O mês de março em Rio Claro foi o pior se comparado com o mesmo período dos últimos três anos em saldo de empregos, conforme informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), órgão vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego.
A evolução da taxa de empregados no município registrou no mês passado saldo negativo de 27 empregos. Os setores mais prejudicados foram a atividade econômica de serviços, que somou – 54 postos, construção civil, com – 38, e o comércio, que teve baixa de – 33.
Por outro lado, a indústria de transformação teve saldo positivo de 60 postos, enquanto a administração pública, 20.
O cálculo, utilizado pelo Caged para constatar a evolução, utiliza o total de admissões e de desligamentos do período, divididas por setores e somadas para se chegar a um saldo total, seja ele negativo ou positivo.
COMPARATIVO
Para se ter uma ideia, em 2017 o mês de março fechou com saldo positivo de 127, enquanto 2018 teve uma leve alta e garantiu o emprego de 172 pessoas. De lá para cá, o mercado parece não ter absorvido a mão de obra e em 2019 o número não chegou nem no empate.
2019
A queda foi ainda maior se a comparação for feita com os dois primeiros meses de 2019, quando a esperança da economia estava na expectativa de ações pontuais do governo federal. Em janeiro, o saldo alcançou expressivas 294 vagas ocupadas. Mas não impressionou mais do que o mês de fevereiro, que chegou a um excedente de 444 vagas.
REGIÃO
No ranking regional, Limeira é o município que mais empregou no mês de março deste ano e criou 219 postos de trabalhos.
Em seguida aparece Santa Gertrudes, que encerrou o mesmo período com saldo positivo de cinco vagas. Estes foram os melhores resultados apontados pelo levantamento.
Já entre os municípios com saldo negativo, São Carlos é o que mais perdeu trabalhadores formais, totalizando 153. Em seguida aparece Piracicaba, com 121 desempregados.
Rio Claro é o terceiro no ranking e fechou 27 postos de trabalho.
Em último lugar, portanto em situação melhor que os citados anteriormente, aparece Cordeirópolis, com apenas três vagas a menos.
ACIRC
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Rio Claro (Acirc), Antônio Carlos Beltrame, o Secreta, afirma que a atividade no comércio é sensível ao movimento da economia. “Basta um pequeno movimento contrário para o comerciante tomar providências em relação à mão de obra.
Sabe-se que o salário é o item que mais pesa no contexto das despesas fixas, pois nele é acrescido os encargos trabalhistas. O Contrário também é verdadeiro, se o empresário percebe que há possibilidade de aumentar as vendas, certamente ele irá fazer novas contratações”, expõe.
Beltrame analisa a queda no saldo de contratações um trâmite normal do mercado. “Havia uma expectativa muito grande para os primeiros meses de 2019, mas ela não se realizou. A indústria é a grande responsável por movimentar a economia, se na indústria há mais emprego, isso também ocorre no varejo”, explica.
Questionado sobre a perspectiva de melhora no setor, Beltrame enfatizou que está confiante no segundo trimestre de 2019. “Acreditamos que no segundo trimestre deste ano a confiança do consumidor seja maior, logo, o comércio começa a vender mais e a contratar mais também”, projeta.
Mesmo com otimismo, o presidente da Acirc ressalta que é preciso uma reação da indústria, o que vai refletir no setor de comércio. “Temos excelente expectativa, mas é necessária uma reação mais ampla da indústria.”