Michel Temer (MDB) pode editar na próxima semana o decreto que define o valor do salário mínimo para 2019.
Este seria um de seus últimos atos à frente da Presidência da República. Conforme divulgou o Estadão, o valor deve ficar abaixo dos R$ 1.006 aprovados no Orçamento do ano que vem. O salário mínimo é hoje de R$ 954.
A publicação noticiou que “supresas inflacionárias dos últimos meses” farão com que a correção fique menor que o inicialmente projetado pelo governo. Os cálculos ainda estão sendo fechados pela área econômica.
Em entrevista ao Centenário, Francisco Quintino, presidente do Sindicato dos Químicos de Rio Claro, defende que o reajuste concedido por Temer deveria ser acima da inflação. “A política de valorização do salário mínimo que defendemos tem como princípio aproximar cada vez mais os trabalhadores de uma sobrevivência minimamente decente”, enfatiza.
Para o sindicalista, o reajuste abaixo da inflação promove “retrocesso no poder de compra do salário mínimo”. “Situação que não ocorria há mais de uma década”, frisa.
Ele comparou o reajuste do Mínimo com o do Supremo Tribunal Federal (STF). “Temer sancionou um reajuste salarial para o STF de cerca de 16%, com a promessa de por fim ao auxílio moradia, por exemplo. Isto tem efeito cascata, demais setores nas esferas estaduais e municipais podem requerer o percentual de reajuste. No caso do salário mínimo, aplicar reajuste de 3,96% com alegação de austeridade nas contas públicas, a meu ver, é indecente e injustificável”, criticou Quintino.