Eles são daqueles grupos de pessoas que não podem ficar em casa, que não podem manter o isolamento e colocam a própria saúde em risco para cuidar de outros. Assim é a rotina de cada um que atua na área da saúde. Mesmo com medo e receio de contraírem a doença, eles precisam se manter na linha de frente. Mas muitos deles passaram a ficar do outro lado também, como pacientes e vítimas do inimigo invisível, termo que as pessoas também usam para classificar o novo coronavírus.
Em Rio Claro, segundo assessoria da Fundação Municipal de Saúde, até a tarde de sexta-feira (17), 27 profissionais da saúde pública estavam afastados em decorrência do coronavírus. O número inclui casos já confirmados e também de quem está afastado por apresentar sintomas da doença e aguarda resultado de exame.
Infelizmente, o setor também teve baixas. Profissionais que não resistiram e foram a óbito. No último dia 14, familiares e amigos se despediram da enfermeira emergencista Rosa Maria de Farias Alves da Costa, que morreu aos 40 anos, vítima de Covid-19. Ela atuava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da 29. Rosinha, como era conhecida, era hipertensa e asmática.
A enfermeira Nair da Silva Adorno Muniz, conhecida como Naná e com mais de 40 anos na profissão, faleceu no dia 1º de julho, após ficar 23 dias em tratamento contra a Covid-19.
Até o dia 23 de junho, o estado de São Paulo já havia afastado mais de 10 mil funcionários da rede estadual de saúde em decorrência da doença. Segundo o secretário estadual da Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, o número total era de 10.718 profissionais que se infectaram até a data acima.
Desses, 7.218 já haviam retornado aos postos de trabalho. Até o período mencionado, 40 profissionais da saúde estadual morreram pela doença. Segundo números do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), 30% dos profissionais de enfermagem mortos por covid-19 no mundo são do Brasil.
Câmara dos deputados aprova Indenização para profissional da saúde afetado por covid-19
A Câmara dos Deputados concluiu no dia 14 a análise do projeto que prevê o pagamento de compensação financeira de R$ 50 mil aos profissionais de saúde por morte ou incapacidade permanente para o trabalho após serem contaminados pela covid-19 ao atuarem diretamente no combate à pandemia. A indenização será paga pela União. A matéria segue para sanção presidencial, conforme divulgou a Agência Brasil.
O texto do Projeto de Lei 1.826 estabelece que, no caso de morte, o valor será dividido igualmente entre os dependentes e o cônjuge ou companheiro. Além desse valor, serão pagos R$ 10 mil a cada ano que faltar para o dependente menor de 21 anos atingir essa idade. A indenização será estendida aos 24 anos, caso o dependente esteja cursando ensino superior na data do óbito. Para dependentes com deficiência, a indenização será de R$ 50 mil, independentemente da idade.
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