A Igreja, neste Sábado Santo, 8 de abril, se recolhe. É um dia voltado para o silêncio e para a oração, se preparando para a grande Vigília Pascal que acontece à noite. “Não é um silêncio de luto, pois acreditamos que o Senhor não está morto, Ele vive. Temos a certeza de que à noite celebraremos a ressurreição, mas é um silêncio orante e de respeito, pois sabemos que nesse dia o Senhor desceu ao seio da terra”, afirma o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta.
Normalmente, no Sábado Santo, acontece a preparação da Igreja para a celebração da Vigília Pascal. Os grupos pastorais se organizam para ornamentar e limpar a Igreja. Durante o Sábado Santo, sobretudo na parte da manhã, pode haver um momento de espiritualidade na Igreja.
Nesse Sábado Santo, pode-se fazer um jejum limitado, ou seja, evitando a carne vermelha, que pode ser substituída por carne de peixe. “Ainda estamos no espírito da dor pela morte incruenta de Jesus, por isso ainda podemos praticar o jejum. E, em algumas Igrejas, ainda acontece a confissão sacramental, por isso ainda poderemos praticar a penitência. No Sábado Santo é a última oportunidade para fazermos aquela mudança de vida que a quaresma nos proporciona, para logo mais à noite celebrarmos de coração renovado a Páscoa”, afirma o cardeal.
Esse dia também é conhecido como Sábado de Aleluia, que vem da tradição na Igreja Católica de não dizer “Aleluia” nas missas durante a Quaresma. No fim do Sábado de Aleluia, finalmente se diz Aleluia, para anunciar o início da Páscoa.
“No Sábado Santo, os discípulos tinham ficado muito tristes, pois Jesus estava “morto”, eles não tinham compreendido aquilo que Jesus tinha dito, de que era necessário que o Filho do Homem sofresse tudo aquilo para nos salvar”, diz dom Orani.
Normalmente, no Sábado Santo, acontece a preparação da Igreja para a celebração da Vigília Pascal. Foto: Pixabay
Segundo dom Orani, o Sábado Santo nos lembra que Jesus morreu de verdade, não foi uma farsa. “Jesus morreu, assim como todos nós um dia também teremos de morrer. Sua identificação com a humanidade foi completa, até na morte”, salientou.
O cardeal reitera que a morte de Jesus foi necessária para nos salvar e, depois ainda com a sua ressurreição, nos abrir um novo caminho, e nos indicar que a vida não termina aqui, mas continua ao lado de Deus. “Assim como Jesus morreu, mas depois ressuscitou, quem crê nele também morrerá, porém tem a promessa da ressurreição para a vida eterna. A morte não é o fim da história, mas o começo de uma nova”, explicou.
Oração e silêncio
A oração e o silêncio nesse dia, segundo o cardeal Orani, ajudará a compreender esse mistério da paixão, morte e ressureição de Jesus. “O Espírito Santo que depois foi revelado aos discípulos e até hoje acompanha a vida da Igreja, nos impulsiona a todos os anos celebrar o mistério pascal de Cristo. A quaresma é um grande retiro espiritual de 40 dias, que a Igreja nos indica para nos preparar para a Páscoa, e o Sábado Santo como que coroa esse período”, diz.
Irmãos e irmãs, o Sábado Santo, com o jejum e com a oração silenciosa, expressa também nossa inquebrantável esperança na ressurreição final e na segunda vinda do Senhor. A terra, grávida de Cristo, está para dar à luz o Senhor ressuscitado, como primícias da nova criação.