Sacrificium
Minha zona de conforto é o calor, uma área segura e completa de quentura, faria sentido ficar, já que é a minha zona de conforto, mas não. Eu me sinto na obrigação de punir a mim mesmo, como uma necessidade, uma regra.
Minha punição é o frio, me obrigo a senti-lo. Dizem que até o frio pode queimar. Eu achei um jeito de me queimar sem fogo, frio, justo, complexo, e com isso eu percebo que isso que eu chamo de punição na verdade também é um aprendizado, aprender a sentir frio.
Até quando vamos matar, sacrificar ou tomar, desejar cada vez mais, queimando e desmatando? Até quando vamos nessa estrada de dor e desgaste da vida na terra? Talvez até percebemos que não podemos comer dinheiro.
Eu olho para o universo e vejo estrelas, constelações super novas, massas se chocando e se fundindo, tornando-se uma só, e talvez o complexo não seja só isso, e sim o ser humano, um ser que pode ser chamado de bom e ruim. A natureza humana hoje é incompreensível para mim, mas a mesma na minha opinião. Você olha para as pessoas e vê muitas coisas, você vê confusão, plenitude, é como olhar para uma pessoa estranha e ver a si mesmo, e ter certeza de que aquilo é um ser humano. Mesmo não tendo certeza.
Já tenho certeza que sou um ser humano, agora só me resta a certeza de que posso ser tirano. E esse é meu sacrifício, compreender o mundo e a vida, mas ter a chance de perder a minha alma.
Texto escrito pelo aluno Vinícius Pizoli estudante da Escola Estadual Januario Sylvio Pezzotti, sob curadoria de Rafael Cristofoletti Girro, aluno da Escola Estadual Marciano de Toledo Piza, de Beatriz Ribeiro Fausto de Jesus e de Vitória Ribeiro todasu alunas da Escola Estadual Zita de Godoy Camargo todos pertencente a Rede Camões de jornais escolares. O texto tem caráter pedagógico.
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