A famosa expressão popular “tudo o que vai, um dia volta”, pode exemplificar de modo bastante realista o sistema de esgoto dos municípios.
Casos de entupimentos e extravasamentos nas tubulações de esgoto são, na maioria das situações, provocados por algum resíduo (lixo) descartado em local inadequado. Sabe aquele resto de comida que foi jogado na pia da cozinha? E aquele papel higiênico descartado pelo vaso sanitário? Tem ainda o óleo vegetal que, ao invés de ser reaproveitado, foi lançado no ralo.
Todos estes resíduos que, em algum momento, foram destinados para a rede de esgoto, certamente irão retornar em algum tipo de problema, seja no entupimento das ligações ou das redes, no extravasamento das tubulações e até em retorno de esgoto para dentro dos próprios imóveis.
A BRK Ambiental, empresa responsável pelos serviços de esgoto em Rio Claro, informa que mesmo mantendo uma rotina preventiva contínua de limpeza das redes, tem contabilizado aumento dos atendimentos motivados por ocorrências de entupimentos. De 2017 a 2018, o crescimento dos casos é de cerca de 3%.
Só neste ano – de janeiro a agosto –, a empresa já realizou 2.047 operações de desentupimentos; cerca de 255 atendimentos por mês somente para este tipo de ocorrência. Os bairros com maior incidência de entupimentos nas redes e ligações de esgoto são Novo Wenzel, Vila Alemã, Centro, Jardim Boa Vista, Santa Cruz, Jardim Floridiana, Santa Elisa e Parque Universitário.
“O uso correto do sistema de esgoto deve ser um hábito e, principalmente, um compromisso de todas as pessoas. A maneira como cada indivíduo utiliza o sistema de esgoto reflete diretamente em sua estrutura, podendo causar prejuízos à saúde e ao meio ambiente, quando utilizado de forma incorreta”, esclarece o coordenador de redes da BRK Ambiental, Luiz Henrique Batista Ramos.
Ele informa ainda que durante o trabalho de limpeza das redes e das ligações de esgoto, os materiais mais encontrados são resíduos sólidos – entre eles, fio dental, papel, absorvente, peças plásticas – e gordura, proveniente do descarte do óleo de cozinha pelos ralos das pias.
Para evitar a obstrução das redes, Ramos orienta o rio-clarense a não jogar lixo e óleo de cozinha pelas instalações sanitárias das casas, ou seja, pelos ralos, pias e vasos sanitários (cozinha, banheiro, lavanderia). “Esgoto não é lixo”, ele reforça.
ORIENTAÇÕES
O óleo de fritura, depois de utilizado no preparo dos alimentos, deve ser armazenado em garrafas plásticas e destinado a pontos de coleta que farão o recolhimento deste resíduo e sua destinação para empresas que o adotam como matéria-prima.
A BRK Ambiental, através do programa Olho Vivo, disponibiliza 73 pontos de coleta de óleo usado em Rio Claro. A relação dos endereços encontra-se disponível na página da concessionária na internet: www.brkambiental.com.br/rio-claro/sustentabilidade
Para evitar transtornos com as tubulações de esgoto dentro dos imóveis, a recomendação é fazer uso das caixas de gordura e mantê-las sempre limpas.
Todo imóvel deve ter uma caixa de inspeção acessível, na calçada ou próxima da mesma, para que seja possível identificar problemas no esgotamento e para realizar a manutenção das ligações de esgoto.
Todo imóvel deve manter separadas as redes de esgoto das tubulações de água pluvial (água de chuva).
Os entupimentos das redes e ligações de esgoto, além de causarem prejuízos sociais como transbordamento em vias públicas, riscos ao meio ambiente, também podem contribuir para a proliferação de doenças. Deste modo, é sempre necessário tratar deste tema e gerar consciência coletiva sobre o esgoto.