O baixista e compositor Marcello Guerreiro Pagotto, 42 anos, é mais um dos muitos rio-clarenses que se notabiliza distante da terra de Ulysses Guimarães, muito embora tenho dado os passos iniciais por aqui.
Músico notável, Pagotto reside em São Paulo, onde passou a alçar voos mais altos rumo ao “olimpo” da música brasileira.. O artista atendeu à reportagem do Diário do Rio Claro e se prontificou a falar acerca de sua carreira.
O princípio
Pagotto afirma que, apesar de gostar de música desde criança, não aprendeu a tocar muito cedo, como acontece com grande parte dos músicos. Segundo ele, a primeira vez que tocou violão foi em uma aula gratuita na Etec Prof. “Armando Bayeux da Silva”, em Rio Claro. “Fiz, durante um ano, aula de violão a convite de um amigo. Ao mesmo tempo, outros amigos começaram a tocar instrumentos e logo comecei a arriscar alguma coisa no baixo”, rememora.
Bandas
O primeiro passo rumo a uma sólida carreira havia sido dado. O segundo, foi montar uma banda, a Durex, por volta de 1992. Depois, vieram outras bandas, como a Ad Lib (rock) e O Triste Fim da Mariposa (punk-rock).
De acordo com Pagotto, por volta de 1994 foi chamado para montar o The Beatless. “E tocando Beatles foi quando comecei a melhorar no instrumento, o baixo”, confidencia.
O rio-clarense relata que alguns anos depois montou a banda Forffé que, conforme explica, foi uma junção das bandas Hímen Blues, Breathing Reggae e Beatles. “Começamos como uma banda de MPB, mas logo virou uma banda de rock, sendo o reportório basicamente Mutantes e Raul Seixas.”
Pagotto afirma que, com essas bandas, passou a tocar bastante em Rio Claro e noutras cidades interioranas, começando, deste modo, a manter-se com a música.
Já em 1996, passou a integrar o Dezakato e foi com esta banda que entrou pela primeira vez em estúdio. “Por volta de 2001, lançamos o álbum Just as The Twig is Bent, The Tree’s Inclined”, recorda-se.
Na terra do maior quarteto do mundo
Já morando em São Paulo com os amigos do Beatless, arriscou-se num festival, cujo prêmio seria se apresentar no Cavern Club, em Liverpool, Inglaterra. “Tudo o que uma banda que tocava Beatles poderia querer”, garante. Sonho realizado: devido ao festival, viajaram para tocar na terra do maior quarteto musical de todos os tempos. “Foi um momento muito marcante para nós e serviu como um impulso para uma mudança essencial.”
Composições e nova ida à terra da Rainha
Após essa viagem, surgiu a necessidade de compor suas próprias canções e, com alguns integrantes do Beatless, surgiu o Mosva.
“Começamos a compor algumas músicas. Lançamos por conta própria um CD homônimo e graças a um convite dos organizadores da Beatle Week, fomos mais uma vez a Liverpool e levamos nossos CDs na bagagem para distribuir por lá e tentar algum tipo de divulgação extra, já que todas nossas músicas eram em inglês”, expõe.
Conforme o baixista, depois dessa segunda viagem à Inglaterra, já não residia junto aos amigos, inclusive, passaram a morar em cidades diferentes, o que contribuiu para que tanto o Beatless, como o Mosva, encerrassem suas atividades.
Gram: fenômeno nacional
Após o término do Beatless e do Mosva, já com novos integrantes nasceu a banda Gram. “Aproveitamos para começar a escrever as letras em português. Esse era nosso novo desafio.” Foi o início de um fenômeno.
No ano de 2004, o primeiro CD do Gram. E de forma independente, gravado no estúdio El Rocha, em São Paulo. Junto com o CD, foi lançado o clip de Você Pode Ir Na Janela, feito em animação, um estrondoso sucesso nacional. “O clip chamou a atenção da gravadora DeckDisc, que relançou nosso CD em seu catálogo”, conta.
Com a Deck, ainda lançaram o DVD “MTV Apresenta: Gram”, além do segundo disco “Seu Minuto, Meu Segundo”. “Em 2007, encerramos as atividades com o Gram e ficamos parados até 2014, quando retornamos com um novo vocalista para registrar algumas canções. O CD se chamou ‘Outro Seu’”, relata Pagotto.
Outros projetos
À época, começou a tocar numa banda tributo ao Sublime (banda estadunidense de ska punk e reggae formada em 1988 em Long Beach, Califórnia) denominada Vadiators que, no final de 2018, lançou o primeiro EP intitulado “Cata-Loco”.
“Atualmente, além do Vadiators e do Gram, estou em estúdio com o Dezakato, gravando algumas músicas que devem ser lançadas ainda em 2019”, revela o músico.