Faleceu nessa quinta-feira (30), na cidade de Rio Claro, o jornalista Antonio Sergio Pitton, aos 75 anos, de insuficiência respiratória, após dias de internação. Familiares e amigos prestaram as homenagens na despedida que ocorreu na tarde de ontem (30) com sepultamento no Cemitério Evangélico. Pitton deixou a esposa, a professora doutora Sandra Elisa Contrin Pitton, o filho Antonio Sergio Pitton Junior e também quatro netos.
Autenticidade era uma de suas marcas
“Sempre foi um homem muito autêntico, verdadeiro, muito firme naquilo que ele pensava, mas sempre com um coração gigante, acolhedor, era um paizão para todos nós, para os netos, para mim que perdi meu pai muito nova, ele foi muito acolhedor. Estamos muito tristes com a perda dele”, declarou Amanda Franco, mãe de dois dos netos de Pitton, o Bruno e o Thiago.
Carreira profissional
Pitton, como era conhecido, nasceu em Piracicaba, mas foi muito atuante na cidade de Rio Claro por toda a sua carreira. Construiu seu nome no jornalismo e era apontado e reconhecido como um profissional muito crítico, principalmente, em temas sobre política onde cobrava providências das autoridades. Com o trabalho ao longo de décadas conquistou seu espaço e respeito. Chegou a atuar no estado do Acre onde sofreu um atentado antes de retornar para Rio Claro. “Teve uma rádio no estado do Acre, foi radialista lá, sempre foi um jornalista voltado para as questões políticas, sempre gostou de noticiar e estar envolvido com esses assuntos, sempre foi muito atuante, bateu sempre muito de frente. Ele teve essa rádio e por noticiar sem medo de nada, sempre falou o que sentia e pensava e por esse motivo sofreu um atentado, precisou voltar para Rio Claro depois que levou um tiro no estado do Acre e quase morreu. Essa bala inclusive esteve alojada dentro do pulmão ao longo da vida dele e por isso também causou questões pulmonares que o levaram a óbito”, contou Amanda.
Atuação no Diário do Rio Claro
Quando Pitton retornou do Acre trabalhou por alguns anos no Diário do Rio Claro.
Tribuna 2000
Foi fundador do jornal Tribuna 2000 com circulação em Rio Claro até o começo de 2019. “No ano de 2000 ele abriu o Tribuna 2000 que era um semanal também voltado para temas políticos da cidade e em 2019 ele fechou o jornal, já estava bem cansado, com idade avançada, encerrando assim suas atividades profissionais”, destacou Amanda.
Sérgio Carnevale
“Um grande jornalista, idealista. Lamentavelmente perdemos um amigo, perdemos uma pessoa que queria bem, escreveu muito. Ele era um cara que não tinha recurso, mas tinha vontade de fazer e trabalhava bem. A gente tinha uma amizade muito grande, foi tristeza saber que ele faleceu”, Sérgio Carnevale, radialista e ex-vereador
Serginho Carnevale
“Em 2016 ele escreveu e eu tenho essa crônica sobre meu aniversário e falei no programa que ele falava: segue a carreira do pai, quem sabe seria um bom vereador. Daí em 2016, minha campanha pobre, não era nada vultuosa, pelo contrário, e eu reservei um dinheiro para pagar uma publicação no Tribuna 2000, eu fui com a crônica de 2015 e ele ficou muito emocionado. Eu disse: você lembra o que escreveu aqui, já que escreveu isso faço questão de fazer pelo menos um anúncio e ficou muito bonito. Ele tinha um texto muito bonito, fácil de entender, mas muito bem colocado. Era habilidoso com as palavras e fará muita falta. Entre 1997 e 2004 meu pai e o Pitton foram grandes opositores da época do governo Claudio Di Mauro. Quando meu pai retornou para a Câmara depois de um hiato de 8 anos, era muito requisitado pelo Pitton que também era muito solidário, escreveu quando meu pai sofreu o atentado, quando eu recebi uma ameaça. Foi uma pessoa muito especial”, relembrou o radialista e vereador Serginho Carnevale.
Vivaldo Stephan Jr.
“Pitton foi narrador esportivo em emissoras de Limeira, Piracicaba e Rio Claro. Como radialista marcou época, em Rio Claro, na antiga Rádio Educação e Cultura com o Jornal do Meio Dia, no início da década de 80. Depois foi destaque radiofônico no Acre. De volta a Rio Claro, teve por quase 20 anos seu próprio jornal. Pitton foi um profissional da comunicação que fez história. Tinha muito talento e determinação”, declarou o jornalista Vivaldo Stephan Jr.
Silvia Venturoli
“Recebi a notícia da morte do Pitton com grande tristeza, um amigo muito leal, profissional competente e sempre antenado. Sua paixão era o jornalismo investigativo, sempre crítico em assuntos políticos era visto por muitos como polêmico, fato que não o incomodava, ao contrário o fortalecia. Pitton sempre prestigiou e defendeu Rio Claro, se referia a história e ao município com orgulho e carinho. Ele foi grande por sua coragem frente ao Tribuna 2000 e deixa um legado enorme para todos nós jornalistas”, ressaltou a jornalista Silvia Venturoli.
Por Janaina Moro / Foto: Divulgação