No caminho para completar 132 anos de história ininterruptas, no dia 1º de setembro, o Diário do Rio Claro prossegue a série de entrevistas com profissionais que ajudaram a construir a marca que se consolidou no mercado e na comunicação rio-clarense. Figuras que cada um, à sua maneira, imprimiram nas páginas do Centenário suas marcas, que auxiliam a nova equipe no estudo para a reformulação editorial, comercial e gráfica que a que se propôs o Número 1.
Nesta edição, apresentamos entrevista com os jornalistas Alessandra Binotto, Flávio Hussni e Antonio Achangelo. Eles fazem parte da safra recente de profissionais que atuaram na construção de um jornalismo sério e comprometido com o leitor. Confira a entrevista:
Qual sua atual função hoje? E porque escolheu esse caminho?
Alessandra Binotto: “Uma vez jornalista, sempre jornalista”. Deixei de exercer o jornalismo literalmente há 6 anos, quando resolvi trabalhar no ramo de eventos. Na época eu trabalhava num jornal aqui em Rio Claro e paralelamente organizava eventos quando surgia tempo e oportunidade. Então, depois de quase 20 anos trabalhando nos meios de comunicação, precisei optar e resolvi arriscar…seria um novo desafio. Eu digo que jornalista por paixão tem isso embutido dentro de si, querer e buscar sempre novos desafios. Resolvi encarar de vez a área de eventos e inaugurei uma agência que assessora noivos – “Personal para Casamentos & Cia”. Hoje eu trabalho como cerimonialista, porém sempre digo que aplico muito da comunicação social nos eventos que realizo, ainda vivo um pouquinho da minha profissão por formação. E posso falar com certeza que não me arrependo, só sinto saudade da correria de uma redação e claro, fechamento da edição do dia. Só quem vive ou viveu “essa loucura” entende do que estou falando.
Flávio Hussni: Minha função atualmente é jornalista na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Rio Claro. Escolhi o caminho do jornalismo, pois desde criança gostava de acompanhar telejornais, programas e esporte e principalmente ler jornal, coisa que faço até hoje, e sempre ficava deslumbrado em ver os jornalistas informando a população sobre acontecimentos e isso me fez escolher ser jornalista.
Antonio Achangelo: Atualmente sou Chefe de Gabinete da Fundação Municipal de Saúde. Faço parte de um projeto que visa propiciar melhorias para a população de modo geral.
Qual período trabalhou no Diário?
Alessandra Binotto: Em dezembro de 2000, mudei pra Rio Claro, recém formada, ainda “foca”, como chamamos no jornalismo. Peguei meu currículo e decidi levar em todos meios de comunicação da cidade. Trazia experiência em televisão e rádio, porém nada em jornal. E, no primeiro dia entreguei na recepção do Diário. Qual não foi minha surpresa, no dia seguinte fui chamada pra uma entrevista, recebi as chaves do carro de reportagem e uma máquina fotográfica nas mãos e uma missão: – Traga uma matéria sobre a “mãe preta”. Nossa…. isso é uma história que em outra oportunidade conto. Enfim, fui contratada no início de 2001, meu primeiro emprego na imprensa rio-clarense.
Flávio Hussni: Trabalhei no Diário como estagiário de março de 2012 até janeiro de 2014 e posteriormente fui para a TV Claret, ficando lá por 1 ano e dois meses. Em maio de 2015 retornei para o Diário
Antonio Achangelo: Atualmente sou Chefe de Gabinete da Fundação Municipal de Saúde. Faço parte de um projeto que visa propiciar melhorias para a população de modo geral.
Qual período trabalhou no Diário?
Alessandra Binotto: Em dezembro de 2000, mudei pra Rio Claro, recém formada, ainda “foca”, como chamamos no jornalismo. Peguei meu currículo e decidi levar em todos meios de comunicação da cidade. Trazia experiência em televisão e rádio, porém nada em jornal. E, no primeiro dia entreguei na recepção do Diário. Qual não foi minha surpresa, no dia seguinte fui chamada pra uma entrevista, recebi as chaves do carro de reportagem e uma máquina fotográfica nas mãos e uma missão: – Traga uma matéria sobre a “mãe preta”. Nossa…. isso é uma história que em outra oportunidade conto. Enfim, fui contratada no início de 2001, meu primeiro emprego na imprensa rio-clarense.
Flávio Hussni: Trabalhei no Diário como estagiário de março de 2012 até janeiro de 2014 e posteriormente fui para a TV Claret, ficando lá por 1 ano e dois meses. Em maio de 2015 retornei para o Diário onde permaneci por mais três meses e novamente sendo desligado pela direção.
Antonio Achangelo: Entrei em maio de 2007 e sai em março de 2012.
Qual era sua função?
Alessandra Binotto: Na época o redator chefe era o jornalista Marcos Abreu, aliás, um profissional que me ensinou muito.
Flávio Hussni: A minha função no jornal era principalmente cuidar da editoria de Segurança, porém realizava matérias de política, do dia a dia, como reclamações de munícipes, buracos, entre outros.
Antonio Achangelo: Minha última função do Diário foi Chefe de Redação.
Quem era a equipe de redação no período que trabalhou?
Alessandra Binotto: Havia vários repórteres e colunistas, mas lembro em especial de Claudete Atibaia, uma pessoa apaixonada por jornalismo, que com paciência me explicou que Mãe Preta não era uma pessoa e sim um bairro de Rio Claro.
Flávio Hussni: Quando entrei no jornal o editor-chefe era o Antonio Archangelo e faziam parte da equipe a Carine Corrêa, Eduardo Sócrates, Claudette Atibaia e Ana Murbach no social. Depois de um tempo o Antonio saiu e a Carine assumiu como editora que posteriormente contratou a Caroline Solano que também tinha contrato de estágio.
Antonio Achangelo: Na época pude iniciar a construção de uma equipe com a inclusão do Flávio Hussni e Carine Corrêa, além dos jornalistas que lá estavam como o Eduardo Sócrates, Claudette Atibaia e como revisora a Rozala Antonio.
Foi seu primeiro trabalho na imprensa rio-clarense?
Alessandra Binotto: O Diário foi meu primeiro contato com a imprensa rio-clarense. Fui repórter por 6 meses e depois assumi a redação do jornal. Que honra… eu vivi momentos calmos e tensos, mas sempre com muita dedicação e amor pelo jornalismo. Entrava às 13hs e saia 3hs da manhã, e a grande satisfação era ver a finalização do jornal com a rodagem da capa. O barulho das máquinas e o cheiro da tinta fizeram parte da minha história como jornalista e se um dia alguém me perguntar… defina seu tempo no Diário do Rio Claro com apenas uma palavra eu certamente direi: Gratidão!
Flávio Hussni: Sim. O Diário do Rio Claro foi quem me abriu as portas na imprensa rio-clarense e até hoje sou grato por isso devido às inúmeras amizades.
Antonio Achangelo: Entrei no Diário em busca de um estágio de redator publicitário e conversei com o falecido Martins que acabou me colocando para aprender como foca na redação do jornal.
Como era fazer jornalismo nesse período?
Alessandra Binotto: Fazer jornalismo no Diário do Rio Claro era um desafio constante, montar uma edição com atualidade e ao mesmo tempo trazer o passado sendo sempre imparcial, não era fácil. E esse era o desafio dado diariamente a toda equipe pelo senhor Zanello. Eu posso dizer com certeza que aprendi um jornalismo de raiz, simples e intenso. Foi um tempo bom!
Flávio Hussni: Não mudou muita coisa desde que entrei em 2012 até hoje. A disputa sadia entre os meios de comunicações de divulgar a informação primeiro acontece ainda, coisa que eu mais gostava. O que vejo que mudou é que com o surgimento do WhatsApp alguns jornalistas nem se preocupam mais em levantar da cadeira e ir até o local dos fatos para levantar informações sobre o que está acontecendo, fazer uma foto com maior qualidade. Hoje tudo se pede pelo WhatsApp e mesmo que a foto esteja de qualquer jeito muitas vezes é publicada.
Antonio Achangelo: Entravamos no veículo do Diário e íamos aos bairros periféricos em busca de reportagens. Nesta época meu tutor foi o Eduardo Sócrates, além do Martins, é claro. Era uma aventura, todo dia. Uma boa recordação.
Existe diferença na forma como se faz hoje?
Alessandra Binotto: Hoje como leitora vejo sim muita diferença. Um jornalismo que a “qualquer preço” insiste em sobreviver. É triste, infelizmente são poucos os jornalistas que ainda vivem o verdadeiro jornalismo, ou seja, saber ouvir e escrever a verdade respeitando sempre o leitor.
Flávio Hussni: Sim. Hoje se usa muito as redes sociais e aplicativos para terem informações de qualquer assunto, sem a necessidade de sair da redação e averiguar melhor.
Antonio Achangelo: Hoje o jornalismo, assim como diversas profissões, passa por uma reformulação. Hoje é imprescindível o uso de dados, saber fazer a limpeza dos dados, assim como tabulá-los e criar matéria-bruta para reportagens relevantes. Além, é claro, de editar e produzir áudio e vídeos.
Como você avalia esse momento político que atravessamos hoje?
Alessandra Binotto: Eu tenho 47 anos, e digo com firmeza que amo o Brasil. Acredito no levante desse país e em alguns políticos que ainda lutam honestamente por ele. O Brasil está vivendo uma nova história, apesar das indefinições em relação à política, eu torço para que o povo brasileiro responda nas urnas e que algo de bom realmente aconteça. Eu sempre digo que em todas as áreas existem profissionais bons e ruins e que na política não é diferente. Então porque não acreditar que algo de novo possa acontecer em nosso país depois do vendaval. Eu creio e torço!!!
Flávio Hussni: Dia desses conversando com um amigo sobre o momento atual, chegamos a uma conclusão que temos que ver pra onde o pêndulo está indo, se vai para a direita ou se volta para o centrão, pois acredito que a escolha da população ficará nesse movimento. O País passa por um momento difícil, porém devemos analisar as propostas de cada candidato e não ir por impulso como muitos estão indo com um candidato, e sim analisar o plano de governo de cada um. Só nas urnas é que o povo pode decidir o caminho para o Brasil.
Antonio Achangelo: Vivemos uma crise de autoridade. E em busca deste “norte”, os debates polarizaram entre extremos o que é prejudicial para a nação. É preciso parcimônia para atravessarmos este momento em busca de um equilíbrio e reencontrarmos a rota de desenvolvimento e dos empregos.
Esse movimento que o país atravessa de Fla x Flu na política, na sua opinião, é positivo para a democracia? Como você analisa?
Alessandra Binotto: O FlaxFlu na política não é novidade. Há anos o fenômeno ocorre em nosso país. O triste é que as discussões políticas cada vez mais se tornam superficiais. Outro dia eu li algo que se resume exatamente ao que está acontecendo no Brasil. Cada lado fica somente exaltando aquilo que acredita ser positivo em seu “time” e enfatiza aquilo que acredita ser negativo no “time” adversário. Lembrando que cada lado dificilmente, quase nunca, menciona os próprios defeitos. Ambos os “times” atribuem aos seus objetos de obsessão as culpas pelas desgraças ou também transformam eles nos alvos prediletos do seu ódio. E eu que é pergunto. Isso é positivo para a democracia?
Flávio Hussni: Não vejo como positivo para a democracia. Só olharmos as redes sociais e ver o ódio das pessoas com as postagens de alguns amigos que defendem candidato X ou Y. Hoje boa parte defende um candidato e nem por isso vou lá e criticar a pessoa por apoiá-lo. Acredito que o Brasil precisa de um chacoalhão, pois só ir pra rua e bater panela não resolve.
Antonio Achangelo: Como, não. O conceito democracia do modo como entendemos hoje também passa por mudanças, aceleradas pela crise do sistema em vários pontos do mundo globalizado, advindo, sobretudo, a revolução dos meios de comunicação.
Qual o futuro do jornalismo?
Alessandra Binotto: Quando se fala no futuro do Jornalismo, eu arrisco dizer que, este é o melhor momento da profissão, com inúmeras oportunidades. Muitos dizem que por conta da difusão de notícias pela internet e redes sociais, o jornalismo está em decadência. Eu prefiro dizer que a ideia de que a internet pode estar destruindo a produção da informação de qualidade vem encontrando espaço para os jornalistas assumirem seus cargos por direito. Certa vez eu li e concordo: “Uma sociedade saudável e democrática necessita de informação transparente, e quem vai fornecê-la é o jornalista”.
Flávio Hussni: Há anos as pessoas perguntam qual será o futuro do jornalismo. O futuro está aí, com as redes sociais a todo vapor, porém as pessoas precisam filtrar as informações para não caírem nos tradicionais Fake News. O ponto negativo que vejo do jornalismo atualmente é que qualquer um que escreve se acha jornalista e isso no meu ver não tem como controlar.
Antonio Achangelo: Garimpar e produzir dados e investir no jornalismo de dados e opinativo. Não há jornalismo sem opinião.
Como avalia as transformações que o Diário está passando?
Alessandra Binotto: Não só o Diário do Rio Claro está passando por transformações positivas, o jornalismo atual é um exemplo de mudança também muito bem vinda do impresso para o digital. Mas temos que lembrar que ainda existem fortes veículos de comunicação no formato físico, bem estruturados e que devem ter vida longa, como por exemplo, o jornal Diário.
Flávio Hussni: Avalio como positivo. O jornal novamente está se reerguendo e mostrando quem realmente é na cidade. Nós leitores já notamos a diferença. Sucesso a todos.
Antonio Achangelo: Primordiais para o desenvolvimento de Rio Claro.