Hoje, penso nas pessoas que conheci e já se foram. Encerraram o ciclo da vida humana antes de mim. E são tantas (…) E tão queridas!
O que fazem elas agora, neste exato momento? A que se dedicam no outro plano da vida? Qual será agora, a sua fisionomia? Estarão mais jovens? Mais envelhecidas? Estarão felizes? Em paz? Eu espero que sim!
Esses dias de solidão imposta, ao qual somos submetidos, nos convidam a reflexões, como essas.
Pensar nos entes queridos, familiares, amigos, companheiros de jornada, de trabalho, de ideal e de cumplicidade, que partiram antes de nós, torna-se inevitável.
Bate a saudade! E vem forte, avassaladora. E faz estragos profundos, quase irreparáveis, em nossas mentes e em nossos corações.
Penso como se sentem aqueles que recentemente não puderam compartilhar os últimos momentos com as pessoas que mais amavam. Não puderam se despedir. Ter direito à um último beijo, um último olhar, uma última confidência, inútil, mas tão necessária.
Que modo mais cruel e mais desumano de se despedir para sempre daqueles que se ama.
Manhãs como esta, nas quais escrevo estas linhas, manhãs nubladas, quando as palavras parecem escondidas e sufocadas, nos fazem pensar sobre estas coisas. Trazem a saudade daqueles que deixaram este cenário da vida, antes de nós.
Será que eles, agora, nos ouvem? Será que sentem as batidas mais apressadas dos nossos corações? Será que vasculham os nossos pensamentos? E o que diriam eles, sobre esses pensamentos, acaso pudessem dizê-lo?
Talvez, possam. Porque, os que amam, amam de verdade, sempre encontram um modo de expressar esse amor.
Então, quando bate a saudade, daqueles que se foram, antes de nós, é porque eles, agora, estão juntos à nós.
E talvez, sejam aquelas flores que encantam nosso olhar, talvez sejam os pássaros, pequenos e tão confiantes, tão felizes, que sobrevoavam nossas cabeças, cantando; talvez seja a brisa da manhã outonal que acaricia nossos rostos, a voz que fala ao nosso coração, baixinho, de um modo tão carinhoso, tão especial, e que nos dá a certeza de que não estamos sós por mais que a realidade nos diga e nos tente convencer do contrário. Não, não estamos sós. Porque não há distância entre aqueles que se amam.