Protagonizada pelo multiartista nordestino Danilo Cavalcanti, montagem gratuita será encenada às 16h no Parque Municipal Ruy Raphael da Rocha

Multiartista nordestino Danilo Cavalcanti protagoniza o espetáculo
Divulgação
Quando assistia ao artista popular Zé Divina abrir a sua mala de mamulengos, os olhos de Danilo Cavalcanti transbordavam de emoção, esperança e propósito de vida. Não deu outra: tornou-se mamulengueiro. E mais: um dos mais reconhecidos de todo o país.
A fim de causar o mesmo maravilhamento nas inúmeras plateias, o multiartista nordestino passou a percorrer o Brasil com o espetáculo “Resenha de Mamulengo”. Qual a próxima parada? Anote aí: domingo (13/4), às 16h, no Parque Municipal Ruy Raphael da Rocha, em Santa Gertrudes (SP). A entrada é gratuita.
A temporada do espetáculo, que integra o projeto Mamulengo Viajante: Arte nas Praças, foi contemplada pelo ProAC (Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo), da Secretaria da Cultura, Economia e Indústrias Criativas, a partir do Edital 16/2024 – Fortalecimento das Culturas Populares e Povos Tradicionais. A produção é assinada por Bruno Peruzzi e Dani Maimoni, da MB Circo.
Com o apoio das prefeituras municipais, a montagem será encenada em 10 cidades do interior de São Paulo, entre as quais Águas de São Pedro, Iracemápolis, Santa Gertrudes, Brotas, Torrinha, Rio Claro, Charqueada, Saltinho e São Pedro. Detalhe importante: visando a acessibilidade, todas as apresentações contarão com intérprete de Libras e audiodescrição.
Em cartaz desde 2001, o espetáculo “Resenha de Mamulengo” traz à plateia de todas as idades um compilado das principais histórias e dos personagens mais célebres do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste, o Mamulengo, reconhecido em 2015 como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Entre os quais, destacam-se os encontros e embates fabulosos, como “Cabo 70 e Bitola”, “O Padre e a Cobra”, “Benedito e Rosinha”, e, é claro, a luta entre “Benedito e o Diabo”.
“São relíquias da nossa cultura popular, mas cada mamulengueiro tem a sua forma particular de brincar e contar as mesmas histórias, que são sempre carregadas de graça, esperteza, mistério, confusão e emoção. Afinal, por ser uma arte dinâmica e aberta ao improviso, o teatro de mamulengos conta com outro personagem muito importante: a plateia. Em muitos momentos, como o próprio final do espetáculo, será ela quem decidirá sobre o destino dos personagens”, explica Danilo.
O multiartista não está sozinho na cena. Além dos bonecos (são 22 personagens diferentes, seres reais e fantásticos), Danilo Cavalcanti conta com o apoio de um trio tradicional de músicos do Nordeste, composto por sanfoneiro, zabumbeiro e percussionista (triângulo).
“É a orquestra do mamulengo. Ao mesmo tempo em que faz a sonoplastia de toda a encenação e interage com os bonecos, o trio executa a trilha sonora do espetáculo, criada a partir de um ritmo nordestino popular, o arrasta-pé”, destaca.
Aos olhos da plateia, a mala de mamulengos de Danilo também se torna uma preciosidade. Atualmente, é composta por 35 bonecos. Sobre a autoria deles, há uma mistura entre os produzidos por outros bonequeiros nordestinos e os que foram esculpidos pelo próprio multiartista. “A base de confecção é a mesma, ou seja, usamos a madeira do mulungu, uma árvore típica do Nordeste, que tem essa capacidade de dar vida aos bonecos”, pontua.
Ao fim, como bem destaca o mamulengueiro, o espetáculo não deseja passar nenhuma moral ou ensinamento didático. Para Danilo, o mamulengo foi feito simplesmente para brincar. “Será um grande jogo bem-humorado entre a plateia, eu e os bonecos. Trata-se de uma brincadeira feita para a diversão propriamente dita. Ah, mas é claro: Benedito, um dos principais bonecos, representa o povo. Apesar de tudo que aconteça, ele sempre conseguirá dar a volta por cima e sair vitorioso”, finaliza.