.
A coisa já surgiu efeito. O Samuel passou a escrever o dobro de matérias. A Vivian continua sorridente e exigente, porém muito amável e competente, como sempre. A exemplo da Janaína. Moro? Acho que não.
Bem, já vou adiantando o expediente, pra você queridinha e bolachudo, que curte esse noticioso. Procura lá no Google Teacher o que significa isso, meu camarada. Noticioso. Mas só mesmo a nossa Língua Portuguesa! Nem o Pasquale deu jeito na bagunça, que diremos nós.
Então, o plano de ataque, já vou entregá-lo a você leitor, é entretê-lo com algumas linhas, duas páginas não mais. Sulfite 24, tamanho A4. Se eu lhe contasse como era a disputa por uma lauda (outra para o Google Teacher), em uma outra redação, na qual trabalhei lá pelos idos de 89 e vindos de 90.
Era no tapa. Nem vou te contar a façanha… melhor dizendo, a guerra que era, pra conseguir uma fita pra máquina de escrever. Pra usar naquelas Olivetti Línea 98. Chic pra caramba. Uma beleza. Bom, mas naquele tempo, 20 e poucos anos, tudo era divertido. Responsabilidade não havia. Nenhuma. Nem comigo, nem com os outros. Onde se lê ‘outros’, leia-se: família, parentes, amigos, vizinhos, e por aí vai. Passava-se a semana,esperando avidamente pelo final de semana. Sair, tomar umas brejas, Bar Varanda, do Bolinha, hoje na Avenida 8 com a 9. Amendoim, sim. Cigarro, não. Embora, há quem considere indispensável uns pitacos, num Hilton longo, caro pra cacete. Coisa da maninha, que sempre teve bom emprego, ganhando bem.
Enquanto eu… dá pra se ver, imagino. Sei lá. Entende? Isso é coisa dos anos 90. Saudosos anos. Que fiquem bem longe. Rapaziada que curte uma nostalgia, quer me esganar quando solto uma dessas nos Faces da vida.
Não vou dizer que não curto um instante de nostalgia. Questão de gosto. De opção. Talvez. Mas abomino essa ideia, tão comum nos dias atuais de viver de passado, com os olhos voltados para o ontem.
Ah, e lá quero eu saber do ontem. Me interessa o amanhã. Porque talvez me traga enfim, qualquer dia desses, a felicidade que jamais conheci. E eu escrevo estas linhas ouvindo Pretenders. Que beleza! Meu Verdão afogou o Peixe, no famigerado clássico da saudade. Balão subindo descendo, diria Fiori Gigliotti. Futebol tem sido assim ultimamente. Bola que é bom nada. E os caras ganhando uma grana boa. Quisera eu. No meu tempo, não passei do Sub-20 do Aguinha. Xi, falei! Vão chover telefonemas na redação, a partir de agora. Fanáticos torcedores do Azulão da rua 9, cobrando uma providência. Quem é esse redator semianalfabeto, arremedo de colunista pra chamar o Azulão de Aguinha? Bem, meu caro Seu Zé, sou um velista fanático. Às vezes, escapa, aqui pode. No D’Esportes, não. Amo vocês todos. Pronto. Está bom assim? Pois é. Acordei com essa ideia na cabeça hoje. O que não faz uma vitória consagradora do Verdão no dia anterior, em pleno palácio celestial do Rei Pelé.
Amo vocês todos. Melhor ir se acostumando, chefia. Fora do amor não há salvação. Convença-se disso. Faça como eu. Afinal, a gente não sabe o que serão as coisas daqui a pouco, daqui alguns dias, algumas horas. Viram a Marília? Como tudo se desfaz assim, numa fração de segundo? Aproveite, então! E viva com sabedoria. Tente encontrar felicidade, pois que ela existe, nas pequenas coisas, nas coisas simples da vida, que estão ao seu alcance. E a vida se tornará mais bonita diante de seus olhos. E sorrirá pra você.
Bom, agora você me dá licença que preciso deixar o trono matinal e voltar ao expediente. Botaram um tremendo ar condicionado na redação. Ficou bom pra caramba. Um charme. Você precisa conhecer. Mas isso é coisa pro pessoal do colunismo social. O Neto, o Éder, a Miriam, a turma toda. Enquanto isso, vê se faz um café gostoso aí, enquanto vai lendo o teu Diário. A edição de hoje, está bacana mesmo. Fui. Até daqui 15 dias. Se o Patrão Lá em Cima não me chamar antes disso. Vai saber…