Os alimentos regionais e da sociobiodiversidade brasileira são verdadeiros tesouros, combinando riqueza nutricional e cultural com o conhecimento ancestral. Eles promovem uma alimentação saudável e sustentável, valorizam as economias locais, fortalecem práticas agroecológicas e ajudam a preservar o patrimônio natural.
Incorporá-los ao dia a dia é uma forma de apoiar a diversidade, reduzir os impactos ambientais, e reforçar a conexão com as raízes e a identidade do país.
Qual a diferença entre eles?
A diferença entre alimentos regionais e sociobiodiversidade está relacionada à origem e às características. Os alimentos regionais são específicos para uma região geográfica e têm características culinárias e nutricionais próprias.
Já os alimentos da sociobiodiversidade são mais variados e podem ser obtidos de diferentes espécies silvestres, o que contribui para a segurança alimentar global e a promoção de cultivos sustentáveis.
Biomas brasileiros

O Brasil, além de sua rica diversidade cultural e econômica, é o país com a maior biodiversidade do mundo, abrigando cerca de um terço das florestas tropicais e 20% das espécies vivas do planeta. São mais de 1,8 milhão de espécies distribuídas entre os biomas.
A ocorrência de plantas nativas com frutos comestíveis varia conforme as características únicas de cada bioma, incluindo vegetação, solo, clima e outras condições específicas. Na Amazônia, o maior bioma do país com clima equatorial, destacam-se o açaí, a castanha-do-brasil, o cupuaçu e o pirarucu.
A Caatinga, exclusiva do Brasil, apresenta vegetação adaptada ao clima semiárido e oferece alimentos como o umbu, o licuri e o mel de abelha nativa. No Cerrado, conhecido como a “caixa d’água do Brasil” por suas nascentes, encontram-se o baru, o pequi e a mangaba.
A Mata Atlântica, com clima tropical úmido, é rica em alimentos como o cambuci, a juçara (semelhante ao açaí), a banana e o maracujá. O Pantanal, maior planície alagada do mundo, é marcado pela presença de peixes como pintado e pacu, além da guavira e bocaiuva. Já o Pampa, no extremo sul, destaca-se por alimentos como a erva-mate, o butiá, o pêssego e as carnes ovinas.
Conhecimento e utilização

Manusear os alimentos dos biomas da sua região pode ser uma experiência enriquecedora. Aqui estão algumas etapas práticas para começar:
- Pesquise sobre a região onde você vive, identificando os alimentos característicos e explorando as opções disponíveis;
- Visite feiras livres e mercados regionais, converse com agricultores e feirantes, e descubra iniciativas locais, como cooperativas e projetos voltados para a sociobiodiversidade;
- Priorize alimentos da estação, que são mais frescos, acessíveis e sustentáveis;
- Explore a culinária local, aprendendo receitas tradicionais que utilizem esses ingredientes e valorizem os modos de preparo típicos;
- Pratique o aproveitamento integral dos alimentos, utilizando cascas, folhas, talos e sementes para enriquecer sua dieta e reduzir o desperdício.
- Adote porções adequadas e armazene corretamente os alimentos;
Se possível, plante no quintal ou em hortas comunitárias, incorporando frutas, legumes, verduras e até Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc) ao seu dia a dia. Dessa forma, você promove saúde, sustentabilidade e conexão com o meio ambiente. (Fonte: alimentesebem.sesisp.org.br)
Pão de mandioca

Ingredientes:
- 2 unidades de ovo
- 1 colher (sopa) de sal
- 4 colheres (sopa) de açúcar
- 1/2 xícara (chá) de óleo
- 2 colheres (sopa) de fermento biológico
- 3 xícaras (chá) de leite
- 4 xícaras (chá) de mandioca picada
- 8 xícaras (chá) de farinha de trigo
Modo de preparo:
- Cozinhe a mandioca, amasse bem e reserve esse conteúdo.
- Coloque no liquidificador os ovos, o sal, o açúcar, o óleo, o fermento e, por último, o leite morno.
- Bata ligeiramente.
- Coloque a mistura batida em uma vasilha, juntamente com a mandioca reservada, e misture bem.
- Adicione aos poucos a farinha de trigo até que não grude mais nas mãos.
- Sove muito bem.
- Faça pães do tamanho desejado.
- Coloque em assadeira sem untar e deixe crescer durante 40 minutos.
- Depois de crescidos, leve os pães para assar em forno quente de 25 a 35 minutos.
Dica: A gordura deixa o pão macio, mas não abuse.
Cascas de manga caramelizadas

Ingredientes:
- Cascas de 2 mangas
- 1 xícara (chá) de açúcar
- 1 xícara (chá) de água
- 1 pau de canela
- 3 potes de iogurte natural bem consistentes (200g cada)
Modo de preparo:
- Lave e corte as cascas de manga bem finas. Reserve;
- Em uma panela de fundo grosso, com fogo baixo, coloque o açúcar e espere derreter;
- Com cuidado, acrescente a água. Mexa bem até o açúcar derreter novamente;
- Adicione a canela e as cascas de manga. Mexa bem por aproximadamente 1 minuto;
- Retire do fogo e espere esfriar um pouco;
- Adicione em cima do iogurte natural. Sirva.
Dica: Use a polpa da manga congelada como sorvete e sirva junto com as cascas caramelizadas.
Virado de almeirão e maxixe

Ingredientes
- 1 xícara (chá) de maxixe
- 2 colheres (sopa) de óleo
- ½ xícara (chá) de cebola picada
- 2 dentes de alho picado
- 2 xícaras (chá) de almeirão picado
- 1 xícara (chá) de tomate picado
- 1 xícara (chá) de talos de salsa
- 1 xícara (chá) de abobrinha ralada
- 1 colher (sopa) de manjericão
- 1 colher (chá) de sal
- 2 xícaras (chá) de farinha de milho
Modo de preparo
- Descasque o maxixe e corte em cubos.
- Aqueça o óleo, doure a cebola e o alho.
- Acrescente o almeirão, o maxixe, o tomate, os talos de salsa, a abobrinha, o manjericão e o sal. Deixe cozinhar.
- Depois de cozido, acrescente a farinha de milho, deixe no fogo por mais 5 minutos e sirva a seguir.
Foto: Reprodução/Site Alimente-se Bem