É no período da primavera-verão, entre os meses de outubro a março, que os consumidores devem ficar atentos com a proteção dos equipamentos e dispositivos elétricos e eletrônicos.
O Brasil, devido à sua localização na zona tropical, onde o clima é mais quente, é mais favorável à formação de tempestades durante essa época, com uma média de 77 milhões de ocorrências por ano. Só nos 11 primeiros dias de janeiro, mais de 3.000 raios foram registrados na cidade de Piracicaba, interior de São Paulo.
As previsões de um balanço divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), indicam o aumento de incidência de raios por todo o País. A região Sul é a que mais sente a intensidade dos efeitos do fenômeno climático El Niño, com um aumento de 30% de ocorrências, seguida pelas regiões Sudeste e Centro-Oeste (20% a 30%).
Nos estados do Mato Grosso e Goiás, a quantidade de raios pode aumentar em 10%. Já as regiões Norte e Nordeste, por outro lado, devem registrar uma queda de 50%.
Além de provocar a morte de cerca de 100 pessoas por ano, a queda de raios também pode pesar no bolso do consumidor, ao danificar aparelhos eletroeletrônicos e a rede elétrica. Segundo estimativa do INPE, divulgada em 2013, essas ocorrências poderiam ser responsáveis por causar prejuízos de aproximadamente R$ 1 bilhão à economia brasileira.
A intensidade de um raio tem em média de 30 mil ampères e pode afetar a rede elétrica, já que a descarga chega a percorrer distâncias da ordem de 5 km, gerando quedas de energia. Estas, por sua vez, podem danificar os aparelhos eletrônicos, seja de uso corporativo ou doméstico, como TVs, Home Theaters, computadores, impressoras, modens, roteadores, entre outros, caso não estejam protegidos por dispositivos apropriados.
“Os investimentos em produtos de proteção de energia de maneira geral não chegam a 5% do valor dos prejuízos causados por raios ou surtos de tensão em residências ou comércios”, esclarece o engenheiro elétrico e CEO da TS Shara, Pedro Al Shara.
O especialista reforça que as variações de tensão na rede elétrica provocam avarias aos equipamentos e na maior parte dos casos, são imperceptíveis aos usuários imediatamente, pois os componentes são afetados lentamente, diminuindo sua vida útil.
Confira algumas dicas simples para diminuir prejuízos e evitar que eletrônicos sejam danificados:
– Em caso de falta de energia, o ideal é desligar todos os equipamentos sensíveis – por exemplo, computadores, televisores, modems de internet e aparelhos de som da tomada. A medida também é recomendada em casos de variação da tensão – quando a energia não chega a cair completamente e oscila entre altas e baixas tensões.
– No caso de descargas elétricas por raios, é recomendável instalar dispositivos de proteção contra surtos de tensão (DPS). Também existem DPSs que podem ser instalados diretamente na tomada utilizada por equipamentos sensíveis, como computadores.
– Além deles, há os nobreaks, equipamentos que protegem contra a sobretensão e têm bateria própria que mantém o computador ligado.
– Os protetores antirraios também protegem de maneira eficiente qualquer aparelho eletrônico ou de informática a ele ligado, contra descargas atmosféricas (raios), picos de tensão, sobrecarga e curtos-circuitos. O equipamento também tem a função de proteger os pontos de energia (tomadas) contra sobrecargas de equipamentos.
– Descargas elétricas naturais também percorrem a rede de telefonia fixa. Por isso é válido desconectar o modem da linha telefônica durante as quedas de raios, pois como a mesma não possui qualquer proteção contra raios, tanto seu telefone fixo quanto seu modem podem ficar vulneráveis.